Os principais jornais do país convergem nas manchetes de capa para a aprovação pelo Congresso do novo fundo eleitoral, com tom crítico. Folha: Congresso aprova fundo de R$ 5,7 bi para pleito de 2022. Estadão: Congresso triplica o fundo eleitoral, que vai a R$ 5,7 bilhões. O Globo: Congresso triplica fundo de partidos para as eleições. O texto da LDO segue agora para a sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro. A verba dos cofres públicos é dividida entre os partidos políticos para bancar a campanha e é hoje o principal mecanismo de financiamento público dos candidatos. O colunista Vinícius Torres Freire bate duro: Golpe dos bilhões para o fundo eleitoral é alerta de que dias piores virão. "Dinheirama estimula empreendedorismo partidário e dá mais poder aos empresários das legendas de aluguel", acusa. O relator do projeto, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), alterou a versão original da proposta, enviada pelo governo em abril. O PT votou contra a LDO. Ainda na esteira das mudanças na lei eleitoral, o Senado aprovou minirreforma que dificulta acesso de partidos pequenos e prevê cota de 30% para mulheres. Outro tema no Congresso espinhoso é apontado pela Folha: Relator inclui minirreforma trabalhista em MP que permite corte de salário e jornada. No Globo, Malu Gaspar informa que ação nos bastidores da Câmara deve derrubar hoje voto impresso defendido por Bolsonaro. De volta às manchetes, o Valor vai de tema econômico no destaque principal: Compra de negócios on line aumenta disputa no varejo. Por fim, a edição brasileira do El País foca nas revelações da CPI da Covid sobre a participação de oficiais das Forças Armadas no escândalo do governo: Grupo de coronéis e reverendo protagonizaram negociação de vacina que não existia na Saúde. Nos sites dos jornais, atenção à entrevista do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à Folha, passando pano para o presidente da República. O jornal diz que o senador vê erros e acertos do governo na pandemia e trata como infeliz frase de Bolsonaro sobre eleição. Ele declarou que até bravata contra democracia é inaceitável e não descarta disputar Planalto em 2022. Ele afirmou que o diálogo com o presidente é importante para o que chama de "pacificação". Sobre o estado de saúde de Bolsonaro, jornais apontam que médicos investem em tratamento clínico do presidente para evitar riscos de nova cirurgia. Ele próprio descartou operação, mas especialistas afirmam que quadro nas próximas 48 horas ainda inspira cuidados. Lauro Jardim escreve no Globo que Bolsonaro Sobre a CPI, jornais informam que Cristiano Carvalho, representante da empresa Davati no Brasil, disse a senadores que o PM Luiz Paulo Dominguetti relatou a ocorrência de um pedido de "comissionamento" na negociação de vacinas com o Ministério da Saúde. O pedido, feito em fevereiro deste ano, teria partido do grupo do coronel da reserva do Exército Marcelo Blanco. "Segundo Cristiano, o coronel tinha uma posição 'dúbia' porque, mesmo sendo um ex-assessor, continuava assessorando Roberto Dias, que era o diretor do Departamento de Logística do ministério". Folha traz entrevista com o dono da Davati, Herman Cardenas, afirmando que sua intenção nunca foi vender as vacinas mas ser um facilitador do negócio. Ele declarou que não tinha garantia dos 400 milhões de doses e que havia alocadora entre empresa e AstraZeneca. Nas revistas semanais que começam a circular hoje, os temas são diversificados. A revista Focus Brasil, editada pela Fundação Perseu Abramo aponta a volta da velha conhecida dos pobres no país: Fome. "Falta comida na mesa dos brasileiros, sete anos depois do país deixar o Mapa da Fome da ONU com os governos do PT. Bolsonaro desmontou os programas de combate à fome. Agora, mais de 116 milhões de brasileiros não têm alimento suficiente e 19 milhões sofrem de desnutrição aguda", resume. A revista da Perseu ainda traz uma entrevista com a Denice Santiago, ex-candidata à prefeitura de Salvador pelo PT, que aborda a violência contra a mulher e o desafio da construção de uma nova política de segurança pública no país. Outro tema importante na Focus Brasil é o desdobramento da crise política, com novas suspeitas contra Bolsonaro, que teria sido abordado diretamente pelos envolvidos nas negociatas com a venda de vacinas. Também traz o impacto do Golpe de 2016 sobre a área de telecomunicações no país, com o atraso na implantação da rede 5G e a perspectiva de privatização dos Correios — erro estratégico que fere interesses nacionais. A revista Carta