Uma tríade composta por um pastor, um empresário e um delator sustentam as investigações que levaram ao afastamento de Wilson Witzel do cargo de governador do Rio de Janeiro, por suspeita de corrupção. Trata-se de um terremoto político que implode a trajetória do ex-juiz que cresceu sob a bênção de Jair Bolsonaro e agora se diz sob a sua mira, explica Carla Jiménez. De Brasília, Afonso Benites mostra que, nos bastidores, a queda de Witzel é lida como vinculada a dois movimentos políticos: a disputa por ganhar a indicação do Planalto para uma vaga no Supremo Tribunal Federal e a os desdobramentos das investigações que afetam Flávio Bolsonaro. Benites também conversou com um governador bolsonarista e outro que faz oposição ao presidente sobre o caso: ambos afirmaram que a decisão traz insegurança jurídica para todos os gestores do Executivo.
Já a repórter Marina Rossi detalha a mais recente vitória da cruzada anti-aborto que, por meio de uma portaria do Ministério da Saúde, conseguiu criar novas dificuldades que restringem o acesso de vítimas de estupro ao procedimento. Agora, para ter acesso ao procedimento, é obrigatório que a equipe médica notifique uma autoridade policial sobre a violência sexual sofrida pela mulher e uma série de outros requisitos. Para a defensora pública de São Paulo Paula Sant’Anna Machado de Souza, a portaria cria barreiras ao atendimento. “O que visualizar o feto em um ultrassom acrescentaria para essa menina, adolescente ou mulher que acabou de vivenciar uma violência? O que isso traz de humanizado?”, diz. “Entendo que se trata da criação de uma etapa que pode trazer culpabilização, intimidação e vergonha."
E ainda nesta edição, o mundo do cinema se despede do ator norte-americano Chadwick Boseman, o protagonista de Pantera Negra. O ator enfrentava desde 2016 um câncer de cólon e morreu aos 43 anos, em sua casa, na companhia da família. A morte do artista, confirmada por seu agente nesta sexta-feira à noite, causa profunda comoção em Hollywood e nos Estados Unidos, num momento em que o país enfrenta suas feridas raciais e vê crescer novamente a luta antirracista, tão bem retratadas por ele como o rei de Wakanda, um filme cuja representatividade e simbologia foi celebrada pela comunidade afro-americana.
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sábado, 29 de agosto de 2020
Witzel, sob a benção e a maldição de Bolsonaro
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