Um noticiário quente que aponta uma semana difícil para o presidente Jair Bolsonaro, depois de uma nova onda de protestos em todo o país que ampliam a pressão contra o governo e mostram o descontentamento crescente do povo. As manifestações massivas de sábado, 3 de julho, foram o aperitivo de um movimento que está se ampliando pelo impeachment do presidente. Os atos realizados em todo o país ganharam as manchetes do domingo e agora se espalham pelo mundo, com repercussão global — leia em Brasil na Gringa. Curioso o esforço de Bolsonaro de associar protestos contra o governo a violência, provocando ainda STF e CPI. As manifestações correm risco, a continuar a infiltração de bolsonaristas para realizar atos de vandalismo e violência. Novas denúncias surgem nesta segunda-feira, 5 de julho, na imprensa contra o presidente. UOL destaca em manchete principal gravações inéditas apontando o envolvimento direto de Bolsonaro em crimes de peculato. Ele participou ativamente no esquema ilegal de rachadinha quando era deputado. Bolsonaro obrigava a entrega de salários de assessores na época em que ele exerceu seguidos mandatos na Câmara dos Deputados. Quem faz a denúncia é a ex-cunhada do presidente. O advogado do presidente, Frederick Wasseff negou ilegalidades. Outra reportagem de impacto está no Estadão, que informa que o governo Governo liberou R$ 2,1 bi via orçamento secreto para Saúde. Folha destaca que a Justiça militar só puniu um oficial-general em 10 anos. O Globo traz que a Inflação aperta orçamento das famílias mais pobres. E a edição brasileira do El País alerta que a Vacinação sem freio nos contágios não controlará pandemia no Brasil. O Fantástico traz a notícia que mensagens do celular do PM que foi à CPI negociava comissão de US$ 0,25 por dose. Quanto à CPI, jornais dão destaque às frentes de investigação. Folha diz que CPI quer avançar no caso Coxavin e quebrar sigilo de envolvidos na denúncia de propina de US$ 1 por vacina. Em outra reportagem, o jornal informa que a ONG que levou à Saúde denunciante de propina tinha apoio no Congresso e se via como interlocutora na compra de vacinas. O Globo reporta que a CPI avança na identificação de espalhadores de fake news sobre a pandemia. "Senadores buscaram auxílio da Polícia Federal para encontrar e responsabilizar pessoas por trás de rede de desinformação, que atuou contra medidas sanitárias", relata. LULA Em entrevista ao Valor, o economista Delfim Netto diz que vê Lula favorito para as eleições presidenciais de 2022, mas ressalva que lembrança do governo Dilma poderá prejudicá-lo. "O Lula nunca foi de esquerda. O Lula é um pragmático. Ele, na realidade, fez um governo excelente. Nós corremos o risco de confundi-lo com a tragédia que foi o governo Dilma. O governo Lula foi excelente, ainda que, na verdade, com condições externas muito favoráveis. Primeiro que cresceu bastante. Segundo que foi controlado. Nunca houve uma violação constitucional. O eleitor é que vai escolher, meu Deus", diz. "O Lula vai fazer um novo governo, se eleito, melhor do que já fez. Ele aprende muito. Eu sempre brinco que o Lula é um diamante bruto que foi aperfeiçoado. Ele vai fazer um governo melhor simplesmente porque uma das suas características é ser capaz de aprender". Leia a íntegra ao final deste briefing. Na Folha, Monica Bergamo informa que o filho do ex-presidente Lula apresentará queixa-crime contra Amado Batista. Cantor é acusado de injúria depois de ter dito que o petista e seus filhos roubaram durante os governos. O empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, apresentará ao Tribunal de Justiça de Pernambuco nesta segunda-feira queixa-crime por injúria contra o cantor. Em entrevista ao programa "Frente a Frente", transmitido pela Rede Nordeste de Rádio, Amado Batista disse que tanto Lula quanto seus filhos praticaram roubo durante os governos petistas. BOLSA FAMÍLIA Folha noticia que o ministro Paulo Guedes quer que Bolsonaro escolha entre Bolsa Família, obras e reajustes em 2022. "Com demandas eleitorais que superam o limite do teto de