sábado, 15 de agosto de 2020

O limbo inexplicável de uma grávida de 10, vítima de estupro

Brasil

Gravidez aos 10 mata. Essa foi a mensagem, em forma de hashtag, que tomou as redes sociais nos últimos dias, após vir a público o caso de uma menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada na cidade de São Mateus, no Espírito Santo.  Apesar de aborto neste casos ser garantido por lei no Brasil, médicos e a Justiça do Estado ainda “avaliam” interrupção da gestação. O município fala em evitar uma decisão "precipitada". A repórter Joana Oliveira ouviu especialistas que criticam a demora pelo risco vida da criança. “A lei garante que, imediatamente após fazer a ocorrência em delegacia, a vítima possa ir ao hospital abortar. Essa criança está sendo vítima de mais uma violação de direitos”, diz Luciana Temer, do Instituto Liberta. "Não existe necessidade de avaliação jurídica no caso, principalmente porque há uma situação de risco de vida, por ser um corpo infantil, não preparado para uma gestação”, explica Debora Diniz, antropóloga e professora da UnB.
Em Brasília, Jair Bolsonaro tem motivos para celebrar nesta semana, apesar de a crise do coronavírus, que já matou mais de 106.000 pessoas, não dar trégua. Na sexta, o Datafolha registrou o maior nível de aprovação para o presidente desde que ele chegou ao poder, um índice alavancado pelo pagamento do auxílio emergencial na pandemia. Também nesta sexta, Fabrício Queiroz, pivô do escândalo envolvendo os clã Bolsonaro, conseguiu se livrar da prisão. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, reverteu a ordem de prisão contra o ex-assessor e contra sua mulher.
Para ler com calma,  um perfil de Kamala Harris escrito pelo correspondente Pablo Guimón. A reportagem conta como o ativismo juvenil e os corredores do establishment convergem na política ambivalente e dura que completa a chapa presidencial do Partido Democrata dos EUA. Já a repórter Rocío Ayuso conversa com o cineasta Oliver Stone sobre seu novo livro de memóriasChasing the light (“perseguindo a luz”, ainda sem tradução no Brasil), que conta a sua trajetória até os 40 anos. Nem sequer a placidez (ou a resignação) de ter completado 73 anos acalmaram as tendências coléricas do cineasta norte-americano.

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