À medida que o Brasil soma mortos e contágios por coronavírus —ultrapassou 13.000 óbitos e se transformou no país emergente mais afetado—, a população vai perdendo a paciência com seu presidente, mostram as pesquisas de opinião. Um enfraquecido Jair Bolsonaro, cuja desaprovação cresce, persiste no confronto com os governadores e em discursos contra o isolamento social e se defende com ataques enquanto avança a investigação sobre sua suposta ingerência na Polícia Federal. Um de seus escudos é o Centrão, escrevem Naiara Galarraga Gortázar e Afonso Benites.
A colunista Eliane Brum analisa a postura do presidente ao conduzir a crise de saúde pública: "Desobediência civil hoje é ficar em casa apesar do maníaco que manda sair. Desobediência civil é cuidar de todos os outros apesar do perverso que diz 'e daí?'. Desobediência civil é desobedecer ao projeto de genocida que está no poder. E para isso é necessário usar os instrumentos de nossa cada vez mais ferida democracia para tirá-lo de lá e impedir que continue matando", provoca.
As notícias também não são boas para duas gigantes brasileiras. O Banco Central da Noruega anunciou nesta quarta-feira a decisão de excluir a mineradora Vale e a estatal de energia Eletrobras do maior fundo soberano do mundo, que administra uma reserva de mais de 1 trilhão de dólares a partir de lucros gerados pelo petróleo. A sanção imposta a sete empresas, incluindo as duas brasileiras, tem como principais fundamentos as violações de direitos humanos e os danos ambientais causados por megaempreendimento na região amazônica e tragédias em áreas de extração de minério. Com isso, as companhias punidas não poderão mais receber investimentos em ações do fundo que, somente no Brasil, tem quase 10 bilhões de dólares aplicados.
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