A bandeira anticorrupção que Jair Bolsonaro agitou na campanha de 2018 já não tremula, segundo pesquisa do Datafolha. Segundo o levantamento, 70% dos entrevistados avaliam que há corrupção no governo, em particular no Ministério da Saúde, e 64% acreditam que o presidente tinha conhecimento disso. O único grupo em que não há visão predominante de que há corrupção é o dos empresários. Entre eles, 50% acreditam haver irregularidades, contra 48% que discordam, um empate na margem de erro. O dado da pesquisa que mais chama atenção, porém, é outro: pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros desejam o impeachment: 54%. (Folha)
Pois é... No domingo, o Estadão pediu o impeachment de Bolsonaro em editorial. “É hora de coragem e firmeza na defesa da liberdade”, escreveram os editorialistas. “O presidente Jair Bolsonaro não reúne mais as condições para permanecer no cargo.” (Estadão)
Guilherme Amado: “Integrantes do gabinete de Bolsonaro no Palácio do Planalto estão preocupados com o cansaço físico e mental do presidente, que está sofrendo de insônia há dias, e tem enviado mensagens em grupos ao longo da madrugada. Segundo um integrante do gabinete presidencial, ele tem recebido mensagens do presidente às 2h, 4h, 6h da manhã, o que denotaria, na visão deste assessor, que Bolsonaro não está dormindo.” (Metrópoles)
Eu sua cruzada pela adoção do voto impresso, Bolsonaro, publicou ontem nas redes sociais um vídeo de 2015 no qual o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) falava de uma auditoria pedida pelo partido sobre as eleições de 2014. Bolsonaro omitiu, porém, que a investigação dos tucanos não encontrou indícios de fraude. O presidente faz insistentes acusações de irregularidades em votações com urnas eletrônicas, mas não apresentou qualquer prova, mesmo cobrado pelo TSE. (Estadão)
O clima de confronto entre o Executivo e, do outro lado, Legislativo e Judiciário não arrefeceu ao longo do fim de semana. Na sexta-feira, após Bolsonaro questionar a realização das eleições no ano que vem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que não aceitaria retrocessos à democracia e classificou como “inimigo da nação” quem tentasse algo nesse sentido. Repetidamente ofendido por Bolsonaro, o presidente do TSE, ministro Luiz Roberto Barroso, afirmou que tentativas de impedir as eleições seriam crime de responsabilidade. Até o deputado Arthur Lira (PP-AM), presidente da Câmara e aliado do governo, acabou criticando manifestações políticas de militares e “intentos antidemocráticos”, após tentar colocar panos quentes na crise. (Folha)
Paralelamente à investigação de possíveis fraudes na compra de vacinas, a CPI da Pandemia está tentando traçar um organograma que mostre a cadeia de comando do esquema. São investigados ministros, aliados do governo e até os filhos do presidente Bolsonaro. Senadores já têm indícios de que orientações e pressões para negociações de imunizantes vinham diretamente da Casa Civil, na época comandada pelo general Braga Netto. (Globo)
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), criticou neste domingo a demora da CPI em convocá-lo para depor. “Meu nome já foi citado 96 vezes na CPI. Todos os depoentes me isentaram. O dono da Precisa já disse que não me encontra há 3 anos. Reafirmo que não participei das negociações da Covaxin. Por que a CPI só me ataca e não me dá direito à defesa?! Isso tem nome: COVARDIA” (Poder360)
Virtual indicado à vaga aberta no STF com a aposentadoria hoje de Marco Aurélio, o advogado-geral terrivelmente evangélico da União, André Mendonça, ajustou o discurso para agradar os senadores, a quem cabe aprovar a indicação. Critica a Lava-Jato e promete não “criminalizar a política”. Em campanha, Mendonça apelou até ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), visto como inimigo pelo governo. (Globo)
Manifestantes foram às ruas de Havana e de outras cidades de Cuba neste domingo protestar contra o governo. Organizados pelas redes sociais, os atos foram motivados pelo agravamento da pandemia de Covid-19 e pela crise econômica provocada por ela, afetando principalmente o turismo, umas das principais fontes de renda do país. O presidente Miguel Díaz-Canel adotou a retórica tradicional do governo, acusando os manifestantes de serem “contrarrevolucionários” financiados pelos EUA e conclamando os integrantes do Partido Comunista a enfrentá-los. (G1)
O governo haitiano anunciou na noite de ontem a prisão de Charles Emmanuel Sanon, de 63 anos, suspeito de ter ordenado o assassinato do presidente Jovenel Moïse, no dia 7. Sanon é médico e vive na Flórida. (Poder360)
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