segunda-feira, 22 de junho de 2020

Zero Um pode se tornar réu em duas semanas



Frederick Wassef não é mais advogado do senador Flávio Bolsonaro. Em entrevista à CNN Brasil, afirmou que a decisão era sua. “Faço isso para que não me usem, para que não continuem a atacar criminosamente o presidente da República e o senador”, afirmou. “Ainda que eu não tenha feito nada de errado, por todo e qualquer dano que eu tenha causado de imagem, peço desculpa e assumo aqui total responsabilidade.” Em nenhuma das entrevistas que deu, Wassef explicou por que o ex-assessor desaparecido Fabrício Queiroz estava em sua casa, em Atibaia. “O dia que eu falar verão que nada tem a ver com o que estão me acusando.” Mas a notícia da prisão de Queiroz é ainda muito ruim para o filho Zero Um. No Tribunal de Justiça do Rio, o clima era favorável a Flávio, informa Bela Megale. Mas a descoberta de que Queiroz era protegido por Wassef muda o ambiente e os desembargadores podem manter as decisões que vêm sendo tomadas na primeira instância. Zero Um pode se tornar réu em duas semanas, afirma Lauro Jardim. (Globo)

A repórter Andréia Sadi tentou extrair de Wassef uma explicação para Queiroz. “Pulou o muro?”, ela perguntou. “Apareceu voando na casa do senhor? Ou foi levado por alguém?” O advogado escorregou. “Não vou poder avançar ainda hoje, mas vou falar tudo com muito prazer, porque a verdade é uma coisa que você vai gostar de ouvir. Jamais o presidente Bolsonaro teve ciência ou conhecimento sobre qualquer coisa relacionada a Queiroz ou ao Flávio ou ao caso do Flávio. Vou dizer mais: sempre afirmei que o que trato com o presidente são assuntos jurídicos entre eu e ele, de temas dele, de casos dele. Não falo com o presidente Bolsonaro sobre nada do Flávio e nem de caso de Flávio. Não é só isso não, eu nunca falo nada com o presidente, eu omito de propósito e tenho por que, que também não vou poder falar hoje.” (G1)

Mas... Em sua live de quinta-feira Bolsonaro pareceu saber. “Por que estava naquela região de São Paulo? Porque fica perto do hospital que ele faz tratamento de câncer.” O Hospital Novo Atibaia negou. O Albert Einstein, em São Paulo, onde o ex-assessor se tratou da doença, fica a mais de 90 quilômetros. (Correio Braziliense)

O novo advogado responsável foi contratado na noite deste domingo. É Rodrigo Boca, que cuidou da defesa do ex-governador fluminense Sérgio Cabral Filho até 2018. Quando Cabral optou por fazer uma delação premiada, Boca deixou o caso. (Folha)



Vera Magalhães: “A permanência de Paulo Guedes ajuda a legitimar um governo que desmorona sem ministro da Saúde na pandemia, sem titular da Educação quando alunos estão perdidos em casa, povoado de indicados do Centrão para evitar o impeachment e frequentando cada vez mais as páginas policiais – não por uma ‘rachadinha inocente’, como dizem os passadores de pano compulsivos, mas por um engenhoso esquema de lavagem de dinheiro público de gabinetes legislativos e ligação comercial e financeira com a milícia do Rio. O governo Bolsonaro é a negação absoluta da ‘sociedade aberta’ de Karl Popper, o mantra que Guedes segue entoando, alheio ao fato de que sua agenda foi tragada pela pandemia e pelo populismo e que, neste momento, quem faz a cabeça do presidente não é mais o Posto Ipiranga, mas os ideólogos do golpe. Para ele e os demais ministros ‘técnicos’ ficar é, sim, chancelar. Está claro que não virão ‘notáveis’ para fazer parte dessa gestão que arrasa tudo que toca. O nível daqui para a frente será de Mário Frias para baixo.” (Estadão)

Em tempo: o ator Mário Frias, ex-Malhação, é o novo secretário de Cultura. Sua nomeação saiu publicada no Diário Oficial sexta-feira, às 22h. (G12)



O presidente americano Donald Trump voltou aos grandes comícios ao promover um em Tulsa, estado de Oklahoma, num espaço fechado com lotação possível de até 19 mil pessoas. A campanha havia celebrado o fato de que mais de um milhão de pessoas se inscreveram para assistir ao vivo e havia preparado infraestrutura externa com telões. Não foi necessário — o centro sequer lotou. Um movimento de jovens oposicionistas, no TikTok, espalhou a ideia de fazer com que muita gente se inscrevesse sem aparecer. A trolagem foi o assunto do domingo, nas redes adolescentes e entre democratas. (CNN)

Mas... Especialistas temem que o comício tenha se tornado um evento de supercontaminação da Covid-19. Nem Trump, nem boa parte do público, usou máscaras. Os eleitores mais leais ao presidente a consideram símbolo da esquerda e a preocupação com o novo coronavírus, exagerada. As autoridades sanitárias na região se preparam para uma explosão de casos nas próximas semanas. (Vox)

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