gastos, equipe econômica defende que aumento salarial a servidores fique para depois", relata. Pressionada a implementar demandas eleitorais, a equipe quer que o presidente deixe claro quais serão as medidas prioritárias. O argumento é que não há espaço suficiente no Orçamento. REFORMA POLÍTICA Folha traz artigo de Gleisi Hoffmann e outros presidentes de seis legendas elogiando a proposta de criação no país da federação de partidos, uma inovação democrática. "Modelo pode dar mais qualidade e celeridade à dinâmica do Legislativo", resume. A Câmara aprovou regime de urgência para apreciar projeto de lei que institui a federação de partidos (PLS 477/2015, de autoria da Comissão de Reforma Política do Senado Federal). O expediente permite a reunião de duas ou mais legendas que, após registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atuem como uma sigla única. "A federação de partidos, uma vez aprovada, será uma inovação democrática que tem o potencial de estabilizar o sistema partidário brasileiro, viabilizando associações partidárias por largo período e permitindo agregações de legendas dentro do mesmo campo político-ideológico", defendem Gleisi e os presidentes Luciana Santos (PCdoB), Juliano Medeiros (PSOL), Roberto Freire (Cidadania), José Luiz Penna (PV), Renata Abreu (Podemos) e Paulo Pereira da Silva (Solidariedade). Estadão noticia que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defende voto eletrônico e diz que impeachment não pode ser banalizado. Ele declarou que não identifica indícios de fraudes em eleições e que confia na Justiça eleitoral. "A minha posição é de plena confiança na Justiça eleitoral brasileira. Não identifico indício algum de fraude nos resultados eleitorais do Brasil. Portanto, essa é uma opinião que tenho, que o sistema eleitoral deveria continuar pelo sistema eletrônico. No entanto, como presidente do Senado, devo permitir que as divergências possam coabitar e discutir um resultado que seja eventualmente diferente daquilo que eu prego ou penso", disse. EDUARDO Folha noticia o novo instituto de Eduardo Bolsonaro, que busca financiadores e se espelha na direita pró-Trump. "Filho do presidente tem feito contatos para estruturar e arrebanhar doadores para entidade", resume. "Num espaço reservado do restaurante Président, do midiático chef francês Erick Jacquin, representantes da nata da direita paulistana se reuniram há duas semanas para serem apresentados a um novo instituto de defesa de ideias conservadoras e liberais", escreve Fábio Zanini. O principal chamariz do evento, ocorrido na noite de 7 de junho, era o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O filho do presidente é o idealizador do ICL (Instituto Conservador-Liberal), que ele tenta colocar em pé desde o final do ano passado. BRASIL NA GRINGA O argentino Página 12 publica entrevista com o ex-presidente Lula e destaca manchete da primeira página: "Não há que se render jamais". Ele tratou de pandemia, expectativas eleitorais, América Latina e relações com os Estados Unidos. O líder do Partido dos Trabalhadores decidiu viajar este ano à Argentina. Ele agradece a visita de Alberto Fernández quando esteve detido no Brasil e o apoio de Cristina Kirchner. E defende a unidade da América Latina. Lula tem certeza de que "Bolsonaro será derrotado pelo povo". Diz o texto: "Ele parece confiante como sempre, acostumado a exercer o poder e disposto a continuar lutando. 'Infelizmente aqui no Brasil a imprensa não se deu ao trabalho de relatar o que aconteceu. Ficou preocupada em mentir contra o PT e contra Lula. E conseguiram isso: um fascista na Presidência da República', ressalta. Ele está entusiasmado com a projeção de uma 'América Latina unida' e comenta que 'Joe Biden tem que entender que a América Latina tem o direito de crescer'. Sua força afasta o ressentimento. 