segunda-feira, 8 de junho de 2020

Atos contra o governo ocorreram em vários estados

Ainda discretosatos contra o governo ocorreram em vários estados do país — os maiores registrados em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. Além de impeachment, estavam também na pauta protestos contra o racismo no Brasil e no mundo. Os presentes exibiram faixas contra o presidente e fotos do menino João Pedro, morto pela polícia em uma operação no Rio. Foram poucos os conflitos com a PM, embora a tensão estivesse presente. Como de praxe, bolsonaristas também foram às ruas brasileiras no domingo — Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Recife, Goiânia, Alagoas, São Luís, Pernambuco, Belém, Manaus, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. (Poder 360)

Naief Haddad, da Folha: “Acompanhei os protestos deste domingo contra o governo de Jair Bolsonaro por cerca de duas horas. Foi tempo suficiente para observações que podem ajudar o leitor a entender um movimento forte e ambicioso, mas ainda repleto de contradições — e pode estar aí a sua fraqueza. Três eram os gritos de guerra mais ouvidos: ‘Racistas, fascistas, não passarão’, ‘Vidas negras importam’ e ‘Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar’. Parece não haver dúvida sobre a truculência de parte expressiva das forças de segurança no Brasil. Ok, mas quem, afinal, é o alvo dos protestos? Se a intenção do movimento antibolsonarista é ganhar adesão de outros setores da sociedade, além da esquerda tradicional, talvez fosse a hora de repensar a pertinência de tanta gritaria contra a PM em protestos desse tipo. Difícil imaginar os 22% da população que consideram o governo Bolsonaro regular protestando nas ruas contra os policiais. Outro grito de guerra recorrente era ‘Ei, burguês, a culpa é de vocês’. Bolsonaro não venceria a disputa eleitoral sem o apoio da classe média, o que também vale para Lula e Dilma. A passeata percorria uma das principais vias de Pinheiros, um bairro majoritariamente de classe média. Burguês, portanto. Assim como gritar contra policiais, insultar os burgueses não vai ajudar a fortalecer o movimento. Odiar a classe média não vai mudar o fato de que o impeachment só se torna viável com o apoio dela. Representantes dos atos antifascistas precisam decidir logo: querem sair às ruas para desabafar contra tudo ‘o que tá aí’ ou pretendem enfraquecer efetivamente um governo já debilitado?” (Folha)

Pois é... O ex-presidente Fernando Henrique e os ex-candidatos a presidente Ciro Gomes e Marina Silva deram entrevista à jornalista Míriam Leitão sobre a ideia de uma Frente Ampla. “Divergência fica guardada para a hora própria”, afirmou Ciro. “É uma sinal muito ruim”, comentou Marina a respeito da tentativa pelo governo de manipular números da Covid-19. “É uma tentativa de fazer uma pedalada com a pandemia. E isso é crime de responsabilidade.” FH amarrou a preocupação pela criação de uma frente. “É necessário, é urgente que se faça isso”, disse. “Não guardo rancor de ninguém, temos de olhar para frente, para o país.”



Para o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, decano na Força Tarefa da Lava Jato, a ida do ex-juiz Sérgio Moro para o ministério contaminou a operação. “Manifestei a ele minha dúvida sobre se seria uma decisão correta”, disse em entrevista se referindo a Moro aceitar o convite. “Eu tinha dificuldade com esse governo. E vejo que, num certo momento, ela [decisão de Moro] custou muito caro para a Lava Jato, obviamente, como movimento, porque contaminou uma discussão política desnecessária. A esperança de mudança passa por uma mudança legislativa. Nós da Lava Jato sempre soubemos disso. O Sergio Moro acreditou nesta mudança. Mas desde o episódio da ‘rachadinha’ me pareceu claro que o Bolsonaro não tinha compromisso com essa mudança.” (Folha)



O escritor Olavo de Carvalho partiu para um agressivo ataque contra o presidente Jair Bolsonaro, no sábado à noite. “Você não é meu amigo! Você se aproveitou! E vai me dar uma condecoração? Enfia a condecoração no cu! Eu não quero mais saber”, afirmou em seu jeito de praxe — aos berros. “Você não está agindo contra os bandidos, você vê o crime, eles cometem os crimes, você presencia em flagrante e não faz nada contra eles. Isso chama-se prevaricação. Quer levar um processo de prevaricação da minha parte? Esse pessoal não consegue derrubar o seu governo? Eu derrubo. Continue inativo, continue covarde, eu derrubo essa merda desse seu governo.” Assista.

Olavo perdeu um processo movido pelo músico Caetano Veloso e foi condenado a indenizá-lo em R$ 2,8 milhões. O cálculo, de acordo com o jornalista Leandro Demori, ficou pronto na semana passada. A isto se soma o fato de que a campanha movida no Twitter pela conta Sleeping Giants Brasil, que informa a empresas que sua publicidade automatizada está ajudando a financiar sites que distribuem fake news, está funcionando. Afeta diretamente o site Brasil Sem Medo, de Olavo. (Twitter)

O empresário Luciano Hang acertou com o presidente que promoverá uma vaquinha para levantar dinheiro para o escritor. O medo é de que ele desarticule, nas redes, parte do apoio ao presidente. (Correio Braziliense)

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