O Brasil tem sete vezes mais contaminados por Covid-19 do que apontam as estatísticas oficiais, mostra a primeira etapa nacional de uma pesquisa coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) com apoio do Ibope. O levantamento foi realizado durante uma semana, entre 14 e 21 de maio, para testar a presença da doença na população. Isso quer dizer que em um grupo de sete pessoas com o coronavírus, apenas uma foi registrada nos números oficiais.
Foram testados 25.025 moradores de 90 municípios, incluindo 21 capitais. Das 15 cidades com maior prevalência, de acordo com o levantamento, 11 estão na região Norte. Na cidade de Breves, no Pará, 24,8%, ou seja, praticamente um quarto da população, está ou esteve com coronavírus. Em Belém, mais de 15% tiveram a doença. A proporção de pessoas com anticorpos é de 1,4% em 90 cidades analisadas.
Pedro Curi Hallal, coordenador da pesquisa: “Essas outras pessoas que têm o coronavírus e não sabem involuntariamente podem transmitir para outras pessoas. E isso faz com que a epidemia continue crescendo nesse ritmo preocupante que tem ocorrido no Brasil”. Leia a íntegra em PDF.
Oficialmente, o país tem 23.473 mortes em decorrência do novo coronavírus — 807 delas computadas nas últimas 24 horas. O boletim diário da pasta, divulgado ontem, aponta um total de 374.898 infectados pela doença no país. Em menos de um mês, o país passou de 100 mil diagnósticos para mais de 300 mil infectados pela doença, com aceleração do aumento de casos confirmados nas últimas duas semanas: só entre 14/05 e 21/05, foram mais de 100 mil novos casos registrados pelo Ministério da Saúde.
A curva da pandemia no país parece não existir. É uma reta para cima.
Somente um em cada três pacientes graves de Covid-19 que são entubados nas UTIs brasileiras se recupera e consegue voltar para casa, aponta um estudo da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e do Epimed — uma ferramenta de análise de dados e desempenho hospitalar. A mortalidade dos pacientes em UTIs é de 66%, número muito acima de casos em outros países. De acordo com especialistas, o percentual reflete as precariedades do sistema de saúde brasileiro e, eventualmente, o uso indiscriminado de medicamentos sem benefícios comprovados cientificamente, como a cloroquina.
Por falar em cloroquina, a Organização Mundial da Saúde determinou a suspensão dos testes com a droga após estudo demonstrar aumento no risco de morte de pacientes. A pesquisa, publicada na revista científica Lancet e feita com 96 mil pessoas, apontou que não houve eficácia das substâncias contra a Covid-19.
Pois é... cientistas brasileiros estão vivendo um pesadelo em meio à politização da droga. Além de ameaças, o remédio que aumenta o risco de arritmia cardíaca é cada vez mais pedido.
E um levantamento realizado em uma rede de laboratórios privada apontou que o número de crianças de até nove anos com teste positivo para Covid-19 aumentou sete vezes em um mês. A taxa de positividade foi de 1,4% até 3 de abril para 9,09% desta data até 14 de maio. A maior concentração dos exames foi no estado de São Paulo (90%), mas foram levantados dados também de Pernambuco e Rio de Janeiro. Do total de exames realizados na rede —71.400, até o dia 14 de maio—, 5% englobavam a faixa de 0 a 29 anos.
Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil superou os Estados Unidos no número de mortes causadas pelo novo coronavírus registradas em um intervalo de 24 horas.
Pois é...Estados americanos avançam para relaxar as restrições adotadas no combate à pandemia de coronavírus. E o que não falta é pergunta. E resposta também. Afinal, é seguro encontrar amigos no parque, desde que as pessoas fiquem a 1,80 m de distância? Entrevistas mostram um consenso cada vez maior entre especialistas de que se as pessoas decidirem sair de casa é mais seguro estar do lado de fora do que dentro do escritório ou do shopping. Mas os especialistas também manifestaram cautela. Enquanto sair livremente pode ajudar as pessoas a enfrentar o cansaço da quarentena, há o risco de que elas baixem a guarda ou se encontrem com pessoas que não estão agindo seguramente.
Ainda sobre os EUA, apesar de o aborto por meio da telemedicina ser proibido em 18 Estados, mais mulheres solicitam o teleaborto desde março, quando ordens de confinamento foram implementadas em todo o país. A organização de pesquisa em saúde Gynuity fornece um modelo medicamentoso orientado por telemedicina no país. |
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