O presidente Jair Bolsonaro convocou a imprensa para reafirmar que seu Governo manterá o compromisso com o teto de gastos ―que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. A renovação dos votos pela austeridade acontece em meio à tensão pela debandada de secretários pró-reformas liberais da equipe de Paulo Guedes no dia anterior. O movimento é um termômetro da encruzilhada em que o presidente está. Bolsonaro se mostra disposto a respaldar publicamente o ministro da Economia, mas, na prática, não quer contrariar nem militares nem os congressistas que gostariam de flexibilizar as amarras e gastar mais.
A análise do correspondente Afonso Benites, de Brasília, aponta que estancar a sangria de liberais não é a prioridade do presidente, que quer garantir o apoio do Congresso. "Nos bastidores, está mais do que claro que a prioridade do Planalto não passa por manter a palavra a Guedes. O mais importante é costurar um acordo mais estável com o Centrão, que pode blindá-lo contra um eventual impeachment", escreve.
George Soros está em perfeita forma física e mais determinado do que nunca. Aos 90 anos, o magnata e fundador da Open Society Foundation afirma em entrevista nesta edição que a União Europeia é “mais vulnerável” do que os EUA e que a China é uma ameaça maior às sociedades abertas do que a Rússia. "Estou convencido de que Trump será um fenômeno transitório que, com um pouco de sorte, acabará em novembro. É, entretanto, um indivíduo muito perigoso porque está lutando por sua vida e está disposto a fazer praticamente qualquer coisa para se manter no poder", diz Soros, que joga tênis três vezes por semana —sua mobilidade já não é a mesma, mas ele marca seus pontos com impecável elegância.
Para a agenda: o EL PAÍS entrevista nesta quinta-feira o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Ao vivo, às 15h, Mandetta falará sobre a pandemia que já matou 104.000 no Brasil e que agora acossa os bebês Yanomami. Mande suas perguntas.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020
Saem os liberais, fica o Centrão
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