terça-feira, 20 de julho de 2021

Bolsonaro diz que vetará Fundão eleitoral; maior fatia iria para oposição

 O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira que vai vetar o fundo eleitoral aprovado pela Câmara na semana passada dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias. “É uma cifra enorme que, no meu entender, está sendo desperdiçada”, disse ele, em entrevista à TV Brasil. “Posso adiantar que não será sancionada.” O valor aprovado, R$ 5,7 bilhões, é o triplo do R$ 1,7 bilhão gasto na eleição presidencial anterior, em 2018. A bancada bolsonarista, incluindo os filhos do presidente que têm mandato no Congresso, votou em peso a favor do fundo, o que provocou reações iradas de seus seguidores nas redes sociais. Bolsonaro, aliás, voltou a responsabilizar o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), pela aprovação do fundo. Ramos, que o presidente chamou de “insignificante”, presidiu a sessão que votou a LDO. (UOL)

Então... Ramos de bate-pronto. Pediu acesso aos 126 pedidos de impeachment de Bolsonaro que dormem na gaveta de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. “Se em algum momento eu ficar em exercício na presidência, posso fazer o juízo de conveniência política e ler o pedido”, ameaçou. (Poder360)

Painel: “A base do governo busca uma saída para Bolsonaro vetar o fundo sem comprar uma briga com o centrão. Uma solução envolve o envio de uma mensagem modificativa ao Parlamento para alterar a Lei Orçamentária Anual e reduzir o valor destinado a campanhas eleitorais para um patamar próximo de R$ 4 bilhões.” (Folha)

As razões para Bolsonaro vetar o fundo não são só preocupação com o erário. A maior fatia da bolada, R$ 563 milhões, vai ao PT, que tem a maior bancada no Congresso, e daria ainda mais fôlego à candidatura do ex-presidente Lula. Em seguida, com R$ 558 milhões, vem o PSL, inflado pelo próprio Bolsonaro em 2018, mas do qual saiu brigado. Muitos de seus seguidores, inclusive seu filho Eduardo, permanecem na legenda, mas o presidente não teria esses recursos para tentar a reeleição. (Veja)




Bolsonaro já reconhece mais uma derrota no Congresso, a rejeição ao voto impresso. Falando a apoiadores, ele admitiu que o projeto adotando esse modelo não vai passar, apesar da manobra de seus aliados para ganhar tempo na última sexta-feira. “A gente faz o possível. Vamos ver como é que fica aí”, disse. Mais cedo, também diante de simpatizantes, o presidente tinha atacado novamente o TSE e seu presidente, o ministro do STF Luiz Roberto Barroso. Dizendo que “eleições não auditáveis” são “fraude”, Bolsonaro afirmou que “as mesmas pessoas que tiraram o Lula da cadeia e tornaram o Lula elegível, vão contar os votos, dentro do TSE, de forma secreta”. (Globo)

Apenas lembrando. Barroso é expoente da ala lavajatista no Supremo e votou sistematicamente contra decisões que beneficiaram o ex-presidente.




A aprovação da LDO aumentou ainda mais o poder do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Como conta Malu Gaspar, ele controla o destino de R$ 11 bilhões para emendas parlamentares do dito “orçamento secreto”. Lira teria criado um sistema de castas dentro das quais cada parlamentar teria direito ao seu quinhão. (Globo)




Temendo o êxodo do eleitorado evangélico, Bolsonaro despachou o vice Hamilton Mourão para Angola na tentativa de conter a crise da Igreja Universal ali e em outros países africanos. Pastores e bispos brasileiros são acusados de crimes como de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e racismo. (Estadão)




O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda disse à Polícia Federal que não guardou cópias das conversas em seu celular nas quais, segundo ele, sofreu pressão indevida para aprovar a importação da vacina indiana Covaxin. Como revela Bela Megale, ele alegou ter trocado de aparelho sem fazer backup. Mas o irmão dele, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirma ter cópias impressas dos diálogos. (Globo)

Enquanto isso... Documentos em poder da CPI apontam o papel do ministro da Economia, Paulo Guedes, no atraso na compra de vacinas. Guedes minimizava a pandemia e via risco fiscal no negócio com a Pfizer. (Folha)




Meio em vídeo. A conversa sobre ditaduras precisa começar a ser levada mais a sério. Não dá, no Brasil de Jair Bolsonaro, para defender qualquer tipo de regime autoritário. Porque isso leva a dúvidas graves sobre o real compromisso que qualquer político tem com os princípios democráticos — ou vale para todo mundo, ou há exceção. E, se há exceção, aí o eleitor terá dúvidas. Precisamos conversar sobre Cuba. Confira o Ponto de Partida no YouTube.




Em meio a uma crise política e investigado por suposta ligação com o assassinato do presidente Jovenel Moise, o primeiro-ministro do Haiti, Claude Joseph, renunciou e disse que vai passar o cargo a Ariel Henry, que havia sido nomeado por Moise e deveria ter tomado posse no dia do crime. Joseph, porém, continua no governo como ministro das Relações Exteriores. (CNN Brasil)




Mais de um mês depois do segundo turno, a Justiça Eleitoral do Peru declarou oficialmente a vitória do candidato esquerdista Pedro Castillo, que toma posse no próximo dia 28. Esgotados seus recursos contra o resultado, a conservadora Keiko Fujimori reconheceu a derrota. (G1)

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