O meio de semana foi marcado por uma nova resposta das instituições às ameaças representadas por Jair Bolsonaro: na tarde de quarta-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes incluiu o presidente na lista de investigados no inquérito das fake news por falas contra o sistema eleitoral e ameaças à realização das eleições de 2022. Para Moraes, que é relator da investigação aberta em 2019, as últimas declarações de Bolsonaro se revelaram “como mais uma das ocasiões em que o mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às instituições”, aponta a reportagem de Daniela Mercier. O presidente reagiu com uma nova alegação contra o tribunal e insinuou que pode responder de forma antidemocrática: “Antídoto não está dentro das quatro linhas da Constituição”. Se o Brasil enfrenta um clima de ruptura, no México os ventos são de integração. Ao menos é o que propõe o presidente López Obrador, que falou pela primeira vez ao resto do continente sob a luz de uma proposta de consolidar a região em um bloco “semelhante à União Europeia”. Para Obrador, porém, a ideia de integrar as nações latinas precisa ser “apegada à nossa história, à nossa realidade e às nossas identidades”, como conta o correspondente Elias Camhaji. A ideia não vem sem polêmicas: para o mandatário mexicano, “não se deve descartar” a substituição da OEA por um organismo “verdadeiramente autônomo” e “não lacaio de ninguém”. Na crise do novo coronavírus, o mundo se confronta agora, de forma mais dramática, com a desigualdade da vacinação contra a covid-19. A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu uma moratória global para a aplicação de terceiras doses, à medida que boa parte do mundo segue patinando para avançar com o programa de imunização. Segundo o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, a OMS entende a preocupação com os riscos da variante delta, mas é impossível falar em doses de reforço “enquanto as populações mais vulneráveis do mundo continuam desprotegidas”. Ainda nesta edição, uma história de comida e terror contada pelos cozinheiros de cinco ditadores do século XX: uma receita que mistura dependência, confiança, desconfiança, terror e admiração. Òscar Broc escreve sobre a obra Como alimentar um ditador (ainda inédita no Brasil), de Witold Szablowski, que reúne os relatos desses chefs, que viviam permanentemente equilibrados na corda bamba: bastava um ingrediente equivocado, uma indigestão ou uma suspeita infundada que eles não viveriam nem até a sobremesa. Alguns desses cozinheiros viveram para contar suas histórias. Do outro lado do planeta, o Brasil conquistou mais uma medalha olímpica na madrugada desta quinta-feira: Pedro Barros, 26 anos, faturou a prata no skate park, consolidando o país como uma potência sobre rodinhas. Esta é a terceira medalha de prata de skatistas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Tóquio: Rayssa Leal e Kelvin Hoefler já tinham subido ao pódio no skate street. O esporte brasileiro também avançou às finais em duas modalidades do boxe nesta madrugada: Hebert Conceição e Bia Ferreira agora brigam pelo ouro no Japão. É a primeira vez que o Brasil tem dois pugilistas em disputas de finais na mesma Olimpíada. E ainda tem a final do futebol masculino no sábado, quando a seleção brasileira enfrenta a Espanha na briga pelo ouro. Com estas três finais garantidas e a prata de Pedro Barros, o Brasil já igualou em Tóquio o recorde de medalhas olímpicas conquistado na Rio 2019, quando teve seu melhor desempenho na história dos Jogos, com 19 medalhas. Siga a cobertura da Olimpíada de Tóquio com o EL PAÍS. | |||||
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