segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Grávida por estupro, criança de dez é perseguida por religiosos

Estuprada pelo tio desde os seis, uma criança de 10 anos, grávida, teve de deixar o Espírito Santo e ir a Pernambuco para poder realizar um aborto. Ela corria sérios riscos de vida, já com mais de 22 semanas de gravidez. Inicialmente, o local da transferência havia sido mantido em sigilo. Mas a bolsonarista Sara Giromini, que nas redes responde pelo pseudônimo Sara Winter, divulgou seu nome e o local no Recife onde a cirurgia ocorrerá. Inúmeros religiosos foram à porta protestar. Sara foi assessora da ministra Damares Alves, que vem criticando a intervenção. Ainda não se sabe como ela teve acesso à informação. O aborto em caso de estupro é legal, no Brasil, desde 1940. (El País)

As assistentes sociais que ouviram a menina relataram em depoimento que ela afirmou que deseja interromper a gravidez. E que só de tocar no assunto entra em desespero. Chora, grita e repete a todo instante que não quer continuar com a gestação. (Fantástico)



Ester Solano, da USP: “A gente entrevista os mais pobres, e o que você vê é que a pandemia é uma questão de crise econômica. Há muita gente que perdeu o emprego e está desesperada. Há muita gente no Nordeste que não recebe essas ajudas clássicas do PT, porque foram cortadas pelas políticas de corte orçamentário de Temer e depois do Paulo Guedes. Para quem está na situação de pobreza ou desemprego, R$ 600 é diferença entre comer e não comer, né? A maioria não sabe que a medida é de autoria da oposição. Então é muito pedir para que as pessoas façam opções ideológicas. Então não se deve falar que pobre de direita é burro, porque muitos desses pobres votaram no PT, se declaravam lulistas até pouco tempo atrás. O que mudou foi a estratégia do Bolsonaro. Ele entendeu que num momento como o atual um subsídio emergencial é extremamente importante para as pessoas e pode fazer com que sua popularidade aumente. O discurso de ‘pobre de direita ser burro’ é claramente arrogante, e uma falta de entendimento e de empatia com uma situação dramática que grande parte da população passa. E obviamente atrapalha muito a oposição porque faz com que as pessoas não consigam entender o outro lado, as necessidades que as pessoas estão passando. E faz com que a militância se torne um campo muito elitizado, arrogante e fora da realidade do cotidiano.” (BBC)

Meio em vídeo: Segundo o Datafolha, Bolsonaro está no momento mais alto de popularidade de sua presidência. O feito tem motivo de ser: vem do Nordeste, dentre os mais pobres, que estão recebendo o auxílio emergencial por conta da pandemia. Bolsonaro tem de romper com o lavajatismo e está para romper com o liberalismo. Assista.



O ministro Gilmar Mendes concedeu habeas corpus ao ex-chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, que seguirá em prisão domiciliar com a mulher. (Consultor Jurídico)

Christian Lynch, da Uerj: “Para muitos, a ação do ministro Gilmar Mendes parece errática. Ela não é, todavia. Ela é coerente. Seu papel tem sido o de defender de forma intransigente o establishment político de centro-direita que domina o Congresso Nacional. Quando o governo do Lula e da Dilma lhe parece querer corromper o sistema político para favorecer a perpetuação da situação petista, ele apoia todas as ações que levem à sua remoção do poder, desde pelo menos o mensalão. Quando a Lava Jato, porém, avança sobre os políticos do establishment de centro-direita, como PMDB, PSDB e Temer, ele se posiciona no sentido de estrangular aquela operação. O ápice dessa defesa foi absolver Temer no julgamento da chapa eleitoral no TSE. Quando Bolsonaro ameaçava, até outro dia, fechar o STF por um golpe de Estado, incentivando manifestações nesse sentido, Gilmar botou a boca no trombone. "Live" e entrevista todo dia esculhambando o presidente e dizendo que o exército não era sua milícia particular. Agora que Bolsonaro parece renunciar ao golpismo e aceitar o sistema, se acertando com as forças do establishment de centro direita no Congresso, Gilmar passa a tratá-lo com o mesmo carinho desvelado que dedica àqueles, mantendo o Queiroz em prisão domiciliar.” (Facebook)



A ex-primeira-dama Michelle Obama e o senador Bernie Sanders, número dois nas primárias, abrem hoje a Convenção Nacional do Partido Democrata, que nomeará Joe Biden candidato à Casa Branca. Pela primeira vez desde o início da era da TV, o evento de quatro dias não ocorrerá em um grande estádio, numa festa popular com gente vestida de Tio Sam, chapéus engraçados e balões caindo do teto. Será inteiramente virtual, com discursos transmitidos de todos os cantos do país — e pode ser assistida a partir das 22h, hora de Brasília, pelo site oficial ou YouTube. A candidata a vice, Kamala Harris, falará na quarta-feira. Biden fecha o evento na quinta, agradecendo a indicação. Em média, o democrata está nacionalmente dez pontos a frente do presidente Donald Trump.
Mas a briga não será fácil... A presidente democrata da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, reconvocou os parlamentares interrompendo o recesso oficial já no início para que se aprove uma lei que garanta verba para o serviço público de Correios. O CEO da estatal, Louis DeJoy, começou a cortar serviços básicos, diminuindo o ritmo da operação, desde que assumiu o comando, em 15 de junho. Megadoador da campanha de Donald Trump, DeJoy alega falta de verbas. Trump, por sua vez, vem criticando quase diariamente a ideia de voto a distância, por Correios, uma tradição americana que este ano, por conta da pandemia, será ampliada. Sem apresentar qualquer estudo que demonstre fraudes nesta modalidade, Trump argumenta que se a eleição for remota haverá desvios no resultado eleitoral. Os republicanos acreditam que os democratas terão menos chances se o número de votos válidos diminuir. (New York Times)

Aliás... Faz parte da cartilha da Nova Direita Populista. O brasileiro Jair Bolsonaro também levanta constantemente a possibilidade de fraude. Aqui, a vilã é a urna eletrônica. Assim como Trump, ele tampouco apresenta quaisquer indícios. (Correio Braziliense)

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