sexta-feira, 30 de julho de 2021

Nesta quinta-feira o Brasil registrou 1.354 mortes por Covid-19, totalizando 554.626

 Durou pouco a alegria com as novas doses de vacinas entregues pelo Ministério da Saúde. Salvador retomou na quarta-feira a imunização com a primeira dose, mas vai interrompê-la novamente hoje. São Luís e Florianópolis seguem com as campanhas paralisadas, e Curitiba também vai suspender a primeira dose. (Folha)

A cidade de São Paulo confirmou mais nove casos da variante delta, originária da Índia. Com isso, chega a 22 o número de infecções causadas por essa cepa na capital paulista, que já reconheceu a circulação livre do vírus. Mais transmissível, a delta já é responsável por 169 casos e 13 mortes no Brasil. (Poder360)

O governo de Israel anunciou que vai aplicar uma terceira dose da vacina da Pfizer em pessoas acima de 60 anos por conta do avanço da variante delta. (Estadão)

Enquanto isso... A prefeitura do Rio faz planos ambiciosos para o (eventual) pós-pandemia. O prefeito Eduardo Paes anunciou ontem que vai decretar ponto facultativo no dia 3 de setembro para comemorar a “reabertura da cidade” com shows nas ruas e público nos estádios. A partir de novembro, o uso de máscaras será obrigatório somente em unidades de saúde e no transporte público. (Globo)

Nesta quinta-feira o Brasil registrou 1.354 mortes por Covid-19, totalizando 554.626. A média móvel em sete dias foi de 1.070, completando o terceiro dia abaixo de 1.100 óbitos. (UOL)




Pela primeira vez na história da Igreja Católica dos EUA, um ex-cardeal vai se sentar no banco dos réus por abusos sexuais. Theodore McCarrick, que teve as prerrogativas e títulos cassados pelo Vaticano em 2018, é acusado de abusar sexualmente de um menino de 14 anos durante uma festa de casamento em 1974. Recentemente, a Igreja admitiu ter feito, ao longo dos anos, uma série de acordos financeiros confidenciais para evitar outras denúncias contra McCarrick. (Guardian)

Rayssa conquistou muito mais

 


Tony de Marco

Fadinha

Fogo em galpão da Cinemateca expõe descaso com a cultura

 Um incêndio de grandes proporções atingiu na noite de ontem um galpão da Cinemateca Brasileira na Zona Oeste de São Paulo. Sob responsabilidade do governo federal, o galpão abrigava principalmente documentos relativos a praticamente toda a administração do cinema brasileiro, incluindo arquivos da Embrafilme e de outras agências. O material estava sendo catalogado para digitalização. Havia também películas, mas ainda não se sabe a extensão dos danos e o que foi perdido no fogo. No início do ano passado o prédio já havia sofrido danos com uma enchente. (G1)

Segundo os bombeiros, o incêndio começou durante a manutenção do sistema de ar-condicionado no terceiro andar do galpão, justamente numa das salas do acervo histórico. (Metrópoles)

Assim como no Museu Nacional, o incêndio no galpão da Cinemateca foi uma tragédia anunciada. Mônica Bergamo nos conta que o Ministério Público Federal ajuizou, em julho do ano passado, uma ação civil contra a União por conta dos impasses na gestão do espaço diante da “comprovada aceleração da degradação do acervo e do perigo real de incêndio”. (Folha)

Para o governador de São Paulo, João Doria, o incêndio retrata “o desprezo pela arte e a memória do país”. Autoridades dos mais diversos matizes culparam o descaso do governo federal para tragédia cultural que o incêndio representa. (Poder360)

Entenda como a Cinemateca Brasileira chegou a sua crise atual. (G1)

Numa triste coincidência, o incêndio na Cinemateca acontece dois dias antes de o governo paulista reinaugurar o Museu da Língua Portuguesa, destruído pelo fogo em 2015. (CNN Brasil)

Sérgio Abranches: “Todo o acervo cultural estrangeiro é digitalizado, aqui não, estão jogados em galpões. Se perdeu sobretudo o respeito pela cultura” (CBN)




Jair Bolsonaro passou os últimos anos falando quase diariamente sobre ter provas de fraudes eleitorais nos pleitos de 2014 e 2018, e tudo acabou ontem numa live. O presidente admitiu “não ter como comprovar se eleições foram fraudadas ou não”. Mas isso não o impediu de apresentar uma série de relatos antigos e já desmentidos, boatos e notícias falsas para insistir em sua cruzada pelo voto impresso. E, claro dedicou boa parte de sua live semanal a atacar o TSE e seu presidente, o ministro Luiz Roberto Barroso. (Folha)

