sexta-feira, 8 de maio de 2020

“Não adianta abrir leitos de UTI sem profissionais qualificados”

Brasil

Setenta dias após a confirmação do primeiro caso da covid-19 no Brasil ―o Brasil registrou mais de 600 mortes pelo terceiro dia seguido e o total de óbitos já ultrapassa 9.000―, o médico Ederlon Rezende, membro da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, diz que o país conseguiu aumentar em 20% os leitos de UTI do SUS, mas acredita que essa capacidade de ampliação a partir de agora é mais limitada e esbarra na falta de profissionais especializados disponíveis. Em entrevista à Beatriz Jucá, ele explica que, em todo o país, gestores já contratam profissionais não especializados para atuar na assistência intensiva. Numa conta difícil entre oferecer um leito de UTI com condições distantes da ideal ou não oferecê-lo, Rezende define a situação como um “cenário de guerra”. “Nós estamos no limite. Ainda vamos ouvir muito os nossos governantes dizerem que vão abrir mais leitos, apresentarem números. Neste momento, eu acho impossível que se consiga a ampliação de leitos pela falta de profissionais”, alerta.
Enquanto o Ministério da Saúde se dispõe a discutir o lockdown em determinadas localidades para tentar aliviar a sobrecarga no sistema de saúde ―as redes de saúde pública e privada de seis Estados já começam a dar sinais de colapso―, o presidente Jair Bolsonaro pressiona o Supremo para dividir os prejuízos da crise econômica ocasionada pela pandemia. Nesta quinta-feira, o mandatário fez um gesto político e esteve em uma reunião de última hora com o presidente do STF, Dias Toffoli, para debater o tema. Levou a tiracolo um grupo de dirigentes de associações industriais e empresariais que dizem empregar 30 milhões de pessoas e representar 45% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria.
Entre as novidades da TV por streaming está Becoming, o documentário sobre a vida da ex-primeira-dama Michelle Obama. À diferença da autobiografia do mesmo nome que virou best-seller instantâneo, no documentário Michelle procura mais inspirar seus jovens seguidores do que revelar detalhes da sua intimidade, como conta Antonia Laborde. Spoiler: ela não derrama uma lágrima em frente às câmeras, mas revela o trauma de deixar a Casa Branca com Donald Trump como novo morador. “Foi quase como um tapa na cara”.

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