sexta-feira, 31 de julho de 2020

Weintraub vai pro Banco Mundial e luta contra corrupção arrefece


O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi eleito por Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago para ser diretor-executivo no conselho do Banco Mundial. Será um mandato curto, tampão, que começa com a posse, na semana que vem, e se encerra em 31 de outubro. Houve muita resistência de funcionários do banco, mas o indicado é escolha dos países acionistas. O placar da votação não foi revelado. (Poder 360)

Pois é... Enquanto vai botando panos quentes nos radicais por um lado, por outro o presidente Jair Bolsonaro vai trabalhando para dificultar a vida dos procuradores que miram combate à corrupção, entre eles os que investigam seus filhos e ex-mulher. Em visita ao Piauí, aliás, Bolsonaro foi recebido por uma população entusiasmada que gritava ‘fim da Lava Jato’. (Yahoo!)

Enquanto isso... O procurador-geral da República, Augusto Aras, estuda dividir a força-tarefa no Paraná em quatro, eliminando a liderança de Deltan Dallagnol. É, de acordo com Mônica Bergamo, uma forma de enfraquecer a operação. (Folha)

E... O governo federal, em conjunto com o Supremo Tribunal Federal, quer tirar do Ministério Público parte de seu poder de fazer acordos de leniência com empresas. Estes acordos estiveram entre as principais ferramentas dos procuradores em investigações de corrupção. A J&F, por exemplo, havia oferecido inicialmente R$ 700 milhões por corrupção confessa mas, no final, aceitou pagar R$ 10,3 bilhões de ressarcimento. (Globo)

Não que surpreenda. Como lembra Guilherme Amado, durante o recesso do Supremo, o presidente Dias Toffoli suspendeu buscas e duas investigações contra José Serra, atuou para pressionar um juiz de primeira instância que investiga Aécio Neves, dissolveu a a comissão na Assembleia do Rio que analisa o impeachment de Wilson Witzel e arquivou um inquérito que investiga o presidente do STJ, João Otávio Noronha. Não satisfeito, arquivou também três inquéritos contra ministros do STJ e do TCU abertos após delações do ex-governador fluminense Sergio Cabral. (Época)

Bem... O ex-governador paulista Geraldo Alckmin se tornou réu, ontem, por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral (caixa dois), quando o juiz Marco Antonio Martin Vargas aceitou denúncia do Ministério Público Eleitoral. A ação é por conta de um suposto caixa paralelo de R$ 11,9 milhões pago pela Odebrecht durante as campanhas de 2010 e 14, quando o político concorreu ao governo estadual. (Estadão)



Meio em vídeo: Política tem muito de jogo. Essa semana, quem levou a melhor foi Rodrigo Maia, que tirou da base de Bolsonaro o MDB e o DEM. Este é só o início da disputa que levará à campanha presidencial de 2022. Quer entender como estão as peças? Assista.



Mais de metade das empresas brasileiras tiveram dificuldades para realizar seus pagamentos na segunda quinzena de junho. E quase metade precisou postergar o pagamento de impostos para ajustar as contas. Os dados são do IBGE. A expectativa é de que os números de julho sejam piores. A região em que as empresas tiveram mais dificuldades foi a Centro-Oeste e a menos afetada foi a Sul. O setor mais duramente atingido foi o de Serviços prestados às famílias e o menos foi o de Construção. (Folha)



O deputado John Lewis, herói da causa antirracista nos EUA, foi enterrado ontem com honras. Fizeram elegias a ele os ex-presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama — o atual presidente não foi. O New York Times publicou um ensaio escrito pelo parlamentar nos dias anteriores à sua morte. Leia o original ou a tradução, publicada pelo Globo.

John Lewis: “Como muitos jovens de hoje, eu estava procurando uma saída, ou, como alguns poderiam dizer, uma entrada, quando ouvi a voz do Dr. Martin Luther King Jr. em um rádio antigo. Ele falava sobre a filosofia e a disciplina da não violência. Disse que todos somos cúmplices quando toleramos a injustiça. Disse que não basta dizer que isso vai melhorar a cada dia. Disse que cada um de nós tem uma obrigação moral de se levantar, erguer sua voz e se manifestar. Quando você vê algo que não está certo, você deve falar. Deve fazer alguma coisa. Democracia não é um estado. É um ato, e cada geração deve fazer sua parte para ajudar a construir uma nação e sociedade mundial em paz consigo mesma. Pessoas comuns podem resgatar a alma dos Estados Unidos, se envolvendo no que chamo de bons problemas, problemas necessários. Votar e participar do processo democrático são fundamentais. A votação é o agente de mudança não violenta mais poderoso que existe em uma sociedade democrática. Você deve usá-lo, porque não é garantido. Você pode perdê-lo.”

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