A minirreforma ministerial para dar mais poder ao PP (e ao Centrão) foi consolidada ontem. O presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro e aceitou o convite para assumir a Casa Civil. O objetivo da nomeação seria aparar as arestas entre o Executivo e o Legislativo, mas o futuro ministro tem participação em pelo menos uma delas. Ele é um dos signatários do manifesto de presidentes de partidos contra o voto impresso, bandeira de Bolsonaro. Criticado pelo ex-presidente Lula — cujo governo foi apoiado pelo PP de Nogueira, aliás — por nomear um líder do Centrão, o presidente disse a uma rádio que estava entregando a “alma do governo” (a Casa Civil) ao senador. (Globo)
Um efeito colateral da ida de Nogueira para a Casa Civil é que o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) ganhou uma suplência na CPI da Pandemia, onde já apareceu diversas vezes para criar tumulto. (Estadão)
A adesão completa ao governo continua provocando calafrios em parte do PP. Segundo o Radar, deputados que estão visitando as bases durante o recesso estão assustados com a rejeição ao presidente Bolsonaro. Segundo um deles, “90% do eleitor de direita gostaria de uma opção diferente”. (Veja)
Sérgio Abranches: “O presidencialismo de coalizão não é um ecossistema propício para mudanças tardias de ministério que buscam fortalecer presidentes politicamente fracos. Ciro Nogueira foi para o Gabinete Civil não para dar a maioria a Bolsonaro, coisa que não conseguiria, mas para aproveitar-se pragmaticamente do poder e do controle sobre políticas públicas. É, em boa medida, um voo solo.”
Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos ajuda a entender como nosso momento turbulento impacta o cenário para as eleições de 2022. O que pode acontecer se Bolsonaro for reeleito? E se Lula for escolhido? Confira no YouTube.
O ministro do STF Gilmar Mendes encaminhou para a Procuradoria-Geral da República quatro ações contra o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. Ele é acusado de ameaçar, por meio de um interlocutor, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizendo que, sem voto impresso, não haveria eleições no ano que vem. Braga Netto e Lira negam o incidente. (Poder360)
O Ministério Público Federal devolveu à Polícia Legislativa para mais perícias o inquérito sobre as agressões à deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Como informa Lauro Jardim, a análise das câmeras de segurança mostrou que a parlamentar não saiu de casa por cinco dias e que nenhuma pessoa estranha entrou ou saiu do prédio no dia da agressão. (Globo)
O TRE-SP absolveu por unanimidade o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) da acusação de caixa 2 na campanha municipal de 2012. Em 2019, ele havia sido condenado na primeira instância a quatro anos e seis meses de prisão. (G1)
Mais Meio em vídeo. Um grupo de militantes ateou fogo na estátua do Borba Gato e trouxe para o Brasil o debate sobre botar abaixo monumentos históricos no mundo. Há três debates misturados nisso: o da liberdade de expressão política, o do crime e o da definição do que é história. Veja o Ponto de Partida no YouTube.
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