O TSE respondeu publicando as checagens de que desmentiam a fala de Bolsonaro, além de indicar seu próprio site com respostas aos boatos sobre a urna eletrônica. (Twitter)

Barroso reagiu à retórica de Bolsonaro sobre fraudes. Na opinião do ministro, “discurso de que ‘se eu perder houve fraude’ é um discurso de quem não aceita a democracia”. Ele lembrou que, em 2014, Aécio Neves, candidato derrotado no segundo turno, pediu uma auditoria na apuração e que seu partido, o PSDB, reconheceu não ter havido indícios de fraude. (G1)

Matheus Leitão: “O presidente Jair Bolsonaro não desiste. Mesmo sem munição, sem fatos novos e sem comprovação alguma, ele continua levantando a hipótese de fraude nas urnas eleitorais e afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu mais poderes aos governadores e prefeitos no combate à pandemia do coronavírus. Mesmo que a história não se sustente, Bolsonaro insiste em contar verdades que são só suas e de mais ninguém.” (Veja)




O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse ontem, em depoimento à Polícia Federal, que recebeu um “pedido verbal” do presidente Jair Bolsonaro para apurar denúncias de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. O general disse ainda que encaminhou o caso a seu então secretário-executivo, o coronel Elcio Franco, também verbalmente, e que este negou qualquer ato irregular no contrato. O depoimento vai na linha da versão do Planalto para negar que Bolsonaro tenha ignorado a denúncia dos irmãos Miranda sobre “pressões indevidas” para a compra da Covaxin. (G1)

Apenas lembrando. O coronel Elcio Franco era a pessoa que centralizava a negociação da compra da Covaxin, e, segundo o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, parte das pressões vinham de subordinados dele, também militares levados para a pasta na gestão de Pazuello. (Exame)

Aliás... O Ministério da Saúde cancelou ontem, de forma definitiva, o contrato para compra da Covaxin, intermediado pela Precisa Medicamentos. A decisão aconteceu após a Controladoria-Geral da União (CGU) identificar adulteração em documentos apresentados pela Precisa. (UOL)




Meio em vídeo. Pedro Doria conta uma história que ouviu quando ainda estava no colégio. Uma história que se passou faz um tempo, mas não muito. E que explica tudo sobre o Brasil. Sobre Bolsonaro. Sobre o nazismo. Confira o Ponto de Partida no YouTube.

Incêndio na Cinemateca Brasileira põe mais um acervo cultural em risco

 

Incêndio na Cinemateca Brasileira põe mais um acervo cultural em risco
Incêndio na Cinemateca Brasileira põe mais um acervo cultural em risco
Objeto de denúncia do MPF por abandono e afetada por enchentes, acervo tem sido vítima de falta de apoio, descaso —e agora, fogo

Se a eleição fosse hoje, Bolsonaro perderia para principais adversários

 


 

O presidente Jair Bolsonaro dobrou a aposta em sua estratégia de desacreditar as eleições via urnas eletrônica em sua tradicional live de quinta-feira, pela primeira vez, com a presença da imprensa. Rodeado de ministros militares e acompanhado de seu ministro da Justiça, o presidente repetiu sua cruzada criando factoides sobre supostos indícios de fraude, e admitindo não ter provas de que as urnas são violáveis. “Não tem como comprovar se as eleições foram ou não foram fraudadas. São indícios. Crimes se desvenda com vários indícios”, disse. Às vésperas da discussão sobre o voto eletrônico ser retomada na Câmara dos Deputados, o presidente mirou seu arsenal ao ministro do STF Luis Roberto Barroso, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral, com ilações que vão pressionando as instituições. Requentando suspeitas já investigadas e desmentidas, Bolsonaro vai criando sua narrativa para aquecer sua base eleitoral para 2022, como contam Regiane Oliveira e Gil Alessi.


A investida de Bolsonaro contra as instituições democráticas acontece em meio a um contexto de aumento da rejeição ao presidente. Pesquisa Atlas Político realizada nesta semana mostra que, se as eleições fossem hoje, o mandatário perderiapara seus principais adversários no segundo turno, incluindo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com quem aparece empatado tecnicamente. O levantamento também mostra que cresce a vantagem do ex-presidente Lula em comparação à pesquisa anterior. O petista venceria por 49,2% contra 38,1%, num eventual segundo turno. Ainda segundo a Atlas, a rejeição ao presidente chegou a 62% neste final de julho, contra 36% de aprovação. Trata-se de uma alta de cinco pontos porcentuais em relação a maio, quando a CPI da Pandemia começou, aponta Carla Jiménez.

