quinta-feira, 7 de maio de 2020

No pior dia da pandemia, mortos chegam a 8.536


É o segundo recorde consecutivo. O Brasil registrou 615 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo atualização feita ontem pelo Ministério da Saúde. São 8.536 mortes, no total, registradas por Covid-19. Na quinta passada eram 5.901 mortos. No mundo, são mais de 264 mil mortes até o momento, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.

William Bonner abriu assim o Jornal Nacional de ontem: “Mais de 8 mil vidas que acabaram. Eram vidas de pessoas amadas por outras pessoas: pais, filhos, irmãos, amigos. Os números vão aumentando cada vez mais rápido, vão dando saltos. E a gente vai se acostumando, porque são números. Um dos 8.536 mil mortos pelo coronavírus se chamava Joaquim de Paula Reis e morava numa cidade de Minas Gerais chamada Belo Vale. Ele não era um número. Era uma pessoa muito querida por muitas pessoas”. (G1)

O chamado lockdown (confinamento radical) para cidades que estejam enfrentando uma transmissão mais grave do coronavírus já é uma possibilidade avaliada pelo governo, admitiu ontem o ministro da Saúde. (Folha)

Lockdown, confinamento radical? Entenda o que significa o termo. (G1)

Em Belém e outros nove municípios do Pará, o confinamento radical já é uma realidade a partir de hoje. Com o objetivo de aumentar os índices de isolamento social e diminuir o número de casos de Covid-19 no estado, a restrição se estende por dez dias. Supermercados, farmácias, feiras e bancos seguem funcionando. Quem desrespeitar as medidas estará sujeito a advertências e multas de R$ 150 para pessoas físicas e R$ 50 mil para pessoas jurídicas. (G1)

Para a Fiocruz, o confinamento radical no Rio pode acontecer de forma intermitente por até dois anos. O relatório enviado ao governo do estado e à prefeitura do Rio é bastante duro e assertivo na defesa de adoção de medidas mais rígidas de isolamento. Segundo a Fundação, a adoção tardia de lockdown "resultaria em uma catástrofe humana de proporções inimagináveis para um país com a dimensão do Brasil". (O Globo)

Pois é... a inércia política aumenta número de mortes, indica estudo de três universidades federais brasileiras (UFPR, no Paraná; UFS, de Sergipe; e UFPE, de Pernambuco). Já com intervenções brandas (como o isolamento apenas de casos suspeitos) até 35 dias, a probabilidade de prevenir novas mortes é de apenas 10%. Intervenções drásticas (como a imposição de isolamento rigoroso) até 25 dias depois da primeira morte confirmada foram capazes de impedir até 80% de novas mortes em um país. Se a decisão demora 35 dias, a eficiência cai para 50%. Em outras palavras, quanto mais um governo demora para agir, maior é o número de óbitos. (BBC)

Giovani Vasconcelos, físico do Departamento de Física da UFPR: “Governos devem agir logo, pois a 'janela' de oportunidade para conter o avanço do vírus é muito estreita. Não dá para esperar”.

Por falar em governo, o ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou a divulgação “em um ou dois dias” da data de início de uma campanha publicitária com orientações do governo sobre o coronavírus. A campanha do governo foi anunciada pelo ministro mais de dois meses (70 dias) após o registro do primeiro caso de coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro.
E a OMS declarou ontem que está pronta para trabalhar com os estados no Brasil. Mas, para isso, precisará haver um pedido do governo federal. O comentário foi feito por Michael Ryan, diretor de operações da OMS, numa coletiva de imprensa. (Uol)



O Brasil está entre os países com maior número de profissionais de enfermagem mortos pela Covid-19. De acordo com os dados reunidos pelo jornal El País, 73 profissionais morreram em decorrência da doença. O número supera o registrado pela Itália e Espanha juntas, os dois países que acumulam o maior número de mortes de enfermeiros pelo novo coronavírus.

Mais de 90% dos leitos de terapia intensiva destinados ao tratamento de pacientes com Covid-19 estão ocupados em quatro estados brasileiros. Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Roraima são os que vivem a situação mais grave —o número muda diariamente, de acordo com a liberação de leitos por alta médica e mortes. (Folha)

Com o colapso da rede pública e privada de hospitais e a falta de leitos de UTI em Manaus e Belém, pacientes mais ricos destas e outras cidades das regiões Norte e Nordeste têm utilizado UTIs aéreas para fugir principalmente até São Paulo e Brasília em busca de tratamento adequado. O Uol fez um levantamento junto a cinco empresas de aviação executiva que prestam o serviço de UTI aérea. O aumento na demanda neste tipo de voo destas cidades em direção à capital paulista e a capital federal vai de 30% ao dobro no número de voos e orçamentos realizados.

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