A guerra pública travada entre o presidente Jair Bolsonaro e o agora ex-ministro Sergio Moro em meio às acusações de interferência política no comando da Polícia Federal empurrou o presidente a um patamar inédito no derretimento de sua imagem pública: pela primeira vez na série histórica de pesquisas realizadas pela consultoria Atlas Político, a maioria dos entrevistados (54%) é favorável a um processo de impeachment contra Bolsonaro. O presidente já vinha experimentando queda na aprovação de seu Governo desde fevereiro diante de seu comportamento errático durante a crise do coronavírus e do baixo desempenho econômico nesse período, mas os reflexos da demissão de seu ministro mais popular afetaram diretamente seu capital político: 64,4% responderam que desaprovam seu desempenho enquanto 30% o aprovam. Enquanto isso, o ex-ministro Sergio Moro fortalece a sua imagem pública.
Para o filósofo Marcos Nobre, professor da Unicamp e presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, Bolsonaro está se refugiando em sua base mais radical de eleitores ao mesmo tempo em que tenta negociar com o centrão no Parlamento para conseguir tempo. Mas acredita que é uma questão de tempo para que seja destituído do cargo. “Bolsonaro vai para a lona e sabe disso", afirmou ao repórter Felipe Betim. Ele opina que a popularidade de Bolsonaro se reduzirá a seu eleitorado mais radical, mas destaca que isso por si só não garante uma maioria social pelo afastamento.
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segunda-feira, 27 de abril de 2020
Apoio a impeachment de Bolsonaro alcança 54%, aponta Atlas Político
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