Na contramão do restante do Brasil, a cidade fluminense de Maricá, a 60 quilômetros do Rio de Janeiro, mantém empregos e negócios funcionando em plena pandemia do novo coronavírus —que até este domingo havia causado 79.488 mortes no país. A fórmula que garante um respiro aos maricaenses é a mesma que voltou a ser fortemente debatida em todo o mundo com a crise da covid-19: a renda básica. Na cidade de 161.000 habitantes, desde 2013 circula a mumbuca, uma moeda digital criada pela Prefeitura para circular apenas localmente e que não pode ser convertida para reais. O repórter Felipe Betim foi a Maricá apurar como o município tornou-se laboratório de uma política social desde sempre considerada utópica, mas que em meio a uma crise sem precedentes começa a ser colocada em discussão como uma opção real e necessária para manter a economia girando em várias partes do mundo. Uma mumbuca equivale a um real e até o final de 2019 alcançava cerca de 42.000 pessoas. “É o que permitiu que eu fizesse quarentena. Saio para o mercado, para a farmácia, para a casa de minha mãe, e só. Se não fosse a mumbuca, seria difícil”, afirma Sirlei de Oliveira, de 48 anos, na reportagem que abre a nossa newsletter desta segunda-feira.
Nos Estados Unidos, a aproximação da eleição presidencial, prevista para 3 de dezembro, coloca em xeque a permanência de Donald Trump no poder, uma figura que não já não era consenso nem em seu partido, agora menos ainda, graças a sua condução da crise sanitária no país (líder em casos e mortes pelo novo coronavírus). Reportagem da correspondente em Washington Amanda Mars revela o crescimento da adesão à uma campanha dentro do partido Republicano contra o presidente. O site Eleitores Republicanos contra Trump reúne dezenas de testemunhos, gravados em vídeos caseiros e com esse ar de grupo de apoio emocional, contra Trump. Os dissidentes pregam, em tom de desabafo, que os republicanos votem no democrata Joe Biden. "Nunca votei num democrata. Votei em Trump porque não podia acreditar que alguém que se comportava de uma forma tão boba como ele na televisão seria assim na vida real”, diz um dos depoimentos.
E, embora ainda pareça uma realidade distante para os brasileiros —há mais de 120 dias em quarentena—, destacamos duas reportagens para deixar num horizonte, que abordam passos para a desconexão das telas, de adultos e crianças. "É preciso criar momentos e lugares livres de conexão”, adverte o ensaísta francês Bruno Patino. “No futuro, deixará de ser aceito consultar o celular numa reunião profissional, em uma refeição familiar ou no cinema. Estar conectado o tempo todo nos parecerá tão absurdo quanto fumar num avião”, prognostica o autor. Mas como desconectar crianças e adolescentes após tanto tempo tendo as telas como único recurso de distração e, em muitos casos, educação? Sim, será difícil. Mas “existe um caminho de volta”, garante a psicóloga María Guerrero.
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segunda-feira, 20 de julho de 2020
A fórmula de Maricá para salvar negócios e empregos na pandemia
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