Preocupado com as eleições que se aproximam, o presidente Jair Bolsonaro está ampliando sua relação com o Centrão e, no mesmo movimento, se afastando também no Congresso Nacional dos aliados de primeira ordem. Os radicais se mostraram ineficazes para conter a aprovação do Fundeb, esta semana, como era desejo do Planalto. E duas votações consideradas estratégicas se aproximam. Uma, a de renovação do fundo emergencial, que vem segurando a popularidade do presidente na casa dos 30%. Outra, a reforma tributária, cujos termos o governo deseja ditar. A primeira afastada foi a vice-líder Bia Kicis, ligada ao movimento Escola sem Partido. No Palácio, são três os nomes que Bolsonaro vem ouvindo mais: os ministros Paulo Guedes, da Economia, Fernando Azevedo, da Defesa, e Fábio Faria das Comunicações. (Folha)
Outro nome que deve ser trocado é o Major Vitor Hugo, substituído por Ricardo Barros, ex-ministro de Michel Temer, que pertence ao PP. Bolsonaro, porém, procura para seu atual líder na Câmara um cargo que lhe conceda algum prestígio. Vitor Hugo não se entende com o secretário de Governo Eduardo Ramos. A substituição de Bia Kicis foi mais fácil. Quando percebeu que perderia a briga, o Planalto havia tentado vender a derrota no Fundeb como vitória. Ao manter o posicionamento dos sete deputados mais ligados ao governo pelo não, ela deixou clara a goleada que o Palácio tomou. (Estadão)
Aliás... Um dos que trabalha para evitar a substituição de Vitor Hugo é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O atual líder é inepto, Barros é excelente articulador. A troca, calcula Maia, fortaleceria o Planalto. (Antagonista)
Tales Faria: “Sejamos honestos: quem se manteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro quando apareceram as primeiras dissensões no ninho do governo? Foram os bolsonaristas de raiz. Quando o ex-ministro Gustavo Bebianno e os deputados Alexandre Frota e Joice Hasselmann romperam com o governo — ou foram rompidos, sei lá — quem ficou ao lado do presidente? Foram os bolsonaristas de raiz. Aquele grupo mais radical que tem como gurus o Olavo de Carvalho e o filho Zero Dois, Carlos Bolsonaro. Há quem diga que eles foram o motivo do rompimento, mas o fato é que ficaram com as bandeiras do bolsonarismo e os outros saíram. Os deputados Daniel Silveira, Bia Kicis e Otoni de Paula eram unha e carne com Joice, Frota & Cia. Mas escolheram ficar com Bolsonaro. A verdade é que eles não entenderam uma coisa: o Bolsonaro de hoje já não está com o Bolsonaro de ontem. Depois da prisão de Fabrício Queiroz na casa de Frederico Wassef, até então advogado do presidente, o mandatário do Planalto resolveu que tem que se separar do Jair pré-eleitoral. Bolsonaro se agarrou a quem pode, de fato, lhe ajudar a se manter no poder: os generais do Planalto, o Centrão e a parcela do povão com quem ele conseguir preservar o contato direto. E Bolsonaro descobriu, com a pandemia, que bandeiras do passado, como a crítica ao Bolsa Família, não servem para aproximar o povão do seu governo. Aliás, é bom o ministro Paulo Guedes ficar esperto. Bolsonaro nunca foi um liberal. Tornou-se assim por causa dos ventos liberais do momento eleitoral passado. Mas como já dizia Dorival Caymmi, se sabe que os ventos mudam, aí o tempo virou.” (UOL)
Meio em vídeo: Depois duma surra na Câmara, o governo troca líder e vice-líder bolsonaristas raiz por gente do Centrão. Na mesma toada, os olavistas vão ficando no segundo escalão e o governo Bolsonaro, quem diria, ganha um presidente silencioso e fica estável. A história já se repete. Já aconteceu antes. Assista.
O governo chinês ordenou que seja fechado o consulado americano na cidade de Chengdu — é uma retaliação ao cerre de seu consulado em Houston. A tensão está aumentando entre os dois países. “Temos de admitir uma verdade dura”, disse ontem o secretário de Estado Mike Pompeo. “Se queremos ter um século 21 livre, e não o século chinês com o qual sonha Xi Jinping, o velho paradigma de lida cega com a China não trará isso. Precisamos encerrar esta fase e não retornar a ela.” O consulado em Chengdu era o mais próximo do Tibete e da província de Xinjiang, locais onde há crises de violação de direitos humanos. Sua perda afeta diretamente a capacidade dos EUA se informarem. (New York Times)
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