 

E o Brasil viu ameaçada mais uma parte importante de sua história e cultura na noite desta quinta-feira. Um incêndio repentino na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, destruiu parte do complexo em que estão armazenados acervos riquíssimos da sétima arte nacional. Apesar de repentino, trata-se de mais uma tragédia anunciada, já que há meses várias pessoas ligadas à instituição denunciavam o sucateamento e os problemas de estrutura na Cinemateca, como contam os repórteres Joana Oliveira e Lucas Berti. Ao EL PAÍS, o ex-conselheiro da Cinemateca, Eduardo Morettin, disse que incidentes como esse podem causar danos irreparáveis a “uma parte da história de preservação do cinema e do Estado brasileiro.”

 

O alento veio de Tóquio, com a vitória de duas brasileiras que superaram lesões gravíssimas e tiveram um longo caminho de recuperação até chegarem ao pódio nestes Jogos Olímpicos. A judoca Mayra Aguiar conquistou seu terceiro bronze consecutivo nas Olimpíadas, um feito inédito para uma atleta brasileira em esportes individuais. Já a jovem Rebeca Andrade conquistou a inédita medalha para a ginástica artística feminina do Brasil, encantando Tóquio ao som de Baile de favela, em mais um exemplo da força da mulher negra brasileira. Reportagem de Carlos Arribas, que está no Japão acompanhando os Jogos, mostra como elas e outras mulheres latinas têm brilhado na Olimpíada da superação.

 


Com rejeição de 62%, Bolsonaro perderia para Lula, Mandetta, Ciro, Haddad e Doria no segundo turno
Com rejeição de 62%, Bolsonaro perderia para Lula, Mandetta, Ciro, Haddad e Doria no segundo turno
Pesquisa da Atlas mostra que noticiário negativo, envolvendo erros na gestão da pandemia e suspeitas de corrupção na compra da vacina, elevaram a sua reprovação
Bolsonaro não tem provas sobre fraude de urnas, mas insiste em ilação
Indícios apresentados são fragmentos de notícias que tratam de suspeitas já investigadas e desmentidas pelo TSE

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Julho ainda não terminou, mas já contabiliza 33.660 mortes por Covid-19 em todo o país

 Julho ainda não terminou, mas já contabiliza 33.660 mortes por Covid-19 em todo o país, acima do mês mais letal do ano passado, junho, quando morreram 32.912 pessoas. Por outro lado, este mês transcorreu quase todo em tendência de queda e acumula um total de óbitos 59% menor que os 82.401 de abril, o pior da pandemia. (G1)

Nesta quarta-feira o Brasil voltou a registrar média móvel em sete dias abaixo de 1.100. Com 1.366 óbitos, a média ficou em 1.083, o menor patamar desde 22 de fevereiro. No total, 553.272 pessoas perderam a vida no país. (UOL)

O governo de São Paulo anunciou que vai concluir a aplicação da primeira dose de vacinas de adultos no dia 16 de agosto e começar a de adolescentes em 18. No dia 17 devem ser suspensas todas as restrições ao funcionamento de estabelecimentos comerciais. Especialistas temem que a reabertura geral provoque um repique da doença. (Folha)

Hoje a Fiocruz começa, em parceria com a prefeitura do Rio e a ONG Redes da Maré, a vacinar todos os 30 mil adultos do Complexo da Maré. A vacinação em massa faz parte de um projeto de acompanhamento da ação dos imunizantes em grandes grupos. (G1)

É preciso mesmo acompanhar de perto o desempenho das vacinas na população em geral, que é bem diferente dos testes. Um estudo feito pela própria Pfizer e por outras instituições mostrou que a efetividade dessa vacina cai de 96% nos primeiros dois meses após a aplicação para 84% após seis meses. Isso indica a possível necessidade de uma terceira dose para reforçar a imunização. (Globo)

Aqui o problema é mais grave. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, precisou convocar uma cadeia de rádio e TV para pedir que as pessoas tomem a segunda dose. (CNN Basil)




