sexta-feira, 12 de junho de 2020

Shoppings abrem quando país vira maior em mortos diários por Covid


Já são 41.058 óbitos pela Covid-19 no país. Enquanto governadores flexibilizam as regras de isolamento, o Brasil registrou nos últimos sete dias a maior média diária de óbitos provocados pelo novo coronavírus em todo o mundo. Deixou para trás Estados Unidos e Reino Unido, países que tiveram os maiores números absolutos de mortes até agora. Em São Paulo, uma fila com mais de 200 pessoas se formou em frente ao shopping center Metrô Tatuapé, na zona leste da capital paulista. No Rio de Janeiro, um dos maiores shoppings da zona norte, o Norteshopping, teve na manhã de ontem uma fila de clientes em sua porta e acabou reabrindo antes das 12h, horário estabelecido pela prefeitura.

Ainda sobre o Rio, no entorno do Botafogo Praia Shopping, do Tijuca Shopping e do Madureira Shopping, filas dobravam esquinas.Os centros comerciais ficaram abertos do meio-dia às 20h, e, à noite, a Secretaria estadual de Saúde divulgou um boletim no qual contabilizou 225 mortes por coronavírus em 24 horas, o maior número em cinco dias. O município do Rio ainda tem uma taxa alta de ocupação de leitos (89%). (O Globo)

O infectologista Celso Ramos Filho, da UFRJ sobre reabertura: “Desconheço a razão técnica pela qual estamos abrindo shoppings em comemoração ao Dia dos Namorados”.

Os dados apontam que, em pouco mais de três meses, o novo coronavírus vitimou mais brasileiros do que os acidentes de trânsito em todo o ano de 2019. (Folha)

E o Brasil pode superar os Estados Unidos em número total de mortes de Covid-19 no dia 29 de julho, aponta a projeção do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, um dos principais modelos matemáticos usados pela Casa Branca para definir suas estratégias. Se não houver nenhuma mudança significativa no avanço da pandemia no país, o Brasil teria 137,5 mil mortos e os EUA, 137 mil. Um avanço com uma magnitude dessas ocorreu nos últimos 30 dias: havia 10 mil mortes registradas em 9 de maio e 38 mil em 9 de junho. O quádruplo. Se for considerada a taxa de mortes por 100 mil habitantes, o Brasil deve superar os EUA em 10 de julho. (BBC)

Nas últimas 24h, o Brasil teve 1.261 novas mortes registradas, apontou levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Pelo terceiro dia consecutivo, houve mais de mil mortes e mais de 30 mil novos casos em um intervalo de um dia. O Nordeste tem mais casos que o Sudeste. São 285 mil casos confirmados nos nove estados, contra 281 mil em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. (G1)

E a tendência atual é de aceleração da pandemia, ou seja, o Brasil ainda não atingiu o pico de casos, algo que, segundo pesquisadores, deve ocorrer em meados de agosto. Uma pesquisa nacional, a Epicovid-19, mostra que número de pessoas infectadas cresceu 53% em duas semanas, entre a primeira e a segunda fases da pesquisa nacional sobre a doença. A segunda rodada do estudo foi a campo entre os dias 4 e 7 de junho. Trata-se da variação do número de pessoas que tinham anticorpos para a doença em 83 cidades para as quais é possível comparar os dados das duas etapas. Nesses municípios, a taxa de infecção passou de 1,7% da população para 2,6%. Na contagem oficial de casos, a evolução foi de 33,5%. (Folha)

Na chamada Região do Pólo Têxtil, na zona metropolitana de Campinas, com pior média de isolamento de SP, cidade estão vendo o Covid-19 triplicar. Em média, o aumento do número de casos de 10 de maio a 10 de junho foi de 250,6%, e o de óbitos, de 278%.

Pois é... Quem vive em locais em que a pandemia de coronavírus não está controlada terá entrada barrada em países europeus. Significa...

Veja como a devastação causada pela pandemia em 25 cidades e regiões dos EUA se compara a 100 anos de momentos históricos com mortes elevadas. (NYT)



A pandemia é para todos, mas a quarentena, não. A edição especial Querer e poder do TAB retratou como as diferenças de oportunidades impactam a sociedade durante a pandemia. Respondendo a 5 perguntas, o cientista político canadense Robert Muggah, um dos fundadores do Instituto Igarapé, explicou como os efeitos da quarentena determinam as agendas econômica e social do Brasil e do mundo.
Robert Muggah: “A conclusão é que o preço da falta de ação se acumula ao longo do tempo, em forma não só de desigualdade, mas de frustração crescente e agitação social. Os ricos precisam ceder um pouco de seu poder e privilégios e aceitar que precisam pagar mais impostos”.



O nome é CoronaVac e já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. Uma parceria feita do Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac Biotech para uma vacina contra o novo coronavírus foi anunciada ontem pelo governo de São Paulo. O investimento do Instituto Butantan para os estudos nessa fase clínica é de R$ 85 milhões. (Veja)

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