segunda-feira, 4 de maio de 2020

Brasil passa de 100.000 infectados, e Bolsonaro sobe o tom contra STF

O Brasil passou dos 100.000 casos de infectados pela covid-19, com 7.025 mortes registradas, segundo o Ministério da Saúde. Uma das vítimas ainda não contabilizadas da doença é o escritor Aldir Blanc, um dos maiores compositores do Brasil, que morreu nesta segunda-feira pela manhã, aos 73 anos, em decorrência da doença. Ele estava internado no Rio de Janeiro.
 O Governo de São Paulo, um dos principais epicentros da crise no país, afirmou que, no último mês, a mortalidade pela doença entre jovens e adultos cresceu 18 vezes no Estado. Apesar dos números alarmantes, as ruas brasileiras seguem vendo episódios de aglomeração e revolta contra as medidas de distanciamento social. Na capital paulista, no sábado, enquanto era inaugurado o terceiro hospital de campanha da cidade, no Complexo Esportivo do Ibirapuera, um grupo de direita se reunia logo em frente, na área onde também fica a Assembleia Legislativa, para protestar contra o governador João Doria, que determinou o fechamento dos comércios para estimular o isolamento e tentar achatar a curva de internações. A repórter Regiane Oliveira e a fotógrafa Daia Oliver narram como foi o primeiro dia de funcionamento do hospital do Ibirapuera, apesar da confusão.
Já em Brasília, a aglomeração ficou por conta de manifestantes contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, que tiveram, mais uma vez, o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Ele falou aos manifestantes e enviou um recado aos demais Poderes do país: “Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência”, disse, à multidão. "Chegamos no limite. Não tem mais conversa. Daqui para a frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição". A fala de Bolsonaro aconteceu um dia depois de seu ex-ministro estrela, Sergio Moro, prestar um depoimento na Polícia Federal de Curitiba para o inquérito, autorizado pelo STF que investiga as acusações que ele fez contra o presidente. Moro afirma ter sido pressionado a trocar o comando da Polícia Federal porque Bolsonaro pretendia colocar alguém de sua confiança para ter acesso a investigações do órgão. O ex-juiz apresentou trocas de mensagens e áudios que comprovariam as intenções do presidente, no interrogatório que durou mais de oito horas.
Enquanto no Brasil o clima parece ser de todos contra todos, pelo mundo o momento é de cooperação. A reportagem de Carlos M. Duarte conta como a luta contra a pandemia se transformou no maior projeto de investigação científica da história. Para além das agruras do novo vírus, Javier Rodríguez Marcos analisa a biografia de Habermas escrita por Stefan Müller-Doohm, que permite rastrear as grandes polêmicas intelectuais do último meio século. "Suas críticas à amnésia a respeito do passado nazista fizeram do filósofo alemão uma consciência moral da Europa", afirma. 

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