Capital destaca na manchete de capa um novo personagem que surge na esteira do escândalo de corrupção dentro do Ministério da Saúde. Diz o enunciado na capa: O negociador. "O reverendo Amilton de Paula é o fio de um novelo que leva ao submundo bolsonarista, a unir dinheiro, evangélicos, militares e serviços secretos", reporta. E ainda traz um artigo do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz apontando que qualquer tentativa de impedir a realização das eleições de 2022 viola a Constituição e, portanto, torna-se crime de responsabilidade. Com capa agressiva, IstoÉ se volta contra o presidente da Câmara dos Deputados, e faz acusação pesada: O sabotador-geral da República. "Até quando o presidente da Câmara, Arthur Lira, vai sentar em cima de mais de 130 pedidos de impeachment? A pressão política e as evidências de crime avançam por todos os lados e desafiam sua teimosia. Ele poderá ser questionado juridicamente por se omitir e considerado cúmplice nas sujeiras do governo", resume. Na entrevista principal, Felipe Santa Cruz alerta: Bolsonaro tenta desestabilizar a democracia. Já a revista Veja — pela terceira semana consecutiva — recusa-se a entrar em questões da política nacional. Na edição deste final de semana, a revista reserva a capa para os jogos no Japão: Polêmica olímpica. "Sem público e rejeitada pela maioria do povo japonês, a Olímpiada de Tóquio será a mais singular da história. Pressões financeiras e culturais explicam a realização dos jogos, que começam na próxima semana, em meio à pandemia", destaca. Nas páginas amarelas da Veja, a entrevista da semana é com o governador Wellington Dias: "É preciso dialogar". Ele diz não ver problemas em criar aliança com o Centrão e acredita que, por enquanto, não há provas suficientes para o impeachment do presidente. À frente do Consórcio Nordeste, grupo que reúne os estados da região, Dias afirma que a pressão dos governadores acelerou a vacinação no país, uma bem-sucedida contraposição à política do governo federal que ele avalia como "desastrosa". Na entrevista, olhando para o passado, o governador admite que a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff foi um erro, diz não ver problemas em firmar aliança com o chamado Centrão e revela que chegou a participar de conversas para a formação de uma insólita chapa com o tucano Aécio Neves (MG) com vistas às eleições presidenciais de 2010. LULA Ainda sobre Lula, Bela Megale informa no Globo que o ex-presidente e Duda Mendonça se encontraram há pouco mais de um mês. "O ex-presidente passou o dia em um hospital em São Paulo para fazer exames e soube que Duda estava lá para um tratamento. Lula decidiu fazer uma visita ao marqueteiro", relata. "Os dois não se viam há muitos anos e raramente têm contato. Segundo interlocutores do petista, a conversa não girou em torno da campanha de 2022 e não há chances de Duda trabalhar para o partido". BRASIL NA GRINGA O português Diário de Notícias aponta que o Brasil pode vir a ser governado pelo quarto indicado na linha de sucessão do governo. "Caso Bolsonaro seja operado, e sedado, tem de passar a chefia de estado ao vice-presidente. Mas o número dois está em Angola. E o número três é réu num processo, o que o impede de assumir. Sobra Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, presidenciável em 2022", resume o correspondente João Almeida Moreira. Depois do inglês The Guardian dar em manchete principal, o Washington Post destaca na edição desta sexta-feira a notícia de que a Amazônia está agora funcionando como um poluente do mundo. A floresta amazônica era o sumidouro de carbono do mundo. Partes dela agora liberam mais carbono do que pode ser absorvido. "Um estudo publicado recentemente na revista Nature sugere que o fogo e o desmatamento, junto com temperaturas mais quentes e condições marcadamente mais secas, significa que a maior floresta tropical do mundo está gradualmente perdendo sua capacidade de ser um sumidouro de carbono", informa o Post. "Acadêmicos e ativistas ambientais alertaram que se Jair Bolsonaro, um populista de direita com laços estreitos com o agronegócio, permanecer como presidente do Brasil, a floresta amazônica entrará em colapso". No Guardian, Ciro Gomes surge em entrevista ao correspondente Tom Phillips criticando o presidente Jair Bolsonaro. Mundo não tolera 'morte prematura' da democracia brasileira, diz rival do Bolsonaro — destaca o título. "O político de centro-esquerda Ciro Gomes diz ao Guardian que o Brasil está 'vivendo o pior governo de sua história'". O jornal reporta que