Belo Horizonte foi uma das primeiras capitais a adotar medidas restritivas para frear a propagação do coronavírus. Tem a terceira menor taxa de incidência da doença (43 casos por 100.000 habitantes) entre as capitais, atrás somente de Curitiba e Porto Alegre. “O povo belo-horizontino entendeu o recado”, disse o prefeito Alexandre Kalil (PSD), ao comemorar a média de isolamento social em torno de 60% nos principais bairros desde o início da quarentena. Apesar de reconhecer o esforço da população de BH, Kalil é um pessimista. Acha que o "mundo piorou", que "não vamos sair melhores dessa situação", e se mostra especialmente crítico à politização da covid-19 no Brasil, que neste domingo ultrapassou a marca de 16.000 mortes em decorrência da doença. "Politizou a coisa. Fica parecendo que quem não quer morrer é comunista. E quem quer morrer, mas protesta em caminhonete cabine dupla, é de direita. Enquanto isso, a gente vê cidade que não tem um respirador sequer abrindo o comércio”, diz o prefeito, em entrevista ao EL PAÍS .
Enquanto a curva de mortes pelo coronavírus não para de crescer no país, o presidente Jair Bolsonaro segue participando dos atos semanais em Brasília que pedem a reabertura da economia, enquanto defendem também o fechamento dos Poderes Legislativo e Judiciário e ostentam caixões com as fotos dos adversários do mandatário. Nesta segunda, o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello retoma o inquérito que apura as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro de que o presidente tentou interferir na Polícia Federal do Rio de Janeiro para proteger seus filhos, alvos de investigação. A retomada do assunto já estava na agenda do Supremo. Mas o que Bolsonaro não contava era com uma entrevista dada pelo empresário Paulo Marinho, seu ex-aliado, ao jornal Folha de São Paulo. Marinho revelou que o senador Flavio Bolsonaro soube antecipadamente de uma operação da PF que atingiria Fabricio Queiroz, seu ex-assessor, mais um ingrediente para a crise política brasileira.
E ainda nesta edição, trazemos um perfil de Matt Rivitz, o homem por trás da Sleeping Giants, uma conta no Twitter que tem 250.000 seguidores e se define como “um movimento para tornar o fanatismo e o sexismo menos lucrativos”. O movimento deixou quase sem publicidade a mídia ultraconservadora dos EUA. Para Steve Bannon, guru da extrema-direita norte-americana que perdeu mais de 50 milhões de reais graças a essa conta, o Sleeping Giants “são o pior que há”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário