quinta-feira, 18 de junho de 2020

Maioria do Supremo Tribunal Federal endossa inquérito das ‘fake news’

Brasil

Supremo Tribunal Federal caminha para um consenso em torno da legalidade do inquérito das fake news, o principal instrumento da Corte não só contra os ataques proferidos aos seus membros nas redes sociais como também contra o histrionismo do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores. Nesta quarta-feira, oito ministros do STF concordaram com a tese de que a investigação, considerada controversa por ter sido iniciada pela própria Corte e por não ter participação do Ministério Público, é válida e tem de continuar. Foi uma sessão recheada de recados ao Planalto enquanto o presidente seguiu vociferando contra o tribunal.
O julgamento deve ser encerrado em sessão extraordinária nesta quinta-feira, dia que já começou complicado para a família Bolsonaro. Logo pela manhã, o policial aposentado e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, foi preso em Atibaia, cidade do interior de São Paulo. Queiroz é investigado por suspeita de envolvimento em um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que teria ocorrido dentro do gabinete do filho do presidente.
Também nesta edição, um retrato do Brasil indígena que sofre com o coronavírus. No país que se aproxima rapidamente da marca um milhão de casos confirmados de covid-19, a ameaça é ainda mais dramática para indígenas e povos isolados. “Estamos muito tristes com as primeiras mortes dos yanomami. Nossos xamãs estão trabalhando sem parar contra a 'xawara”, diz à repórter Joana Oliveira, por telefone, Dário Kopenawa, filho do líder Davi Kopenawa, um dos mais conhecidos xamãs de toda a Amazônia. "Xawara" é a palavra que denomina as epidemias levadas pelo homem branco. As comunidades dizem que invasores aproveitam a pandemia, época em que a fiscalização ficou mais rara, para entrar nos territórios e acabam espalhando a doença.
Nos Estados Unidos, outro grupo vulnerável sofre com a doença. Segundo uma pesquisa do instituto Ipsos e da rede ABC, 26% dos latinos adultos nos EUA disseram conhecer alguém que havia morrido por causa do vírus ou de complicações relacionadas a ele. Com participação desproporcionalmente elevada na força de trabalho do varejo e dos serviços, apenas 16% dos 60 milhões de latinos do país, segundo um estudo, puderam trabalhar de suas casas. A reportagem de Pablo Guimón e Pablo Sanchez Sandoval conta as histórias dos latinos que fizeram os EUA funcionarem durante a emergência sanitária.

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