'Nunca desista. É preciso lutar para dar ao povo o direito de votar com consciência', destaca. Ele se enche de esperança porque 'o retrocesso que vivemos na América do Sul começa a ser recuperado com a vitória de Alberto Fernández na Argentina, com o retorno de Luis Arce ao Governo da Bolívia, com a vitória de Pedro Castillo, no Peru'". O jornal New York Times destacou em sua edição dominical os protestos que tomaram o país no sábado, 3 de julho. Escândalo de vacinas no Brasil ameaça Bolsonaro enquanto protestos se espalham. "Os brasileiros estão irritados com a lentidão com que seu governo se moveu para adquirir vacinas contra o coronavírus. Agora eles estão furiosos com um escândalo de corrupção envolvendo acordos de vacinas", reportam Ernesto Londoño e Flávia Milhorance. "As reviravoltas de um escândalo de propina de vacina contra o coronavírus que sacudiu a capital do Brasil foram dignas de um reality show. O palco principal foi uma sala de audiência do Congresso, onde dezenas de testemunhas lançaram luz sobre a resposta caótica do governo à pandemia, que matou mais de 520 mil no país". O americano Washington Post também reportou os protestos contra Bolsonaro que se espalharam pelo Brasil no sábado, um dia depois que um juiz do Supremo Tribunal Federal autorizou uma investigação criminal em resposta às acusações de corrupção envolvendo um acordo de vacina. "Manifestantes se reuniram aos milhares em mais de 40 cidades para exigir o impeachment de Bolsonaro ou maior acesso às vacinas contra Covid-19", diz o jornal, replicando a Associated Press. O texto ganhou repercussão global e está em mais de 27 mil sites noticiosos em todo o planeta. Outro despacho que ajudou a projetar as manifestações nas ruas brasileiro pelo mundo foi reportagem da Reuters: Brasileiros protestam contra Bolsonaro. "Os manifestantes foram às ruas no Brasil no sábado exigindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e mais vacinas para combater a pandemia do coronavírus, enquanto o país enfrenta o segundo surto mais mortal do mundo, depois dos Estados Unidos". O material foi reproduzido em mais de 99 mil veículos de notícias ao redor do mundo. O britânico Financial Times destaca na edição dominical: Brasil explode em protestos depois que tribunal autoriza investigação de Bolsonaro. "Presidente populista está sob investigação em conexão com um acordo de fornecimento de vacina", resume. "Milhares de manifestantes em todo o Brasil protestaram contra o presidente Jair Bolsonaro neste fim de semana, enquanto a pressão aumentava sobre o líder populista por causa de alegações de corrupção potencial na compra de vacinas Covid-19", diz a reportagem. "As manifestações, que aconteceram em pelo menos 13 capitais, aconteceram um dia depois de o Supremo Tribunal Federal autorizar uma investigação criminal para saber se Bolsonaro cometeu o crime de 'prevaricação', o abandono do serviço público por motivos de interesse pessoal". Wall Street Journal reporta a abertura de investigação criminal contra o presidente sobre acordo de vacina com a Índia. "A investigação se concentra em se o Ministério da Saúde assinou um acordo, apesar das preocupações sobre o processo de aquisição", diz o jornal. "A investigação ocorre no momento em que o ex-capitão do Exército, que planeja se candidatar à reeleição no próximo ano, já enfrenta críticas de especialistas em saúde pública por lidar com a Covid-19, que já matou mais de meio milhão de brasileiros". O jornal aponta que Bolsonaro ainda detém apoio suficiente no Congresso para anular qualquer processo legal. "No Brasil, as acusações criminais contra um presidente que emanariam de uma investigação só podem prosseguir com o apoio de dois terços da Câmara dos Deputados", destaca. Ainda no sábado, o britânico The Guardian noticiou também as manifestações: Brasileiros saem às ruas para exigir a remoção de Jair Bolsonaro. "Pedidos de impeachment do presidente crescem em meio a alegações que o governo buscou lucrar com os ataques da Covid", sublinha o jornal. "Enormes multidões de manifestantes voltaram às ruas das maiores cidades do Brasil para exigir a remoção de um presidente que culpam por mais de meio milhão de mortes por coronavírus", diz a reportagem. "Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas