quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Bolsonaro chama momento político de ‘guerra’

Jair Bolsonaro parece usar todas as oportunidades para reforçar o discurso beligerante. Numa homenagem a atletas militares medalhistas em Tóquio, o presidente entregou uma comenda “pessoal” ao pugilista Herbert Conceição, vencedor do ouro olímpico. “É uma medalha pessoal, tenho certeza que ele vai guardar para a vida toda, não posso dar para todo mundo… Foi tiragem bastante reduzida”, afirmou. “Não pode mostrar para ninguém.” Em seguida, ainda falando com Conceição mas tendo os ouvidos de todos os presentes, Bolsonaro emendou: “Enfia a porrada, guerreiro, é isso aí. Com flores não se ganha guerra não, pessoal. Quando se fala em armamento, quem quer a paz, se prepare para a guerra.” (Poder360)

A guerra a que ele se refere parece começar pelas manifestações em São Paulo e Brasília no Sete de Setembro. Se for, não poderá contar com tropas regulares — ao menos não uniformizadas. A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz arquivou dois pedidos de habeas corpus preventivo de um PM da ativa e um militar reformado para que fardados pudessem participar dos atos sem sofrerem punições das corporações. (Metrópoles)

Pois é... Sem uniforme, porém presentes. Uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que adesão ao extremismo governista aumentou 29% nas Polícias Militares. Cresceu mais, diga-se, entre oficiais do que entre praças. 27% dos PMs do país interagiram nas redes compartilhando, curtindo ou comentando postagens do que a pesquisa caracteriza como “bolsonarismo radical”. O índice na população geral é de 17%. Em 2020, 62% dos PMs não interagiam com páginas ligadas ao presidente. Neste ano, o número caiu para 52%. (Estadão)

Enquanto isso... A mobilização também aumentou entre evangélicos e caminhoneiros. Um relatório da consultoria AP Exata dá conta de que, no Twitter, esses grupos representavam 16,7% e 10,5% das menções a respeito do evento. É um índice maior do que nas duas manifestações governistas mais recentes. (Estadão)

Bela Megale: “A equipe do ministro Tarcísio de Freitas, da pasta da Infraestrutura, tem buscado amenizar os ânimos por meio de diálogos com movimentos que representam os caminhoneiros. O diálogo busca evitar qualquer tipo de mobilização da categoria. Por ora, a análise da pasta é que não haverá grande adesão entre os caminhoneiros.” (Globo)




Se um eventual segundo turno das eleições presidenciais acontecesse hoje entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o petista venceria por 55% a 30%, segundo pesquisa do PoderData. A diferença de 25 pontos é a maior registrada pelo instituto até o momento. Na simulação de primeiro turno, Lula tem 37%, contra 28% de Bolsonaro. Nenhum outro nome citado na pesquisa chegou a 10%. Ciro Gomes (PDT) tem 8%; Luiz Henrique Mandetta (DEM), 5%; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), 4%; e o jornalista José Luiz Datena, 3%. (Poder360)




Na CPI da Pandemia, o lobista Marconny Albernaz de Faria é apontado como intermediário da Precisa Medicamentos, empresa investigada na compra suspeita da vacina indiana Covaxin. Mas documentos indicam que a ligação dele com o governo é mais estreita. O lobista teria ajudado Jair Renan Bolsonaro, filho Zero Quatro do presidente, a abrir uma empresa de eventos em Brasília. Há pelo menos uma centena de mensagens trocadas entre os dois que estão com os senadores. (Folha)

Faria deveria depor hoje à CPI, mas enviou um atestado médico. No Twitter, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o médico responsável pelo documento entrou em contato para dizer que “notou simulação” e cancelou o atestado. (Twitter)

Então... Ontem quem também usou um atestado para não depor ontem foi o empresário Marcos Tolentino, suposto sócio oculto do FIB Bank, fiadora da Precisa. Mas Tolentino está internado em São Paulo, e a CPI convocou uma junta  para avaliar o estado de saúde dele. (Poder 360)

No lugar de Tolentino a CPI ouviu o motoboy Ivanildo Gonçalves. Ele admitiu ter feito pagamentos de boletos e saques de até “R$ 400 e poucos mil” em contas da VTCLog, empresa contratada pelo Ministério da Saúde para transporte de vacinas e insumos. Segundo o Coaf, Ivanildo sacou R$ 4,7 milhões em dois anos. Ele também teria feito pagamentos de contas do ex-diretor do departamento de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, demitido após denúncia de cobrança de propina. Ivanildo admitiu ter estado no ministério e no departamento de Dias, mas negou conhecê-lo. (UOL)




A quebra de sigilos bancário e fiscal na investigação sobre rachadinhas e funcionários fantasmas na Câmara do Rio não atingiu apenas o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), como conta Juliana Dal Piva. Determinada pelo Tribunal de Justiça fluminense, a medida inclui a advogada Ana Cristina Valle, segunda mulher de Jair Bolsonaro, e seis parentes dela que constavam como assessores do Zero Dois. (UOL)

Funcionários lotados no gabinete de Carlos já admitiram que não trabalhavam. A investigação quer apurar se eles repassavam parte ou a totalidade dos salários ao vereador. (Globo)

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