quarta-feira, 13 de maio de 2020

Foram dois socos bem dados





No início de abril contamos a história de um pet shop em Pelotas que foi contratado pelo governo de Eduardo Leite (PSDB) para fazer exames de coronavírus. O contrato foi feito sem licitação por ser “um laboratório de excelência”. O que o público não sabia e nós revelamos é que a empresa só incluiu o serviço “laboratórios clínicos” entre a descrição de suas atividades na Receita Federal em 6 de abril – três dias depois da assinatura do contrato de R$ 8 milhões. 

Publicamos essa denúncia e, dias depois, o Ministério Público entrou na história pedindo a suspensão do contrato. O MP também decidiu investigar como um pet shop teria os reagentes necessários para tais exames, já que nem laboratórios renomados estão conseguindo acesso a esses materiais. A justiça deu 48 horas para Leite se explicar e o governo gaúcho, sem ter para onde correr, colocou o contrato para escanteio.



No final de abril, aconteceu de novo! O governo de Santa Catarina acertou por R$ 33 milhões a compra relâmpago de 200 respiradores com a Veigamed, empresa que nunca tinha fornecido esse aparelho. Para concretizar a licitação forjada, o governo de Carlos Moisés (PSL) recebeu propostas de empresas com o mesmo endereço. No dia seguinte à publicação, um juiz bloqueou o dinheiro nas contas da empresa e a Assembleia Legislativa criou uma CPI, para apurar as irregularidades apontadas por nossa reportagem. O Secretário de Saúde Helton Zeferino foi exonerado e no último sábado o Gaeco e a Polícia Civil cumpriram 35 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens em Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. Ontem o Secretário da Casa Civil do estado se demitiu. Olha o tamanho desse impacto!



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É em momentos de crise como esse que os urubus aparecem. Precisamos de jornalistas sem medo para afastá-los.

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