Gomes teme que o apoio generalizado às idéias radicais de Bolsonaro entre as bases da polícia militar. Isso pode resultar em motins e "episódios espasmódicos de violência" antes das eleições do próximo ano. "O irmão senador de Gomes levou dois tiros no peito no ano passado durante uma rebelião policial, liderada por um sargento pró-Bolsonaro", aponta o jornal. "As pesquisas colocam Gomes em terceiro lugar na corrida do ano que vem, atrás do ex-presidente da esquerda Luiz Inácio Lula da Silva e de Bolsonaro". INTERNACIONAL No cenário internacional, atenção ao furo do Washington Post, que revela como haitiano que vive nos EUA, detido na investigação de assassinato, financiou uma equipe de 'segurança pessoal'. Documentos obtidos pelo Post mostram propostas para que duas firmas da Flórida fornecessem "oficiais militares privados" a Christian Emmanuel Sanon. O Pentágono admitiu que militares dos EUA já treinaram colombianos implicados no plano de assassinato do presidente do Haiti. O primeiro-ministro do Haiti é suspeito de mandar matar presidente, diz a imprensa colombiana. Wall Street Journal mantém ampla cobertura sobre o tema, noticiando que ex-soldados, oficiais de segurança e empresários conspiraram para matar o presidente haitiano, Jovenel Moïse, segundo autoridades. Várias pessoas, incluindo dois ex-soldados colombianos, se encontraram nos últimos meses na República Dominicana e no Haiti em uma conspiração que levou ao assassinato, disseram autoridades haitianas e colombianas. O jornal ainda confirma que suspeitos do assassinato do presidente do Haiti receberam treinamento dos Estados Unidos. Os ex-militares colombianos estão entre os milhares de soldados daquele país que receberam treinamento militar dos EUA. O estadunidense The New York Times noticia em manchete de capa que democratas pressionam por orçamento para cumprir as ambições econômicas agressivas de Biden. O projeto de US$ 3,5 trilhões em avaliação no Senado cumpriria, pelo menos temporariamente, a promessa econômica de uma Washington unificada dirigida por democratas. No Wall Street Journal, a manchete primeira página alerta que muitos empregos perdidos durante a pandemia do Coronavirus simplesmente não vão voltar. As empresas americanas veem a automação e outras mudanças que economizam mão de obra como uma forma de sair da crise da saúde com uma força de trabalho permanentemente menor. O New York Times relata ainda que democratas pedem imposto sobre importações de países poluentes. O plano de orçamento de US$ 3,5 trilhões do partido incluiria uma tarifa de carbono, bem como uma série de outras ações climáticas. Os democratas concordaram em incluir um imposto sobre as importações de países que carecem de políticas agressivas de mudança climática como parte de um amplo plano de orçamento de US$ 3,5 trilhões abastecido com outras disposições destinadas a reduzir a poluição por combustíveis fósseis nos Estados Unidos. A mudança para tributar as importações foi divulgada na quarta-feira, no mesmo dia em que a União Européia delineou sua própria proposta de um imposto semelhante na fronteira do carbono, uma nova ferramenta que visa proteger a manufatura doméstica e, ao mesmo tempo, pressionar outros países a reduzir as emissões que estão aquecendo o planeta. A China é o maior emissor mundial de gases de efeito estufa que estão causando o aquecimento global, seguida em ordem decrescente pelos Estados Unidos, União Europeia, Índia, Rússia, Japão, Brasil, Indonésia, Irã e Canadá. Na Europa, os jornais estão repletos de manchetes sobre a escalada de fortes chuvas que trouxeram catástrofes e enchentes, resultando em mais de cem mortos. O inglês The Guardian dá em destaque na capa: Dezenas de mortos enquanto chuvas fortes trazem inundações catastróficas para a Europa. O diário britânico informa que cientistas do clima estão chocados com a escala das enchentes na Alemanha. "Dilúvio aumenta o temor de que a perturbação causada pelo homem esteja tornando as condições climáticas extremas ainda piores do que o previsto", escreve Jonathan Watts. O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca em manchete de capa sobre os "numerosos mortos após tempestades". A chanceler Angela Merkel (CDU) disse durante a visita a Washington, que ficou chocada com os muitos mortos no desastre. "Lugares pacíficos estão passando por uma catástrofe nestas horas, você poderia dizer uma tragédia", declarou. A chanceler anunciou ajuda para as áreas de tempestade. Onde o governo federal puder ajudar, "faremos isso", disse Merkel. Isso se aplica não apenas à situação aguda, mas também ao apoio de obras. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também prometeu ajuda aos países afetados pela inundação. Além da Alemanha, a Bélgica passa por situação calamitosa. O francês Le Monde destaca no site: O impacto do mau tempo na Europa é agora de 118 mortos. O inglês The Times alerta para onda de calor na Inglaterra como 31°C previsto para domingo. |
