O Peru conseguiu desatar o nó das suas eleições que se arrastava há semanas. O Júri Nacional de Eleições proclamou nesta segunda-feira o professor rural e dirigente sindical de esquerda Pedro Castillo como vencedor do segundo turno, 43 dias após o término da votação oficial. Nesse período, o tribunal analisou e finalmente rejeitou mais de 270 pedidos apresentados pela candidata conservadora Keiko Fujimori para anular os votos de seu oponente. De acordo com os resultados oficiais, o candidato do Peru Libre obteve 50,12% dos votos em 6 de junho, ante 49,87% de Fujimori, o que representa uma diferença de pouco mais de 44.000 votos. Finalmente Fujimori anunciou que reconhecia os resultados que consagraram Pedro Castillo presidente, “porque é o que a lei e a Constituição determinam”. A opositora disse que para se defender “do comunismo” seus seguidores não deveriam cair “em nenhum tipo de violência”, muito embora tenham feito protestos em frente às casas dos magistrados do tribunal e chegaram a tentar tomar o Palácio do Governo na última quinta. Do outro lado do mundo, o Japão tentar destravar seus Jogos Olímpicos. Às vésperas do início do evento esportivo, o silêncio e o medo tomam conta do país. Mergulhada no quarto estado de emergência desde o início da pandemia, a capital japonesa enfrenta um novo surto de covid-19 e lida com a notícia de que ao menos quatro atletas hospedados na Vila Olímpica testaram positivo para o vírus. Fatores que agravam o ceticismo do público que questiona a conveniência da realização dos Jogos. A Toyota, patrocinadora oficial das Olimpíadas, anunciou nesta segunda-feira a retirada de seu apoio à competição devido ao baixo apoio popular, conta a correspondente Inma Bonnet Bailén. A pandemia está longe de ser equacionada e há ainda muita circulação do vírus nos países em que a vacinação ainda avança a passos lentos. Menos de um em cada cinco latino-americanos já recebeu as duas doses da vacina contra a covid-19, por exemplo. E menos de um terço da população da região recebeu pelo menos uma dose. Os contínuos picos de contágio da doença —alimentados por variantes como a delta e a lambda— geram questionamentos sobre a estratégia de vacinação na América Latina, que se vê ante ao dilema de fornecer uma dose para muitos ou duas doses para poucos. Jorge Galindo analisou os impasses que a região vive em termos de imunização e explica, através de dados e infográficos, as possíveis soluções. Enquanto isso, a variante delta é motivo de preocupação nos países ricos que estavam confortáveis depois da vacinação massiva. A normalidade, que parecia tão próxima há algumas semanas, começa a se distanciar diante dos novos picos de contágio. As bolsas caíram nos principais mercados globais com a frustrada expectativa de que a atividade econômica seria retomada logo. De Paris, Marc Bassets conta os métodos que os governos ensaiam para evitar novos confinamentos e restrições drásticas, e como a falta de coordenação entre os países tem dificultado a contenção do avanço da pandemia. Para ler com calma, um pouco mais sobre a meritocracia e as armadilhas que ela cria. Sergio C. Fanjul conta como esta ideia, que lançou por terra o sistema aristocrático, hoje serve para perpetuar mitos e desigualdades em nossa sociedade. | |||||
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