Chegou ao Sudeste a temida massa polar que deve trazer frio recorde, o que é sempre pior para quem tem de viver nas ruas. Nessas horas fala alto a empatia. Atendendo a um pedido do padre Júlio Lancellotti, o governo de São Paulo liberou a estação Dom Pedro II para servir como abrigo noturno até o fim de semana. Igrejas e sinagogas também receberão a população de rua. Há também uma campanha para doação de roupas e cobertores. (G1)

O polvo do Centrão quer mais um naco do ministério de Guedes

 Nem bem conseguiu a mão, a Casa Civil, o Centrão quer o braço. O bloco parlamentar estaria se movimentando para recriar (e ocupar) o Ministério do Planejamento, que englobaria a Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Seria um duro golpe no ministro Paulo Guedes, cuja pasta da Economia já foi fatiada para a recriação do Ministério do Trabalho. Há uma grande expectativa em relação ao envio do projeto de Orçamento da União para o ano que vem, que tem de acontecer até o fim de agosto. Por enquanto, Guedes resiste. Vale lembrar que o Centrão já controla, via Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, o chamado orçamento secreto. (Estadão)

Ontem Bolsonaro publicou a MP que recria o Ministério do Trabalho e nomeou o ex-secretário-geral da Presidência Onyx Lorenzoni para a pasta. O novo ministro traz para si a gestão milionária do FGTS e do FAT, que antes estavam com Guedes, e ainda vai ter centenas de cargos para preencher por indicação. (UOL)

A despeito do casamento no governo com o PP, maior partido do Centrão, Bolsonaro ainda não tem um partido para chamar de seu. Ontem ele chegou a dizer que não sabe se vai disputar a eleição do ano que vem, o que é visto como uma estratégia para não ser acusado de campanha antecipada. (Metrópoles)




O Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu com dureza incomum a mais uma afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que a Corte o impediu de agir contra a pandemia. A conta oficial do Supremo no Twitter publicou um vídeo explicando a decisão sobre a autonomia de estados e municípios, acompanhado do seguinte texto: “O STF não proibiu o governo federal de agir na pandemia! Uma mentira contada mil vezes não vira verdade!” (Folha)

Contexto: A frase ‘uma mentira contada mil vezes vira verdade’ é apócrifa, porém usualmente adotada para descrever o método de propaganda de Joseph Goebbels, ministro de Adolf Hitler no Terceiro Reich.

E ficou para a próxima semana o encontro entre Bolsonaro e os presidentes dos demais Poderes para tentar aparar arestas, conta Carolina Brígido. Idealizado por Luiz Fux, presidente do STF, a reunião deveria ter acontecido na manhã em que Bolsonaro acabou internado por problemas no intestino. (UOL)




Ontem foi Dia do Agricultor, e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) homenageou a categoria com um tuíte mostrando a silhueta de um homem armado com um rifle num campo. A foto depois foi identificada como vinda de um banco internacional de imagens e representar um caçador. Diante da repercussão negativa, a Secom tirou o tuíte do ar. (G1)




Paulo Lima, líder do grupo Entregadores Antifascistas, se apresentou ontem à polícia e confessou ter incendiado pneus na estátua de Borba Gato no último sábado, na Zona Sul de São Paulo. Preso temporariamente, ele disse que o objetivo da ação era “abrir o debate” sobre a conveniência do monumento a “um genocida e abusador de mulheres”. (Poder360)

Os pontos-chave para entender a crise na Tunísia

 

Os pontos-chave para entender a crise na Tunísia
Os pontos-chave para entender a crise na Tunísia
Presidente Kais Said invocou de forma questionável um artigo da Constituição e desafia a única democracia árabe

Fogo no Borba Gato cobra a identidade de São Paulo

 


O fogo deste sábado, 24, no entorno da gigantesca estátua do bandeirante Manuel de Borba Gato abriu caminho para discutir quais símbolos a cidade de São Paulo deseja para reconhecer sua identidade. O ato político que queimou o desbravador de um passado de colonização e violência levou à prisão do entregador Paulo Galo Lima, ou ‘Galo de Luta’, criador do movimento dos Entregadores Antifascistas e líder do Revolução Periférica. Galo assumiu a autoria do incêndio, e se apresentou de forma voluntária à polícia. “O ato foi para abrir um debate, não para machucar alguém ou causar pânico na sociedade. E o debate foi aberto”, disse ele. Regiane Oliveira conversou com historiadores que defendem a revisão de uma homenagem feita por um pequeno grupo século atrás e que já não casa com o presente.

