sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Brasil chega este fim de semana às 100 mil mortes


Tocar a vida. Após as quase 100 mil mortes, que possivelmente o Brasil baterá nos próximos três dias, foi o que disse o presidente brasileiro. “A gente lamenta todas as mortes, está chegando a 100 mil, vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema”, afirmou o mandatário em transmissão ao vivo no Facebook.

Mais cedo, ao assinar medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 2 bilhões para viabilizar compra, processamento e distribuição de 100 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, Bolsonaro disse que está com a consciência tranquila. “Junto com os meios que nós temos, temos como realmente dizer que fizemos o possível e o impossível para salvar vidas, ao contrário daqueles que teimam em continuar na oposição, desde 2018”, disse o presidente. O recurso será destinado à Fundação Oswaldo Cruz, que negocia acordo para incorporar a tecnologia e produzir a vacina do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford.

Mas é a vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, que firmou parceria com o Butantan, que avançou mais um passo. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou ser possível ter uma vacina contra a Covid-19 em produção em outubro. A indústria chinesa terá a patente do coronavírus atenuado e o Butantan terá a integralidade do estudo clínico. Segundo Monica Bergamo, uma equipe de ponta do Instituto Butantan se prepara para viajar à China para visitar os pesquisadores. Vale lembrar que ainda não existe vacina aprovada.

O que levou à uma ponderada do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Armando Medeiros. Ele afirmou que o compromisso da pasta “é com a saúde pública brasileira”. Ele acrescentou que o governo está “disposto a conversar, avançar e adquirir as vacinas que chegarem primeiro”.

O país registrou 1.226 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 98.644 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 1.038 óbitos, uma variação de -2% em relação aos dados registrados em 14 dias. Em casos confirmados, já são 2.917.562 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 54.801 desses confirmados no último dia.



Enquanto isso, pesquisadores estão encontrando padrões e conclusões extraídas de dados que poderão ajudar a personalizar os tratamentos de acordo com cada indivíduo, reduzindo os sintomas ou mesmo derrotando o vírus antes que ele tenha a chance de forçar demais o sistema imunológico. Este é um dos mais complexos mistérios biológicos da pandemia do coronavírus e que começa a ser desvendado: por que algumas pessoas adoeceram gravemente, enquanto outras tiveram rápida recuperação? Ao que tudo indica, o vírus enlouquece o sistema imunológico de alguns pacientes. Incapazes de ordenar às células e às moléculas certas que rechaçam o invasor, os organismos dos infectados lançam mão de todo um arsenal que pode provocar o caos em tecidos saudáveis. “É um enigma”, disse Avery August, imunologista da Cornell University. “Há esta reação imunológica enfurecida, mas o vírus continua se replicando”.

O momento das células T? No momento, não existem respostas. Segundo estudos recentes, uma grande parte da população - 20% a 50% das pessoas dependendo da localidade geográfica - pode ter algum tipo de imunidade celular contra o Sars-CoV-2 mesmo sem ter contraído o vírus. Provavelmente retardatárias de brigas passadas com outros coronavírus relacionados, essas células T, uma classe específica, são um grupo excepcionalmente exigente e que intriga especialistas. Por outro lado, existem muitos tipos de células T, e todas operam como parte de um complexo sistema imunológico. Ao contrário dos anticorpos, que são proteínas inanimadas que circulam frequentemente no sangue, as células T são células vivas que frequentemente se rompem em tecidos de difícil acesso. Isso as torna muito mais difíceis de extrair, manter e analisar. (New York Times)

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