Gravações feitas por Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Jair Bolsonaro, implicam diretamente o presidente no esquema de “rachadinhas” durante seu período como deputado federal (1991-2018), descobriu a jornalista Juliana Dal Piva. A prática consiste em pegar de volta parte do salário de assessores, o que constitui crime de peculato. Segundo Andrea, Bolsonaro demitiu o irmão dela, André, porque ele sempre devolvia menos do que os R$ 6 mil exigidos pelo deputado. Em outro áudio, a filha e a mulher de Fabrício Queiroz, homem de confiança de Bolsonaro e responsável por recolher o dinheiro, se referem ao presidente como Zero Um no esquema. E Andrea Valle ainda conta que Queiroz não era o único coletor. Guilherme dos Santos Hudson, coronel da reserva do Exército e amigo de Bolsonaro, tinha o mesmo papel. O advogado do presidente, Frederick Wassef, nega a prática de rachadinhas no gabinete de Bolsonaro e de seus filhos. (UOL)
As mensagens no celular do PM Luiz Paulo Dominguetti, apreendido pela CPI da Pandemia, indicam que ele negociava uma comissão de US$ 0,25 por dose de vacina que pretendia vender ao Ministério da Saúde. Dominguetti acusou o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, de cobrar propina de US$ 1 por dose. Na CPI, ele ainda tentou associar o deputado Luis Miranda (DEM-DF) à venda de vacinas, mas foi desmentido pelo representante da empresa Davati. (Fantástico)
Todos os olhos estão nas suspeitas de irregularidades na compra de vacinas, mas, em paralelo, a CPI vem avançando em outro flanco, a propagação de notícias falsas durante a pandemia. O principal alvo é o chamado “gabinete do ódio”, um grupo ligado a Bolsonaro e a seu filho Carlos, vereador no Rio de Janeiro. (Globo)
E o Executivo prevê mais um momento de desgaste esta semana na CPI. É o depoimento da servidora Thaís Amaral Moura, que redigiu os requerimentos usados pela minoria governista na comissão para defender o uso da cloroquina e de outros tratamentos ineficazes. A avaliação do Planalto é que ela é inexperiente e sem traquejo político, podendo se comprometer e enrolar mais o governo. (Veja)
Esta semana a CPI vai votar ainda a quebra dos sigilos dos deputados Luis Miranda (DEM-DF) e Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. Miranda afirma ter levado ao Jair Bolsonaro, junto do irmão, denúncias de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin e que o presidente afirmou que aquilo era “rolo” de Barros. (Globo)
Aliás... Barros foi ao STF pedir para ser ouvido logo pela CPI. Ele diz que está tendo o direito de defesa cerceado ao sofrer acusações sem ser chamado para depor. (Poder360)
Enquanto isso... A Polícia Federal indiciou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de ter recebido R$ 1 milhão em propinas da Odebrecht. Renan diz que o indiciamento é uma retaliação ao trabalho da CPI. (Jornal Nacional)
Pela terceira vez manifestantes tomaram as ruas em pelo menos 120 cidades de todos os estados brasileiros e no Distrito Federal exigindo mais vacinas e o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Embora a presença ainda seja majoritariamente de esquerda, militantes do PSDB participaram do ato em São Paulo, que ocupou mais uma vez a Avenida Paulista. Brasileiros também protestaram no exterior. Em todo o país os protestos foram pacíficos, à exceção de São Paulo, onde, já no dispersar da manifestação, mascarados quebraram vidros de uma concessionária de veículos, incendiaram uma agência bancária e enfrentaram a PM. (G1)
Em outro incidente em São Paulo, militantes do Partido da Causa Operária (PCO) hostilizaram integrantes do PSDB e queimaram suas bandeiras. Manifestantes do PDT, do PSB e da Rede também foram alvo do PCO. Centrais sindicais e a direção do PSDB condenaram as agressões e pediram união no enfrentamento a Bolsonaro. (Poder360)
Falando nisso... Bolsonaro, que no protesto anterior minimizou a adesão, mudou de estratégia e usou os incidentes isolados em São Paulo para associar as manifestações a vandalismo. “Lembrem-se: nunca foi por saúde ou democracia, sempre foi pelo poder!”, escreveu em redes sociais. (Globo)
Ao contar que é gay na semana passada, em entrevista a Pedro Bial, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), recebeu muitas mensagens de apoio, mas também muitas críticas por ter manifestado voto em Jair Bolsonaro, explicitamente homofóbico, nas eleições de 2018. Em entrevista coletiva ontem, Leite disse se arrepender do voto e negou ter feito campanha para o presidente. (Globo)
Elisa Loncón, uma linguista da etnia indígena mapuche foi eleita ontem presidente da Assembleia Constituinte que vai elaborar a nova Carta Magna do Chile e sepultar o entulho autoritário da ditadura de Augusto Pinochet. Ela recebeu 96 dos 155 votos, confirmando a predominância da esquerda e dos constituintes que representam grupos identitários. (Estadão)
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