Enquanto isso, na data em que o Peru celebrou os 200 anos de sua independência, Pedro Castillo, um professor rural de uma pequena escola nos Andes, foi empossado presidente, após uma eleição que se arrastou com os questionamentos de sua opositora, Keiko Fujimori, candidata da elite. De Lima, os correspondentes Jacqueline Fowks e Juan Diego Quesada contam que Castillo enfrenta os desafios de unir um país fraturado e colocar em prática sua agenda política com um baixo apoio popular e sem a maioria no Congresso — seu partido tem só 37 das 130 cadeiras. "Executaremos o que o povo decidir”, declarou o novo presidente em tom conciliador.

Nesta edição, Eliane Brum analisa as dúvidas sobre um eventual assalto à democracia em 2022 e  reconstroi a origem do golpe branco que a democracia brasileira vive, a partir do esgarçamento da linguagem muito antes da eleição de 2018, que formalmente colocou a extrema direita no poder. “Quando a presidenta é chamada de “vaca” e de “puta” em estádios de futebol, na Copa de 2014; quando, em 2015, um adesivo com sua imagem de pernas abertas se populariza nos tanques de combustível dos carros, de forma que a mangueira a penetre, simulando um estupro; e, finalmente, em 2016, durante a sessão que aprova a abertura do impeachment, em que Jair Bolsonaro, então deputado, dedica seu voto ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, “o pavor de Dilma Rousseff”.

Dos golpes, às revoluções no esporte — a ginasta norte-americana Simone Biles surpreendeu o mundo. Após encantar com atuações impecáveis nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, a atleta voltou a ganhar as atenções, mas desta vez por um outro motivo: a coragem. Mesmo favorita nas Olimpíadas de Tóquio, Biles deu um passo atrás e desistiu das provas para cuidar de sua saúde mental, mostrando que há toda uma vida para além do pódio: “Fora da ginástica, quem sou eu?”, perguntou a si mesma, como conta a reportagem de Carlos Arribas.


Prisão de ativista que queimou Borba Gato gera debate sobre memória de SP
Prisão de ativista que queimou Borba Gato gera debate sobre memória de SP
Paulo ‘Galo’ Lima e sua esposa foram detidos nesta quarta. Historiadores pedem diálogo: “Já passou da hora de ressignificarmos os monumentos”

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Nesta terça-feira foram registradas 1.320 mortes por Covid-19 no país, totalizando 551.906

 Os Jogos de Tóquio tiveram ontem seu maior choque. A americana Simone Biles, maior estrela da ginástica, abandonou a competição por equipes após errar um salto. Mais tarde, ela foi além e anunciou que também não vai participar da final individual geral. (Globo)

Em entrevista coletiva, a ginasta disse que desistiu para não prejudicar as chances da equipe, que ficou com a prata, e afirmou se preocupar mais com a própria saúde mental. “A vida não é apenas ginástica”, desabafou. (ESPN)

A desistência de Biles é uma má notícia para o esporte, mas um incentivo a mais para a brasileira Rebeca Andrade, que ficou em segundo lugar na classificação individual geral. Agora ela é uma das favoritas ao ouro, que será disputado amanhã, a partir das 7h50. (Estadão)

O futebol masculino brasileiro sacramentou a ida às quartas de final ao vencer há pouco a Arábia Saudita por 3 a 1. (Globo Esporte)

Para os brasileiros que ficaram acordados, a madrugada foi de revolta. A judoca brasileira Maria Portela foi derrotada pela russa Madina Taimazova após receber três punições no tempo extra. Nas redes, astros brasileiros do judô reclamaram da arbitragem. Maria teria conseguido um wazari, que não foi validado. O golpe lhe daria a vitória. (UOL)

E a dupla derrota de Gabriel Medina no surfe continua rendendo. Após o brasileiro reclamar das notas que deram a vitória na semifinal a Kanoa Igarashi, o japonês, que terminou com a prata, ironizou na redes sociais. “Chora chora q tou feliz! Hehehehe”, tuitou em português. (Globo Esporte)

Mas o diretor técnico da Associação Internacional de Surfe, Erik Krammer, baixou a bola (ou a onda) da polêmica. Segundo ele, o resultado estava certo, e Medina não foi prejudicado. (Globo)




Secretários de Saúde reagiram à inciativa do Ministério da Saúde de reduzir para 21 dias o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer, atualmente em três meses. Preocupados com a disponibilidade de imunizantes, eles querem a mudança apenas em setembro, quando esperam já terem vacinado toda a população adulta com uma dose. (G1)

