Por terra, mar e ar, as conquistas dos atletas brasileiros nas Olimpíadas geraram um êxtase coletivo provisório ao país, escreve o colunista Xico Sá. E não é para menos. O final de semana foi recheado de pódios olímpicos. Do inédito bronze no tênis, conquistado pela dupla Pigosi e Stefani, à medalha na natação de Bruno Fratus, até as conquistas históricas da ginasta Rebeca Andrade—que saltou para o ouro neste domingo—, o brasileiro se emocionou e vibrou com as vitórias de atletas que são um exemplo de superação. Conquistas que, por alguns momentos, nos tiram do sufoco e nos trazem a ideia de um Brasil que vale a pena. "Um delírio de brasilidade" nos Jogos Olímpicos de Tóquio, descreve o colunista. Enquanto os atletas olímpicos garantem ao país uma pausa no noticiário dramático de mais de 17 meses de pandemia, pacientes que foram curados da covid-19 enfrentam suas próprias maratonas para se recuperar das sequelas deixadas pela doença. Reportagem de Beatriz Jucá mostra que 6 em cada 10 pacientes hospitalizados ficam com algum tipo de marca deixada pela doença causada pelo coronavírus, de uma lista de cerca de 50 sequelas já estudadas pela medicina. Entre elas estão a impossibilidade de andar, dificuldades respiratórias e até problemas neurológicos, que persistem meses após a cura. As sequelas já começam a sobrecarregar o já abarrotado Sistema Único de Saúde. Para tratar destes pacientes e contornar a lotação hospitalar, o Governo do Ceará transformou um hotel em um centro de reabilitação. O EL PAÍS foi até a casa de cuidados, um amplo edifício de três andares em Fortaleza, e conta como funciona a iniciativa. Um programa piloto que deve ser expandido para cinco regiões do Estado. As ameaças que Jair Bolsonaro vem fazendo à democracia, colocando em dúvida a execução das eleições em 2022 caso não seja implementado o voto impresso, já começam a contaminar as ruas —dando prosseguimento à estratégia traçada pelo próprio presidente. Regiane Oliveira acompanhou o protesto em São Paulo, que preencheu três quadras da avenida Paulista, para ouvir dos apoiadores do presidente as razões do ato. Para rebater o presidente e seus seguidores, o TSE voltou a reafirmar que o voto por urna eletrônica já é auditável. E ainda nesta edição, Naiara Galarraga Gortázar e Joana Oliveira contam sobre a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Um alento e esperança de sobrevivência do patrimônio cultural brasileiro dias depois de as chamas ameaçarem outro precioso acervo do país, o da Cinemateca Brasileira. Fechado desde 2015, quando um incêndio destruiu parte de sua estrutura, o museu propõe uma viagem pelas origens e atualizações do idioma falado por 260 milhões de pessoas em todo o mundo e uma reflexão sobre a língua, com um espaço interativo para todos os públicos. “Absolutamente todos os brasileiros são autores de sua língua”, ressalta a curadora do museu, propondo a eliminação das hierarquias em um país onde a desigualdade, em todos os níveis, é onipresente. | |||||
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