Um impasse entre o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, forçou o adiamento do pacote econômico que o governo pretendia anunciar hoje. Bolsonaro gostaria de estender o auxílio emergencial até o final do ano, com valor reduzido, mas que chegasse a pelo menos R$ 300. A equipe econômica fez uma proposta de R$ 270. As projeções da dívida pública em 2020 chegam a 100% do PIB e o desembolso com o auxílio já ultrapassou a conta de R$ 254 bilhões — são aproximadamente R$ 50 bi mensais. Guedes gostaria de acelerar a transição do auxílio para um novo programa, que substituirá o Bolsa Família e terá maior abrangência, batizado Renda Brasil. Mas também sobre isto há debate — o Renda Brasil custará, anualmente, R$ 20 bi a mais do que o Bolsa Família. Para compensar os gastos, o ministro gostaria de extinguir assistências que sua equipe considera ineficientes — caso do abono salarial, seguro-defeso e farmácia popular. Tampouco foram definidos o perfil dos beneficiários do novo programa ou o número, fundamentais para o cálculo do valor mensal a ser distribuído. (Folha)
Do presidente, em conversa com militantes à porta do Alvorada: “Tem um pessoalzinho chato querendo prorrogar indefinidamente, mas são R$ 50 bilhões por mês. Não dá. Estão pensando em prorrogar alguns meses, mas não com R$ 200 e nem R$ 600, um meio termo.” (BR Político)
Então... O Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União que olhe com lupa para as relações entre Banco Central e Tesouro Nacional. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, perguntou ao TCU se poderia repassar R$ 400 bi para o caixa do governo. De acordo com Lauro Jardim, os procuradores veem nesta transação pouco habitual, em um governo que demonstra ímpeto de gastar, espaço para pedalada fiscal. (Globo)
O temor de muitos a respeito do debate sobre manter ou não o teto de gastos, assim como sobre o pacote por ser anunciado, não passa apenas pela discussão de teoria econômica. Se explica por um trecho do editorial do Globo de hoje. “A ideia é reunir sob um mesmo slogan, Pró-Brasil, um emaranhado de propostas capazes de dar ao presidente Jair Bolsonaro uma nova bandeira eleitoral, de olho na reeleição. Antes de programa para a economia, portanto, o que vem aí é mais uma peça de propaganda.” (Globo)
Aliás... Bolsonaro teve, entre domingo e segunda, seu pior momento no Twitter. Foram mais de 2,4 milhões de tuítes o citando, 85% deles negativos. De acordo com levantamento da Arquimedes, em média foram 2,7 mil tuítes por minuto, em resposta ao ataque do presidente ao repórter do Globo que lhe perguntou sobre os R$ 89 mil depositados por Fabício Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle. (Piauí)
O presidente ainda não explicou a origem do dinheiro.
Outro tema popular no Twitter: o trecho do documentário O Fórum em que o ex-vice-presidente americano Al Gore comenta com Bolsonaro, em Davos, de sua preocupação com a Amazônia. “Temos muitas riquezas”, ele responde. “Gostaria muito de explorá-la junto com os Estados Unidos.” Gore, atônito, lhe retorna. “Não tenho certeza se entendi.” (Twitter)
O ministro Edson Fachin determinou que o Conselho Nacional do Ministério Público julgue, hoje, a representação do ex-presidente Lula contra o procurador Delta Dallagnol. Lula quer que o coordenador da Lava Jato em Curitiba seja punido por abuso de poder por ter acusado o ex-presidente de chefiar uma organização criminosa com um PowerPoint. (Poder 360)
A deputada federal Flordelis foi denunciada pelo MP-RJ por ser mandante da morte do seu marido o pastor Anderson do Carmo, executado com mais de 30 tiros em 2019. Ontem, oito pessoas foram presas, entre elas, estão cinco de seus filhos e uma neta. No total, sete filhos de Flordelis estão presos. A deputada, que nega participação, não pôde ser presa por causa da imunidade parlamentar. Após o assassinato, ela passou a prometer vantagens financeiras para manipular os filhos e tentar evitar que fosse envolvida no crime. Segundo a polícia, já em 2018, Flordelis começou a tentar matar o marido botando arsênico na comida dele. O pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo. (G1)
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