do Rio de Janeiro na manhã de sábado, enquanto os pedidos pelo impeachment de Jair Bolsonaro se intensificavam após alegações de que membros de seu governo haviam tentado lucrar ilegalmente com a compra das vacinas da Covid". O francês Le Monde também noticia as manifestações brasileiras. "Poderíamos ter evitado todas essas mortes": no Rio, Bolsonaro conspirou para administrar a pandemia — é o título da reportagem. "Várias dezenas de milhares de pessoas marcharam no sábado pelas principais cidades do país, denunciando em particular as disfunções que dificultaram a campanha de vacinação", informa. "Várias dezenas de milhares de manifestantes marcharam no mesmo dia pelas principais cidades do país contra o presidente Jair Bolsonaro e sua forma de lidar com a pandemia. Esta é a terceira manifestação nacional desde o final de maio, e a imagem do Chefe do Estado, que se apresentava como o campeão da luta contra a corrupção, nunca foi tão enfraquecida. Segundo pesquisa do Exame-Ideia, 59% dos compatriotas consideram seu governo ruim", relata o jornal. O português Público também destaca: Brasileiros regressam às ruas para pressionar Bolsonaro. "Pela terceira vez em pouco mais de um mês, as cidades brasileiras vão voltar a ser palco de manifestações contra o Presidente, que atravessa o momento mais sensível do seu mandato", informa. |
AS MANCHETES DO DIA |
Folha: Justiça militar só puniu um oficial-general em 10 anos Estadão: Governo libera R$ 2,1 bi via orçamento secreto para Saúde O Globo: Inflação aperta orçamento das famílias mais pobres Valor: Empresas têm R$ 358 bilhões a receber de disputa do ICMS El País (Brasil): Vacinação sem freio nos contágios não controlará pandemia no Brasil BBC Brasil: Seis razões que dificultam impeachment de Bolsonaro G1: PM que foi à CPI negociava comissão de US$ 0,25 por dose, indicam mensagens R7: Caixa Econômica libera hoje saque do auxílio emergencial para 2,3 milhões de trabalhadores Luis Nassif: Retrato da queda da indústria em cinco anos Tijolaço: Bolsonaro parte para a baixaria imunda Brasil 247: Uol implode Bolsonaro e mostra seu envolvimento direto com a corrupção das rachadinhas (aúdios) DCM: Ex-cunhada entrega Bolsonaro no esquema da 'rachadinha' Rede Brasil Atual: CPI da Covid vai investigar atuação do 'gabinete do ódio' na pandemia Brasil de Fato: Em sessão histórica, Convenção Constitucional do Chile elege Elisa Loncón presidenta Ópera Mundi: Mulher indígena é eleita presidente da Assembleia Constituinte chilena Fórum: Fantástico revela mensagens do celular de Dominguetti Poder 360: História mostra recuperação forte da economia depois de epidemias e guerras New York Times: A fiscalização frouxa das regras permitiu que as torres evitassem inspeções Washington Post: O resto do condomínio Surfside é nivelado WSJ: China investiga empresas listadas nos EUA após a repressão de Didi Financial Times: Didi forçada a sair das lojas de aplicativos chinesas dias após a listagem de US$ 4,4 bilhões em Nova York The Guardian: Reação de cientistas enquanto Johnson se prepara para suspender todas as restrições da Covid The Times: Primeiro-ministro pede bom senso após as regras da Covid Le Monde: Covid 19: as falhas no controle de fronteiras El País: Sánchez e ERC abrem o caminho para outro pacto orçamentário El Mundo: PP venceria as eleições e alcançaria a maioria absoluta acrescentando Vox Clarín: Últimas negociações para definir os candidatos da oposição Página 12: O filho de Sam Diário de Notícias: Energia: Preço dos combustíveis em máximos desde 2012 Público: Portugal deixou um quarto das PME sem qualquer ajuda na pandemia Frankfurter Allgemeine Zeitung: Depois do calor, as chamas The Moscow Times: Rússia afirma que suas florestas neutralizam bilhões de toneladas de gases de efeito estufa. Os cientistas têm suas dúvidas Global Times: Taikonautas executam a primeira caminhada no espaço com sucesso total, preparando o terreno para o futuro no espaço Diário do Povo: Xi participará da Cúpula do PCC e dos Partidos Políticos |
Nenhum comentário:
Postar um comentário