sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Bolsonaro apresenta Reforma Administrativa desidratada


Chegou enfim ao Congresso a proposta do governo para Reforma Administrativa — é a reforma do serviço público. As regras não valerão para quem já é funcionário. Por decisão do Planalto, ela não incluirá parlamentares, magistrados, promotores e procuradores, além dos militares. Depois de aprovada a emenda constitucional, apenas as carreiras típicas do Estado terão direito à estabilidade e à aposentadoria integral. 

Antes de conseguir estabilidade, será preciso passar por um período de dois anos de experiência. E só uma lei posterior vai definir quais carreiras são essas. Os penduricalhos acabam — licenças prêmio, aposentadoria compulsória como punição, aumentos retroativos, férias de mais de 30 dias e adicionais vários. O texto precisa ser aprovado duas vezes por cada uma das Casas do Parlamento, com maioria de três quintos. (G1)

Então... Se aprovada como está, o presidente passa a ter mais poder. Ele poderá extinguir órgãos públicos por decreto. Um Ibama, por exemplo. (Poder360)

A relação não está boa é entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo”, afirmou Maia a jornalistas. “Ontem, a gente tinha um almoço e os secretários foram proibidos de ir à reunião.” Segundo o deputado, as conversas fazem falta. “Os secretários, os assessores, os consultores são de grande qualidade no governo federal e nos ajudam, nos ensinam, constroem conosco textos de grande qualidade. A Previdência, por exemplo, o teto de gastos, tantas coisas que nós fizemos. Agora, eu não vou deixar de falar as coisas como elas são.” (G1)

De acordo com a Coluna do Estadão, Guedes tem ciumeira de Maia. Ele se queixa que o presidente da Câmara ‘rouba’ ideias do ministro e o vê conversando demais com o mercado. (Estadão)



O governo Bolsonaro é aprovado por 50% dos brasileiros que recebem o auxílio emergencial, de acordo com o levantamento feito entre 31 de agosto e 2 de setembro pelo PoderData. É o mesmo nível de aprovação da população geral — no levantamento anterior, entre 17 e 19 de agosto, a aprovação neste conjunto era de 55%. A campanha eleitoral já começa a crescer e partidos de oposição são fortes no Nordeste, o que pode ter influência. O presidente vem visitando a região para sustentar este apoio recém-conquistado. Dentre os recipientes do auxílio, 40% desaprovam o governo. Eram 36% há quinze dias. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. (Poder360)



Debora Diniz, da UnB: “Um redemoinho de ódio se move na sociedade brasileira, com seu presidente e com sua ministra da Mulher. Vivemos um patriarcado militante, fanático. A alegoria do redemoinho é significativa, porque o centro é silencioso, mas a parede faz barulho e tem poder de destruição, porque opera pelo contágio. Esse sempre foi o projeto de poder do bolsonarismo. O aborto nunca deixou de estar no centro desse redemoinho. A ministra Damares é um dos que está ali no olho desse redemoinho. Ela nunca foi uma ’cortina de fumaça’ Não é à toa que agora circula a possibilidade de ela ser vice de Bolsonaro em 2022. Ela movimenta o que propriamente elegeu o Bolsonaro, uma narrativa de abjeção às mulheres, às questões reprodutivas e de sexualidade, aos direitos humanos, à própria questão indígena. Uma abjeção a todas as conquistas democráticas recentes de novas formas de se viver a vida para além do binarismo cristão e da norma heterossexual de reprodução de família. Ela é a voz que movimenta esse patriarcado naturalizado e dá o sentido dos valores ao bolsonarismo. Ela move o redemoinho com os valores ‘suaves’. Enquanto os outros vão mover as armas, o ódio, ela vai dizer ‘a família‘ ‘as crianças‘, ‘a pedofilia’.” (Globo)



A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) diz que tem sofrido pressão por aumentos de preços de itens da cesta básica. No fim de março, havia pedidos de reajuste de até 200%. Com o dólar alto, as exportações aumentam, as importações diminuem, e a força da oferta e demanda puxa o preço do alimento no Brasil para cima. Além disto, com a quarentena, o consumo aumentou. Entre produtos alta estão arroz, feijão, ovos, macarrão, leite e óleo. De acordo com a FAO, a questão é global — a inflação dos alimentos está em alta, no mundo, pelo terceiro mês consecutivo. (Valor)



O ministro Gilmar Mendes determinou que a investigação contra o senador José Serra, que teria acumulado dinheiro via caixa dois durante as eleições de 2014, seja retirada da Justiça Eleitoral em São Paulo e remetida ao Supremo. Foro privilegiado. O tucano teria levado R$ 5 milhões de José Seripieri, dos planos de Saúde Qualicorp. (Folha)

Pois é... De acordo com os procuradores que investigam o senador, no material apreendido há e-mails trocados por ele e Gilmar que indicam amizade íntima entre os dois. (Crusoé)



A Câmara Municipal do Rio rejeitou, por 25 votos a 23, a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella. Ele escalou funcionários públicos para se dedicarem a impedir cobertura da imprensa de problemas na Saúde. Entre os que votaram por Crivella está Carlos Bolsonaro. (Globo)

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