quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Bolsonaro sente a pancada dada pelo TSE e contra-ataca

 


Jair Bolsonaro sentiu o impacto da contraofensiva do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a sua campanha contra as urnas eletrônicas e reagiu com mais agressividade. O tribunal abriu na segunda-feira um inquérito administrativo para apurar a conduta do presidente e encaminhou notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele seja incluído no inquérito das fake news. Na manhã de ontem, falando a apoiadores, Bolsonaro disse que não aceitará intimidações. “Vou continuar exercendo meu direito de cidadão, de liberdade de expressão, de criticar, de ouvir e atender acima de tudo a vontade popular”, continuou. (G1)

Segundo juristas, o inquérito no TSE e a denúncia ao STF têm a possibilidade de, no caso de uma condenação, deixar Bolsonaro inelegível. Até o momento, porém, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o procurador-geral da República, Augusto Aras, não demonstram qualquer interesse em bancar um processo contra o presidente. (Estadão)

E a delegada da Polícia Federal responsável pelo inquérito das fake news aberto pelo STF pediu ao ministro Alexandre Moraes que solicite às CPIs da Pandemia e das Fake News dados resultantes de quebras de sigilo, em especial de assessores do Planalto. O objetivo é chegar no chamado “gabinete do ódio”. (Veja)

Em outra frente, a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara convocou o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto para se explicar sobre a suposta ameaça contra as eleições de 2022 se não houver voto impresso. O ministro nega que tenha feito a ameaça, endereçada a Lira. (Folha)




A CPI da Pandemia retomou ontem os depoimentos com um espetáculo de confusão por parte do reverendo Amilton Gomes de Paula, que intermediou uma negociação suspeita de vacinas ao Ministério da Saúde. A despeito das diversas reuniões, trocas de mensagens, fotos e telefonemas registrados, Amilton disse não conhecer ninguém no governo nem lembrar dos eventos. Em alguns momentos ele chorou — ou dissimulou choro — e disse ter sido usado, sem comover os senadores. (G1)

O reverendo foi mais incisivo ao dizer que o aumento de US$ 10 para US$11 no preço das doses oferecidas pela Davati Medical Suply, que supostamente negociava com a AstraZeneca, foi iniciativa da empresa. Antes mesmo do fim do depoimento, a Davati enviou nota à CPI desmentindo. (UOL)

Ignorando o Oitavo Mandamento, o religioso negou ter negociado também com estados e municípios, mas e-mails o mostram oferecendo vacinas a uma associação de municípios do Acre. (CNN Brasil)

E o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse em depoimento à Polícia Federal que ouviu do então ministro da Saúde Eduardo Pazuello que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o impedia de agir contra a pandemia porque o general, nas próprias palavras, “não quis liberar a grana pra listinha que ele me deu dos municípios que ele queria que recebesse”. (Globo)

A PF enviou à CPI uma versão cortada do depoimento de Pazuello. O vídeo termina no meio de uma frase e não faz referência a Jair Bolsonaro. (Metrópoles)

A volta da CPI no meio dos Jogos Olímpicos foi tema para uma enxurrada de memes, como mostra Patrícia Kogut. (Globo)




Com o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os deputados devem votar esta semana um projeto que unifica a legislação eleitoral e produz enormes retrocessos. Entre outras mudanças, o texto limita pesquisas eleitorais, esvazia regras de fiscalização e normatização da Justiça Eleitoral e enfraquece cotas para mulheres e não brancos nas eleições. Para que valha no pleito do ano que vem, o projeto precisa ser aprovado na Câmara e no Senado e sancionado pelo presidente até o início de outubro. (Folha)

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