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o ministério anunciaram que a vacinação de menores entre 12 e 17 anos só começará após o envio de doses para adultos e que seguirá prioridades, como a presença de comorbidades. As entidades pedem que estados e municípios não antecipem unilateralmente a imunização. (CNN Brasil)

Nesta terça-feira foram registradas 1.320 mortes por Covid-19 no país, totalizando 551.906. A média móvel em sete dias, 1.086, ficou abaixo de 1.100 pela primeira vez desde 23 de fevereiro. (UOL)

Nos EUA, com o avanço da variante delta, o governo recuou e voltou a recomendar o uso de máscaras em lugares fechados mesmo para quem já tomou as duas doses da vacina. (G1)




O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) informou nesta terça-feira que não houve perda de dados com a instabilidade em seu sistema identificada neste fim de semana. Usuários não conseguiam acessar a Plataforma Lattes, onde fica registrada a vida acadêmica e profissional de praticamente todos os cientistas, professores e pesquisadores brasileiros. No Twitter, o CNPq garantiu ter becape de todos os dados e informou ainda que o incidente não vai afetar o pagamento de bolsas. (G1)

Desde sábado corriam boatos de que a instituição havia sofrido um ataque hacker, a verdade era mais prosaica. Um servidor queimou. (TecMundo)

Capo do Centrão assume ministério mais importante do Planalto

 A minirreforma ministerial para dar mais poder ao PP (e ao Centrão) foi consolidada ontem. O presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro e aceitou o convite para assumir a Casa Civil. O objetivo da nomeação seria aparar as arestas entre o Executivo e o Legislativo, mas o futuro ministro tem participação em pelo menos uma delas. Ele é um dos signatários do manifesto de presidentes de partidos contra o voto impresso, bandeira de Bolsonaro. Criticado pelo ex-presidente Lula — cujo governo foi apoiado pelo PP de Nogueira, aliás — por nomear um líder do Centrão, o presidente disse a uma rádio que estava entregando a “alma do governo” (a Casa Civil) ao senador. (Globo)

Um efeito colateral da ida de Nogueira para a Casa Civil é que o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) ganhou uma suplência na CPI da Pandemia, onde já apareceu diversas vezes para criar tumulto. (Estadão)

A adesão completa ao governo continua provocando calafrios em parte do PP. Segundo o Radar, deputados que estão visitando as bases durante o recesso estão assustados com a rejeição ao presidente Bolsonaro. Segundo um deles, “90% do eleitor de direita gostaria de uma opção diferente”. (Veja)

Sérgio Abranches: “O presidencialismo de coalizão não é um ecossistema propício para mudanças tardias de ministério que buscam fortalecer presidentes politicamente fracos. Ciro Nogueira foi para o Gabinete Civil não para dar a maioria a Bolsonaro, coisa que não conseguiria, mas para aproveitar-se pragmaticamente do poder e do controle sobre políticas públicas. É, em boa medida, um voo solo.”




Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos ajuda a entender como nosso momento turbulento impacta o cenário para as eleições de 2022. O que pode acontecer se Bolsonaro for reeleito? E se Lula for escolhido? Confira no YouTube.




O ministro do STF Gilmar Mendes encaminhou para a Procuradoria-Geral da República quatro ações contra o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. Ele é acusado de ameaçar, por meio de um interlocutor, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizendo que, sem voto impresso, não haveria eleições no ano que vem. Braga Netto e Lira negam o incidente.  (Poder360)




O Ministério Público Federal devolveu à Polícia Legislativa para mais perícias o inquérito sobre as agressões à deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Como informa Lauro Jardim, a análise das câmeras de segurança mostrou que a parlamentar não saiu de casa por cinco dias e que nenhuma pessoa estranha entrou ou saiu do prédio no dia da agressão. (Globo)




O TRE-SP absolveu por unanimidade o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) da acusação de caixa 2 na campanha municipal de 2012. Em 2019, ele havia sido condenado na primeira instância a quatro anos e seis meses de prisão. (G1)




Mais Meio em vídeo. Um grupo de militantes ateou fogo na estátua do Borba Gato e trouxe para o Brasil o debate sobre botar abaixo monumentos históricos no mundo. Há três debates misturados nisso: o da liberdade de expressão política, o do crime e o da definição do que é história. Veja o Ponto de Partida no YouTube.