domingo, 23 de agosto de 2020

Pantanal arde e pressiona Planalto

Brasil

Nunca houve fogo como neste ano no Pantanal. Só no mês de julho foram mais de 1.601 focos de calor, os maiores da história desde que Inpe iniciou o monitoramento da região. Da porta da varanda, Maria da Paz, segura o neto recém-nascido no colo. Tânia, a mãe do bebê, está internada com covid-19. Maria levanta os olhos cheios de água, aponta para a reportagem uma área queimada: “Perdemos tudo, o fogo chegou até aqui”, mostra, apontando para as marcas que os incêndios deixaram perto de casa. A casa da família de Maria da Paz foi uma das mais atingidas da região de Mata Cavalo, comunidade quilombola onde vivem cerca de 40.000 pessoas. “A origem dos focos vem dessas áreas com forte presença humana”, explica Vincíus Silgueiro, pesquisador do Instituto Centro de Vida (ICV), que atua no bioma há vinte anos. A situação pressiona o Planalto. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou o local. Em meio à crise, foi demito o presidente do ICMBio, um dos órgãos do sistema de vigilância florestal do Governo.
Em Belarus, a resistência contra Alexander Lukashenko ignora as ameaças de repressão, insiste em novas eleições e se prepara para uma longa batalha. Lukashenko, que manteve uma política de pulso firme durante suas quase três décadas no poder, não só insiste em que as eleições que lhe garantiram seu sexto mandato foram “cívicas”, como também intensifica diariamente sua reação aos protestos. A crescente mobilização por sua saída, entretanto, conquista cada vez apoio de políticos, artistas, representantes sindicais e até a Nobel de Literatura. Quem analisa o que vem pela frente, desde a capital do país, Minsk, é a correspondente do EL PAÍS na Rússia, María R. Sahuquillo.
Ainda nesta edição, contamos a nova estratégia de silenciamento contra as mulheres políticas e especialistas que se tornou recorrente na pandemia, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo: o zoombombing, invasão de eventos virtuais com xingamentos e veiculação de imagens pornográficas. “Fiquei desnorteada, não sabia o que estava acontecendo. É como se alguém gritasse e te jogasse para fora do palco”, descreve a pesquisadora Luciana Panke, que foi alvo de um ataque.

O Pantanal queima e aumenta a pressão sobre a gestão ambiental
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Queimadas recorde mudaram o cenário até da capital mato-grossense, a 200 quilômetros da reserva. Fogo ameaça araras-azul
Fogo contra fogo no Pantanal
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Em meio ao aumento vertiginoso das queimadas na maior planície alagada do mundo, bombeiros e moradores lutam como podem contra as chamas

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