terça-feira, 23 de junho de 2020

A perigosa febre dos testes rápidos para furar a quarentena

Brasil

Um exame para o novo coronavírus tão simples quanto um teste de gravidez é vendido nas farmácias brasileiras há quase dois meses. Custa entre 100 e 200 reais e atrai pessoas com algum sinal de desconforto respiratório que buscam saber se estão ou não com a covid-19. Neste final de semana, esse tipo de teste ganhou as redes sociais, quando viralizou um vídeo de uma festa em Brasília onde os exames eram disponibilizados na entrada para avaliar quem poderia ou não entrar. Se o resultado era negativo, a passagem estava liberada. Se positivo, a entrada era barrada: a interpretação mais errada e arriscada possível do resultado. À medida que o isolamento se estende e os casos da doença crescem —nesta segunda, o país chegou a 51.271 mortes e 1.106.470 infectados—, a busca por saber se já foi vítima da doença também aumenta. Se espera que o resultado possa ser um passaporte para uma vida menos restrita. Mas especialistas alertam que testes feitos no momento errado e com resultados mal interpretados podem levar a população a um comportamento de risco, explica a reportagem de Beatriz Jucá.
Enquanto a epidemia no Brasil ainda parece distante do fim, em Brasília o Governo de Jair Bolsonaro discute há semanas qual será o futuro do auxílio emergencial de 600 reais para enfrentar a crise econômica. Um estudo da UFMG demonstra que estender o auxílio emergencial até dezembro atenuaria a derrocada do PIB brasileiro. A reportagem de Heloísa Mendonça explica que, se o benefício for prolongado até o fim do ano, quase metade do seu custo total (45%) seria coberto pela elevação da arrecadação de impostos gerada pelo aumento da atividade econômica, segundo o estudo. Ao todo, 63,5 milhões de brasileiros já receberam o auxílio emergencial, somando um total de repasses de 81,3 bilhões de reais, segundo o Ministério da Cidadania.
No rastro dos protestos nos Estados Unidos e também no Brasil das últimas semanas, explodem nas redes sociais hashtags contra o racismo. Mas, nas escolas onde estudam os filhos da parcela mais rica do país, esse movimento ainda tem pouco eco. “Temos professores negros, mas não é grande o percentual”, admite Luciana Fevorini, diretora do colégio Equipe, na zona oeste de São Paulo, reconhecida por seu perfil progressista. “Isso nunca foi critério de seleção, mas talvez agora tenha que ser”, reconhece. A reportagem de Marina Rossi, que tentou contato com dez colégios privados de São Paulo, conta que apesar de abordarem temas ligados à história afro-brasileira e diversidade em suas grades, as instituições carecem de programas de inclusão racial dentro da sala de aula.

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