Se há algo que tem dado esperança ao brasileiro é o avanço da vacinação contra a covid-19. Há o sentimento generalizado de que a imunização será suficiente para controlar a pandemia e muitos já ensaiam os primeiros passos para a volta à normalidade. Uma postura que pode ser perigosa, e pode fazer com que todo o trabalho feito até agora vá por ralo abaixo. Stephanie Vendruscolo conversou com especialistas e explica que as vacinas ajudam sim, mas sozinhas não fazem mágica. O controle dos novos contágios acompanhado de medidas de isolamento social são tão fundamentais quanto. E o tipo de imunizante não é relevante nesse cálculo. Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa são seguras e oferecem proteção. As vacinas, ou melhor, o atraso na compra de imunizantes e as suspeitas de irregularidades em contratos, reforçaram os novos protestos contra o Governo Bolsonaro. Os atos realizados no último sábado colocaram do mesmo lado ideologias tradicionalmente situadas em trincheiras opostas da política, mas que se uniram para reforçar a pressão sobre o Planalto e tentar mudar o jogo de forças que blinda o presidente do impeachment. Do Rio de Janeiro e São Paulo, Carla Jiménez, Regiane Oliveira e Mariana Assis, escrevem sobre as manifestações. “Sua vida vale um dólar” foi um dos motes que se multiplicaram nas ruas, em alusão à acusação de cobrança de propina na compra de imunizantes pelo Ministério da Saúde. E ainda nesta edição, destacamos uma reportagem da Agência Pública que traz detalhes do esquema que envolve o deputado federal Roberto de Lucena (Podemos-SP) —da base bolsonarista na Câmara— e o grupo religioso Senah (ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) na negociação paralela de imunizantes com o Ministério da Saúde, Prefeituras e Governos estaduais. O conchavo foi mencionado por Luiz Paulo Dominguetti em seu depoimento à CPI da Pandemia na última quinta-feira. A CPI terá novamente uma semana movimentada, com a expectativa para o depoimento, na quarta-feira, do ex-diretor Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística da pasta, exonerado após o vendedor autônomo da Davati Medical Supply afirmar que ele cobrou propina para firmar um contrato paralelo de compra de vacinas da Astrazeneca, o que ele nega. O EL PAÍS fará a cobertura ao vivo, com comentários dos nossos jornalistas. Enquanto isso, na América Latina — o novo epicentro global da pandemia—, a variante delta avança com força. O repórter Jorge Galindo explica, por meio de uma análise meticulosa de dados, como a mutação descoberta na Índia, que pode causar um maior risco de hospitalização que as demais cepas, tem se comportado nos países latino-americanos. Para ler com calma, a entrevista de Frances Arnold, a ganhadora do Prêmio Nobel de Química que já trabalhou como faxineira, pizzaiola, garçonete e taxista antes de dedicar-se à ciência. À Manuel Ansede a engenheira fala sobre sua carreira, sua juventude, a ciência do futuro e dá conselhos aos mais jovens: "Você pode aprender muitas coisas distintas, nunca se sabe quando serão úteis, por isso aprenda tudo que puder e combine seus conhecimentos de uma maneira inovadora. Adapte-se, seja flexível e aprenda permanentemente", diz. | ||||||||||
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