Mensagens no celular apreendido do PM Luiz Paulo Dominguetti indicam que o presidente Jair Bolsonaro esteve pessoalmente envolvido na negociação para compra de doses da AstraZeneca através da empresa Davati, com intermediação do próprio policial e do reverendo Amilton Gomes de Paula. Numa das mensagens, Dominguetti cobra de um interlocutor documentos porque “Bolsonaro está pedindo”. Em outra, diz que “o presidente tá apertando o reverendo. Tem um pessoal da presidência lá para buscar o reverendo”. (Antagonista)
Em meio à opinião pública, a situação de Bolsonaro é muito ruim. Segundo pesquisa do PoderData, 50% dos ouvidos acreditam que o presidente está envolvido diretamente com corrupção. A maior parcela, 76%, está entre os mais ricos, um grupo que tradicionalmente o apoia. (Poder360)
E Bolsonaro admitiu ontem que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) relatou a ele suspeitas sobre a compra da vacina indiana Covaxin e entregou-lhe “alguns papéis”. Perguntado sobre o que fez com esse material, ele disse que “passou pra frente isso daí”, numa referência a uma suposta investigação pedida a Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde. Bolsonaro deu as declarações ao sair de uma reunião com o presidente do STF, Luiz Fux. Logo em seguida, Luis Miranda soltou uma nota dizendo que isso confirmava seu relato sobre as denúncias. “Denunciamos as irregularidades com a certeza de que as providências seriam tomadas. Como resultado, fomos atacados e caluniados publicamente”, disse. (UOL)
Por falar em Covaxin, a Polícia Federal abriu ontem inquérito para investigar se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação na compra da vacina indiana. A medida atende a uma determinação da ministra do STF Rosa Weber. Bolsonaro reagiu com um argumento inusitado. “Eu entendo que a prevaricação se aplica a servidor público. Não se aplicaria a mim”, alegou. Pela lei, porém, o presidente da República é considerado, sim, um servidor público. (Estadão)
Para o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), o crime de responsabilidade de Bolsonaro ao não atuar após as denúncias envolvendo a Covaxin está “cada vez mais claro”. (Folha)
E o ministro Luiz Fux, do STF, deu à diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, o direito de ficar calada em seu depoimento hoje à CPI da Pandemia. A Precisa foi a empresa que serviu de intermediária na compra da Covaxin. Um de seus sócios, Francisco Maximiano, é acusado de fraudes em outros contratos com o Ministério da Saúde. (Metrópoles)
Na tentativa de jogar água na fervura institucional dos últimos dias, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, teve uma reunião com Bolsonaro. No encontro, o ministro pediu respeito aos limites constitucionais e propôs um encontro entre os presidentes dos Três Poderes em nome da “estabilidade do regime político”. Bolsonaro também amenizou, dizendo que os Poderes estão alinhados e “respeitosos para com a Constituição”.(Globo)
Enquanto isso... Bolsonaro confirmou a indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, para o STF na vaga aberta pela aposentadoria ontem do ministro Marco Aurélio. Mendonça terá que passar por sabatina no Senado. (CNN Brasil)
Meio em vídeo. O problema é o guarda na esquina. É assim que a gente vê que o autoritarismo começou a vencer. E já tem guardinha prendendo como se estivéssemos numa ditadura. O presidente Jair Bolsonaro não está sozinho nessa. Tem cúmplices. Os três comandantes militares e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Confira o Ponto de Partida no YouTube.
Aliás... No Rio de Janeiro um casal foi impedido de se vacinar contra a Covid-19 por usar camisas com dizeres contra Bolsonaro. O posto de vacinação fica dentro de um quartel do Corpo de Bombeiros, e o veto partiu do comandante da unidade. (Folha)
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu entrar na corrida sucessória do ano que vem. Mas, como revela Thaís Oyama, não vai disputar a indicação por seu partido. Em vez disso, vai se filiar ao PSD de Gilberto Kassab. O anúncio virá tão logo a legenda conclua a montagem dos palanques estaduais, que devem incluir o futuro-ex-tucano Geraldo Alckmin tentando voltar ao governo paulista. (UOL)
Morreu ontem em Brasília, aos 88 anos, o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima, considerado um dos mais hábeis de sua geração. Embora jamais tenha chegado a chanceler, coube a ele, entre outras iniciativas, a libertação de 450 brasileiros mantidos reféns no Iraque durante o regime de Saddan Hussein. A família não informou a causa da morte. (Poder360)
Em pronunciamento na TV estatal na manhã de ontem, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, atribuiu a “delinquentes” e youtubers os protestos que aconteceram no domingo em diversas cidades do país. Díaz-Canel disse ainda que a escassez de alimentos e produtos básicos, um dos principais motivos das manifestações, é culpa do embargo comercial americano a Cuba, reforçado no governo Trump. (Folha)
Entenda em três pontos como e por que aconteceram os protestos na ilha. (G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário