Nelson Teich fez sua primeira entrevista coletiva como novo ministro da Saúde prometendo anunciar no prazo de uma semana um "plano de saída " para a quarentena. Teich declarou que o Brasil não pode sobreviver “um ano e meio parado”. O ministro diz acreditar que, mantendo-se as taxas atuais, o Brasil não atingirá a estimativa de 70% da população em contato com a doença. Prometeu recuar em caso de erro de cálculo. Mas também reconheceu que não é possível aplicar testes em massa no país, o que pode dificultar o processo de tomada de decisão. Com projeção oficial de até triplicar mortes até o dia 3 de maio, São Paulo, o epicentro da pandemia no Brasil, é um dos Estados que se preparam para reabertura econômica. Pressionado por entidades empresariais, da indústria e do comércio, o governador João Doria prometeu detalhar o plano de reabertura do Estado até o dia 8 de maio, em uma tentativa de ganhar tempo para mitigar as tensões.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro recorre a condenados no mensalão e réus na Lava Jato para romper o isolamento político e pressionar seu desafeto político, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Apesar de alegar com frequência em seus discursos que não faz acordos, que representa a nova política e que não loteia o seu Governo para legendas, desde a semana passada, o presidente e seus ministros participaram de reuniões com interlocutores da “velha política” que dizem combater.
O sul dos Estados Unidos também inicia a transição para a chamada “nova normalidade” num processo contaminado pela polarização política: o republicano Donald Trump estimulou os protestos contra as medidas de isolamento, convocados sobretudo por suas bases mais radicais em Estados com governadores democratas. Embora a propagação da covid-19 tenha se desacelerado, houve quase 200.000 novos contágios e 13.000 mortes em uma semana.
Falamos ainda sobre Phyllis Schlafly, a furiosa antifeminista que freou os direitos das mulheres enquanto os aproveitava. “Muito conservadora até para os ultraconservadores”, Schlafly conquistou eleitores defendendo que as mulheres deveriam permanecer no lar, enquanto percorria os Estados Unidos difundindo seus ideais. Agora, Cate Blanchett a interpreta na série ‘Mrs. America’.
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quinta-feira, 23 de abril de 2020
Bolsonaro recorre aos mensaleiros contra Maia
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