sexta-feira, 23 de julho de 2021

Extrema direita mundial estreita laços com Governo Bolsonaro

 


O Brasil viveu mais um dia de tensão institucional, após uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo expor a pressão da cúpula militar para que o Congresso Nacional aprove o voto impresso para as eleições de 2022 —uma controversa bandeira do presidente Jair Bolsonaro que, sem provas nem evidências, vem acusando o sistema eleitoral brasileiro de fraude. Embora tanto o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, quanto o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), tenham negado publicamente o movimento de pressão sobre o Legislativo —e todos os Poderes tenham se apressado para tentar apagar mais este incêndio—, o episódio elevou a desconfiança em relação aos militares, cuja credibilidade já tem se perdido pelo embarque às teses bolsonaristas. No fim do turbulento dia, a deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) exibiu orgulhosa uma foto com a parlamentar alemã Beatriz von Storch, do partido de extrema direita AfD, acrescentando mais uma camada de tensão sobre o denso clima em Brasília. Tanto a imagem da parlamentar quanto a movimentação para lançar suspeitas sobre as eleições brasileiras reforçam o que reporta o jornalista Jamil Chade, que narra na reportagem que abre esta edição como o Brasil tornou-se um terreno fértil para expandir as ideias da ultradireita sob o Governo Bolsonaro.

Enquanto o Brasil acompanha os desdobramentos de seu xadrez político, o mundo volta os olhos para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que começam oficialmente nesta sexta-feira, com um ano de atraso. Serão mais de três horas de festa, num estádio esvaziado e num país silenciado pelo temor do avanço da pandemia de covid-19. Apesar de ocorrer sem público, a Olimpíada 2020 é a maior da história, com 339 medalhas de ouro em disputa. O Brasil espera superar seu próprio recorde de medalhas nesta edição, mesmo tendo bem menos atletas nesta competição que na Rio 2016. O repórter Diogo Magri conta que, dos 301 atletas brasileiros no Japão, 31 são medalhistas, 18 campeões olímpicos e 174 estreantes, que esperam trazer para o país mais que as 19 medalhas conquistadas nos Jogos anteriores. “Trabalho com a perspectiva de superar a Rio-2016 quer seja no número de medalhas, quer seja no número de medalhas de ouro, quer seja em número de modalidades que disputaram medalhas”, afirma Paulo Wanderley, presidente do COB. Veja quais são as principais chances de medalha olímpica do Brasil.

E ainda nesta edição, destacamos como as redes sociais foram aliadas dos jovens de Cuba para abrir uma janela de independência dentro do regime e organizar os maiores protestos desde os anos noventa. Com transmissões ao vivo pela internet e uma inédita mobilização nas redes, apesar dos parcos recursos tecnológicos na ilha, os cubanos foram às ruas exigir que as vozes deles sejam ouvidas pelo mundo. Sem a internet, não teria sido tão grande o impacto do Movimento San Isidro e a viralização da canção Patria y vida, o hino dissidente que virou às avessas um antigo lema oficial (Pátria ou Morte) e que irritou o Governo.


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