O Supremo Tribunal Federal entrou mais uma vez de cabeça em uma crise que envolve o Palácio do Planalto. Enquanto, de momento, o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, não dá sinais de que se moverá para dar andamento aos quase 30 pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, coube ao Judiciário confrontar mais uma vez o mandatário, que tem participado de atos contra a democracia e desrespeitado as orientações de autoridades sanitárias de enfrentamento do coronavírus. A reportagem de Afonso Benites mostra que o Supremo assume novamente o protagonismo do cenário político brasileiro, enquanto, nos bastidores, integrantes das cúpulas do Judiciário e do Congresso têm se reunido para avaliar os próximos passos daqui para frente.
Em meio a isso, o país assiste à escalada da pandemia. Pelo segundo dia consecutivo o Brasil registrou mais de 400 mortes por covid-19, levando o total de óbitos confirmados a 5.466 até esta quarta-feira. De acordo com o Ministério da Saúde, há ainda 38.564 pacientes com a doença em atendimento médico e outras 34.132 pessoas curadas. Em São Paulo, epicentro da pandemia no Brasil, o infectologista Aluisio Segurado conta sobre como o Hospital das Clínicas, o maior da América Latina, transformou um prédio com 900 leitos em um covidário. E alerta “Não há um ser humano livre de adquirir essa infecção”, afirmou, em entrevista à Talita Bedinelli.
Ainda nesta edição, o crítico de cinema do EL PAÍS Carlos Boyero lembra o legado do cineasta Alfred Hitchcock, cuja morte completou 40 anos nesta semana. "Hitchcock teria sido o retratista perfeito desta barbaridade que todos nós estamos sofrendo, o que de mais selvagem, incrível e desumano ocorreu à humanidade desde a Segunda Guerra Mundial. Ninguém plasmou em imagens melhor do que ele o horror individual ou coletivo, a angústia, o perigo abstrato ou real, a pegajosa sensação do medo, a incerteza, os fantasmas engendrados pela maldade ou pela solidão", escreve.
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