sexta-feira, 26 de junho de 2020

Justiça do Rio dá foro privilegiado a Zero Um


A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio aceitou ontem, por 2 votos a 1, o recurso imposto pela defesa do senador Flávio Bolsonaro e concedeu a ele direito a foro privilegiado. O inquérito que o investiga deixa então as mãos do juiz Flávio Itabaiana, aquele que pediu a prisão preventiva do ex-chefe de gabinete Fabrício Queiroz, e passa para a segunda instância. É justamente o TJ o foro de deputados estaduais, mandato que Zero Um ocupava quando da rachadinha. A defesa do hoje senador agora pedirá que as provas colhidas durante a prisão de Queiroz sejam desconsideradas. (Poder360)

No Supremo, a decisão do TJ-RJ causou estranheza. O STF considera que o direito ao foro privilegiado termina com o fim do mandato. É uma análise que os desembargadores fluminenses escolheram ignorar. Se o Ministério Público recorrer da decisão, é justamente o Supremo que dará a última palavra, lembra Mônica Bergamo. (Folha)

Aliás... O ex-juiz Sergio Moro jamais teria julgado o ex-presidente Lula se o critério dos desembargadores fosse levado em conta, aponta Bela Megale. (Globo)

Enquanto isso... Três testemunhas afirmam que o agora ex-advogado de Flávio e do próprio presidente, Frederick Wassef, conhece Queiroz há pelo menos um ano e meio. Segundo o Jornal Nacional, Wassef acompanhava Queiroz quando ele deu entrada em um hotel em Atibaia dias após a lista do Coaf com seu nome ser divulgada, em 2018. (G1)

Em outro período, de acordo com o Jornal da Band, Queiroz ficou morando em outro apartamento de Wassef, no Guarujá, litoral paulista. O imóvel, de 200m2, ficava na Praia de Pitangueiras. (Band)




Carlos Alberto Decotelli, um oficial reserva da Marinha que presidia o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, substituirá Abraham Weintraub no comando do MEC. Evangélico, afirmou que sua prioridade é resolver os problemas da Educação. “O presidente solicitou a máxima dedicação para fortalecer a gestão e a comunicação do MEC para favorecer o diálogo”, afirmou, com um aceno de pacificação. “Nossa atitude será conversar com o conselho dos secretários de Educação para que, juntos, possamos pensar a maneira ideal de ajustar, porque a realidade brasileira é muito diferenciada na estrutura da saúde pública no atendimento à Covid. Então, não se pode adotar um padrão nacional.” Dacotelli é o primeiro ministro negro do governo Bolsonaro. (Estadão)



O auxílio emergencial seguirá nos próximos meses com mais R$ 1.200 — que poderão ser divididos em duas ou três parcelas. O anúncio foi feito pelo presidente em sua tradicional live das quintas-feiras. “Deve ser R$ 500, R$ 400 e R$ 300”, ele afirmou. O terceiro pagamento do benefício inicial, que durou três meses e pagou R$ 600, atingirá 64 milhões de brasileiros. (Poder 360)



O novo Datafolha, realizado entre 23 e 24 de junho, ouviu que 44% dos brasileiros consideram o presidente Jair Bolsonaro ruim ou péssimo. 32% o põem em ótimo ou bom e, 23%, regular. 46% dizem nunca confiar nas declarações do presidente. 32%, confiam às vezes. E 64% dos ouvidos acreditam que ele sabia onde Fabrício Queiroz estava escondido. (Folha)

Não custa observar... São três pesquisas distintas, com metodologias diferentes, e tomadas em datas próximas, embora separadas. As perguntas que cada uma faz também mudam resultados. Ainda assim, cá este Meio publicou estes resultados nos últimos dias. Segunda-feira, a Quaest, com o Jota, indicou que 21% dos brasileiros têm avaliação positiva do governo Bolsonaro. O DataPoder360, na quinta-feira, indicou que 41% aprovam o governo. E, hoje, o Datafolha afirma que 32% avaliam como ótimo ou bom o presidente. Estamos às cegas.



Cristiana Lôbo: “O presidente Jair Bolsonaro virou a chave e agora está no modo pacificação com a política e o Judiciário. ‘O presidente está em outra vibe e já sabe onde mora o perigo’, disse um interlocutor frequente. A mudança vem sendo notada há alguns dias. No último domingo, não compareceu a atos públicos de seus apoiadores, como vinha fazendo. Depois, aconteceu a demissão do ministro Weintraub que vocalizava de forma mais agressiva o discurso da ala ideológica do governo. E, nesta quinta, escolheu Carlos Alberto Decotelli para ministro da Educação, escolha que representa uma derrota da chamada ala ‘olavista’, uma vez que o novo ministro é militar e, embora afinado com políticas do governo, tem uma missão de abrir o diálogo com a academia, ponte que os militares gostariam de ver. O presidente deve sancionar a apelidada Lei Aldir Blanc, recém-aprovada pelo Congresso, que concede auxílio emergencial a músicos e artistas, ato que deve ser entendido como um aceno ao setor cultural, sobretudo aos músicos sertanejos, forró e gospel, segmento no qual ele já tem apoio. Bolsonaro estaria se afastando do discurso mais radical que, para aliados, foi comparado ao que aconteceu com o então presidente Lula, ao final de seu primeiro ano de mandato. Naquela ocasião, Lula tentou ‘enquadrar’ os mais radicais do PT que ficaram contra as reformas propostas pelo governo. O resultado foi a expulsão dos rebeldes que acabaram criando o PSOL. ‘Será que vai ser criado o PSOL da direita?’, questionou um aliado. Ideia difícil porque o entorno do presidente é o mais radical, incluindo aí seus filhos.” (G1)



O ministro Luiz Eduardo Ramos, da secretaria de Governo, pôs a farda de general de Exército e foi ontem ao Alto Comando. Anunciou a seus companheiros de armas que, em 1º de julho próximo, assina o documento pedindo sua transferência à reserva, conta Andréia Sadi. Já havia pressão há algum tempo para que o fizesse. Muitos militares temiam que seu trabalho, iminentemente político, passasse a impressão de envolvimento das Forças Armadas no governo. Ramos disse que tomou a decisão por acreditar que o governo Bolsonaro dará certo. (G1)



Meio em vídeo: Quem vê só bots ou fake news percebe árvores mas não vê a floresta. No Brasil, a campanha (e o governo) de Jair Bolsonaro aplicaram e aplicam as técnicas desenvolvidas na Itália para manipulação da opinião pública. O modelo foi usado antes na eleição do Movimento 5 Estrelas, depois no Reino Unido, durante o Brexit, e também pelo time de Donald Trump, nos EUA. Funciona. Quer entender o que fazem? Assista.



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