Em 2016, em meio à grave crise política que tomou conta do Brasil, produzimos uma série de artigos para o Intercept. Os textos tiveram uma repercussão incrível e nossas caixas de entrada ficaram literalmente cheias com agradecimentos, apoios e pedidos para continuarmos escrevendo sobre o Brasil. Esse processo deixou extremamente claro que havia aqui uma fome imensa por um jornalismo autônomo, feroz e de grande impacto. E foi assim, seguindo os princípios que estabelecemos para o site americano quando foi criado em 2014, que decidimos lançar o Intercept Brasil.
Na ocasião, listei os três objetivos que queríamos perseguir com a criação do TIB: fornecer uma plataforma para que jornalistas e escritores brasileiros pudessem tratar de questões políticas, econômicas e sociais de maneira independente, ajudá-los a contar ao mundo o que estava acontecendo no país e trazer as notícias internacionais do Intercept para a audiência lusófona.
Esses objetivos continuam atuais. Há grande expectativa em todo o mundo sobre o que acontece hoje no Brasil. A crise institucional que abalou o país parece não ter fim e os ânimos se acirraram com o governo Bolsonaro. Um governo que se baseia na destruição da Amazônia, na perseguição de opositores, no desmonte da seguridade social e na falência do sistema educacional.
Aqui no TIB sentimos isso na pele depois que iniciamos a Vaza Jato. Fomos ameaçados por apoiadores de Bolsonaro, o presidente chegou a insinuar que eu seria preso, nossos jornalistas foram intensamente perseguidos nas redes sociais. Em novembro de 2019, esse clima de tensão ficou evidente no episódio lamentável em que, durante um programa de rádio, o jornalista Augusto Nunes me agrediu fisicamente, chocando todos no estúdio e fora dele.
Eu achei que o episódio com Augusto era o auge da violência contra meu trabalho e do Intercept. Até que no dia 21 de janeiro fui informado que o Ministério Público Federal havia me denunciado juntamente com outros acusados de invadir celulares de autoridades públicas. Uma agressão clara contra a liberdade de imprensa e o jornalismo brasileiro. Atitude que gerou enorme repercussão internacional e evidenciou para o mundo o autoritarismo que cresce no Brasil.
Em 2020, teremos as eleições municipais no Brasil — que podem confirmar o aparelhamento conservador e o desmonte das nossas instituições — e, ainda, as sempre ultrainfluentes eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Para acompanhar tantas frentes, indo fundo nas apurações, não basta disposição para contar boas histórias: é preciso uma estrutura robusta que garanta as melhores condições de trabalho para os jornalistas, a qualidade que a audiência merece e também o amplo alcance do que é produzido. Para crescer ainda mais, precisamos de sua ajuda.
Desde que comecei a escrever sobre política em um blog gratuito em 2005, o apoio dos leitores tem sido fundamental para me permitir fazer esse tipo de jornalismo, priorizando o compromisso com o interesse público e com quem acompanha meu trabalho. Isso vale ainda hoje para a equipe do TIB, que é a melhor e mais corajosa equipe de jornalistas no país.
De maneira mais objetiva, a contribuição dos leitores permite ao TIB financiar a contratação de pessoal e a produção de mais e melhores matérias (sim! Elas demandam muitos recursos de pesquisa, visuais, jurídicos etc.). Foi o que nos permitiu mexer com as estruturas em 2019 e vai nos levar ainda mais longe em 2020. Por isso quero te convidar para conhecer melhor o que nós produzimos. Aqui embaixo estão algumas das melhores histórias do TIB. E quero também que você faça parte do nosso trabalho e da nossa comunidade: compartilhando nossas matérias, enviando esse texto para seus contatos e contribuindo conosco. Quase 9 mil pessoas já apoiam o Intercept Brasil. Faça parte do movimento. Nós não vamos te decepcionar.
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