segunda-feira, 22 de junho de 2020

Brasil supera 50 mil mortos por Covid, 100 mil podem vir em julho


O Brasil ultrapassou as cinquenta mil mortes por Covid-19 no sábado, pouco mais de três meses após registrar seu primeiro óbito em 17 de março, quando a pandemia já matava milhares na Ásia e Europa. É a maior tragédia do século 21. Se seguirmos nessa curva, o Brasil pode superar os Estados Unidos em número de mortes de Covid-19 no dia 29 de julho, aponta a projeção de um dos principais modelos matemáticos usados pela Casa Branca para definir suas estratégias. Nesse dia, o Brasil teria 137,5 mil mortos e os EUA, 137 mil. Pelas redes sociais, os ex-ministros Henrique Mandetta e Sergio Moro lamentaram. O presidente da Câmara também. Jair Bolsonaro não se manifestou, mas usou o Twitter para lamentar a morte do soldado do Exército Pedro Lucas Ferreira Chaves, que morreu após um salto de treinamento.

O país registrou ontem 601 novas mortes por Covid-19 e 16.851novos casos. As informações são coletadas com as Secretarias de Saúde, e o balanço é fechado às 20h de cada dia. Ao todo, são 50.659 óbitos e 1.086.990 pessoas doentes desde 26 de fevereiro, quando a doença foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil.

Apesar dos números e da curva ascendente, foi um domingo de praias cheias no Rio de Janeiro. A cidade passa por uma fase de flexibilização das regras do isolamento, mas ainda não está liberada a permanência em praias.

Já Porto Alegre volta a fechar o comércio a partir de hoje. Somente poderão atuar quem se enquadre como autônomos e microempreendedores individuais, além de serviços essenciais, como farmácias e supermercados. O decreto na íntegra.

Pois é... o governo brasileiro prorrogou por mais 15 dias a restrição da entrada de estrangeiros de qualquer nacionalidade no país. Já as fronteiras espanholas estão agora abertas a todos os países da União Europeia, exceto Portugal. Enquanto a maioria da Europa já está em diferentes fases de reabertura, na Suécia ainda não se sabe ao certo se a famosa curva da epidemia começou a cair. De acordo com o Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC), o país escandinavo tem a segunda maior taxa de casos positivos por 100.000 habitantes (550,3).

Nos EUA, o número de mortes causadas pelo novo coronavírus cresceu para 119.615. Pelo menos 12 Estados estão reabrindo no momento em que batem recorde de novas infecções. Os casos mais graves são Flórida, Texas e Arizona. A Califórnia registrou 4.515 novos casos no domingo, o maior aumento em um dia desde o início da pandemia.

Michael Osterholm, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA: “Não acho que vai desacelerar. Não teremos uma, duas ou três ondas. O que veremos é um longo e complicado incêndio florestal de casos”.



No futebol, os testes feitos pelo Corinthians apontaram que 21 dos 27 jogadores do elenco profissional já tiveram contato com o coronavírus, e 13 deles já estão recuperados. Já o Palmeiras divulgou na noite de domingo que 4 dos seus 30 jogadores foram infectados pelo vírus e três deles estão recuperados. Pouco antes de reiniciar os treinos presenciais, o Botafogo divulgou o resultado de 353 testes. Ao todo 17 pessoas testaram positivo para covid-19: cinco atletas, seis familiares e seis membros da comissão técnica.



No Brasil, Valter Roberto Silvério, professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos, estuda como movimentos negros em diversos países se articularam e se uniram desde o final do século 19. O pesquisador acha que os protestos contra o racismo que irromperam em várias cidades nas últimas semanas são sem precedentes e podem inaugurar uma nova era. Trechos de sua entrevista à BBC Brasil.

Sobre manifestações no Brasil: “Parece que uma parte da juventude branca entendeu que a sociedade gera privilégios para ela. E quando ela sai às ruas com os jovens negros se vê outra configuração de luta”.
Sobre educação: “É uma história inteira e ela não foi considerada. O principal problema não é que as pessoas brancas não sejam sensíveis ao problema racial, (é que) elas não têm formação para entender isso de forma adequada. Por isso, uma reformulação curricular é urgente”.

E o convidado de hoje do Roda Viva é o filósofo, professor e jurista, Silvio Almeida. Ele irá falar, principalmente, sobre a onda de protestos antirracistas ao redor do mundo.




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