AS MANCHETES DO DIA |
Focus Brasil: Fome. Falta comida na mesa dos brasileiros, sete anos depois do país deixar o Mapa da Fome da ONU com os governos do PT. Bolsonaro desmontou os programas de combate à fome. Agora, mais de 116 milhões de brasileiros não têm alimento suficiente e 19 milhões sofrem de desnutrição aguda Carta Capital: O negociador. O reverendo Amilton de Paula é o fio de um novelo que leva ao submundo bolsonarista, a unir dinheiro, evangélicos, militares e serviços secretos IstoÉ: O sabotador-geral da República. Até quando o presidente da Câmara, Arthur Lira, vai sentar em cima de mais de 130 pedidos de impeachment? A pressão política e as evidências de crime avançam por todos os lados e desafiam sua teimosia. Ele poderá ser questionado juridicamente por se omitir e considerado cúmplice nas sujeiras do governo Veja: Polêmica olímpica. Sem público e rejeitada pela maioria do povo japonês, a Olímpiada de Tóquio será a mais singular da história. Pressões financeiras e culturais explicam a realização dos jogos, que começam na próxima semana, em meio à pandemia Folha: Congresso aprova fundo de R$ 5,7 bi para pleito de 2022 Estadão: Congresso triplica o fundo eleitoral, que vai a R$ 5,7 bilhões O Globo: Congresso triplica fundo de partidos para as eleições Valor: Compra de negócios on line aumenta disputa no varejo El País (Brasil): Grupo de coronéis e reverendo protagonizaram negociação de vacina que não existia na Saúde BBC Brasil: 'Tinha patrão, hoje tenho cliente': as diferenças de ser doméstica no Brasil e nos EUA UOL: Bolsonaro faz tratamento terapêutico para evitar riscos de nova cirurgia G1: Sobe para 80 número de mortos após chuvas na Alemanha; 1.300 estão desaparecidos R7: Saque do auxílio emergencial é liberado para 2,1 milhões de beneficiários nascidos em novembro Luis Nassif: A CPI e as jogadas internacionais com vacinas Tijolaço: Não funciona Bolsonaro ser vítima e agressor Brasil 247: Voto impresso proposto por Bolsonaro pode ser derrubado hoje na Câmara dos Deputados DCM: Congresso aprova fundo eleitoral de quase R$ 6 bi Rede Brasil Atual: CPI investigará papel das 'fake news' no agravamento da pandemia Brasil de Fato: "Fui asfixiado, não conseguia respirar", denuncia haitiano agredido em fábrica da Brasil Foods Ópera Mundi: 'Esquerda italiana cedeu ao neoliberalismo', diz Tiziana Barillà Fórum: Oposição se une em ação no STF contra a privatização da Eletrobras Poder 360: Preço da tarifa de energia residencial cresceu mais de 100% desde 2013 New York Times: Orçamento visa remodelar a economia. Democratas vêem plano como chave para uma agenda Washington Post: Na investigação do Haiti, um elemento financeiro WSJ: Muitos empregos perdidos na pandemia devem ser eliminados permanentemente Financial Times: Revolut avaliada em US$ 33 bilhões e se torna o maior grupo privado de tecnologia de todos os tempos do Reino Unido The Guardian: Dezenas de mortos enquanto chuvas fortes trazem inundações catastróficas para a Europa The Times: Johnson apóia novo imposto para transformar a assistência social Le Monde: Acordo verde: Europa lança sua revolução climática Libération: Inteligência. Mergulhando no coração da escuta El País: "Alterou-se a ordem público e isso legitima o estado de exceção" El Mundo: Calvo quis aplicar o estado de exceção e Bolaños a rejeitou Clarín: Inflação de junho foi 3,2% e, em um ano, a alta de preços já superou 50% Página 12: Argentnik Granma: A este povo nunca faltarão as virtudes patrióticas Diário de Notícias: 78% dos portugueses satisfeitos com vacinação. Com o governo, só metade Público: Crianças que estudam em casa passam a ter acesso a manuais gratuitos Frankfurter Allgemeine Zeitung: Numerosos mortos após tempestades The Moscow Times: Primeiro noticiário "indesejável" da Rússia promete nova investigação bombástica, desafiando a proibição Global Times: Começa o comércio nacional de carbono da China, intensificando os esforços para atingir a meta de descarbonização Diário do Povo: China emite diretrizes sobre reforma de alto nível, abertura de Pudong em Xangai |
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