Nas últimas semanas, Jair Bolsonaro tem canalizado todos os seus esforços para seguir na presidência — para nosso azar, não como deveria ser, fazendo um governo minimamente responsável. A fórmula que Bolsonaro encontrou para se segurar no Palácio do Planalto é antiga: comprar o Centrão, balaio de gato que reúne DEM, PL, PP, PR, PRB, MDB e Solidariedade. Para isso, o presidente lançou mão de cargos em diversas autarquias, empresas e órgãos públicos com orçamentos que somam R$ 97,8 bilhões.
Somem-se a isso os R$ 45 bilhões destinados ao auxílio emergencial e o resultado é governabilidade, mesmo que instável. Uma pesquisa do Poder360 demonstrou esta semana que os que recebem o auxílio tendem a avaliar melhor o governo do que os que não recebem. A gente sabe a importância do auxílio e que ele existe graças à oposição. Mas a verdade é que Bolsonaro capitalizou isso muito bem.
Na distribuição de cargos, o caso mais recente foi a diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação, entregue nesta terça (19) a Garigham Amarante Pinto, assessor do Partido Liberal na Câmara. O orçamento do órgão para 2020 é de R$ 54 bilhões (R$ 40 bi livres para investimento).
Mas no feirão do Centrão tem pra todo mundo e ninguém vai sair de mão abanando. No início do mês foi a diretoria do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, entregue a Fernando Leão, também indicado pelo PL (R$ 1,1 bi ). Ainda estão no balcão: Fundação Nacional de Saúde, com orçamento de R$ 3,1 bilhões; o Banco do Nordeste (R$ 29,3 bilhões); o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (R$ 8,4 bi); a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (R$ 1,5 bi) e Incra (R$ 3,5 bi), além de cargos no Ministério da Saúde e a vice-presidência da Caixa.
A quantia que ainda segura o governo Bolsonaro é singela: R$ 142 bilhões do nosso bolso para ele passar os fins de semana aterrorizando o país com carreatas, churrascos e ofensas.
O governo tem a máquina pública, empresários corruptos, militares irresponsáveis e algumas dezenas de lunáticos consigo. Nós temos muita vontade de investigar e denunciar essa trupe. Mas não podemos fazer isso sozinhos. |
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