segunda-feira, 27 de julho de 2020

Protestos de rua voltam a se tornar violentos, nos EUA


Os protestos de rua voltaram a se acirrar, nos EUA, por queixas contra brutalidade policial. E impõem, aos estados, um problema. As ruas estavam pacificadas até o presidente Donald Trump enviar tropas federais para Portland, no Oregon, alegando que as autoridades locais — da oposição — não estavam garantindo a ordem. A chegada de blindados e forças de segurança uniformizadas militarmente despertou novas manifestações em todo o país. No domingo à noite, a situação estava sob difícil controle em Seattle, estado de Washington, Oakland e Los Angeles, na Califórnia. Trump, que vem sendo pesadamente questionado por sua política durante a pandemia, tenta construir uma campanha eleitoral baseada em segurança pública. Na propaganda de TV em estados mais disputados, apresenta um cenário distópico onde não há mais lei no caso de uma presidência democrata. Seu adversário, o ex-vice-presidente Joe Biden, vem argumentando que a postura belicista de Trump está inflamando o país e o dividindo. (New York Times)

Hoje faltam 99 dias para que os americanos apareçam perante as urnas para definir o próximo presidente. Durante a campanha de 2016, Hillary Clinton manteve uma média de 3 pontos percentuais à frente de Donald Trump. (Ela de fato venceu o voto popular, mas perdeu no Colégio Eleitoral.) O democrata Joe Biden tem mantido uma vantagem de entre 8 e 15 pontos, dependendo da pesquisa. A esta altura do campeonato, quando disputavam a reeleição, Ronald Reagan e Bill Clinton tinham distâncias confortáveis do adversário. George W. Bush e Barack Obama mantiveram distâncias pequenas, mas continuadas à frente. Jimmy Carter e George Bush, o pai, estavam atrás e perderam. (NBC)

Esta não é a única preocupação dos republicanos. Seu quadro é pior: os democratas têm maioria na Câmara e, eles, no Senado. Mas é uma maioria de três votos. E, de acordo com as pesquisas estado a estado, há cadeiras o suficiente em disputa voto a voto para que o partido de Biden chegue a 60 senadores do total de 100. É difícil. Mas com uma maioria deste tamanho, podem atropelar os republicanos em todos os votos que desejarem. (Five Thirty Eight)



Na sexta-feira, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, havia pedido demissão ao ministro Paulo Guedes. O executivo havia aceitado o convite porque pretendia liderar a privatização do banco. Sentindo mudança na política, pediu o chapéu. Ontem, foi a vez de Caio Megale, secretário Especial de Fazenda. Megale preferiu afirmar que seus motivos são exclusivamente pessoais. Há pouco mais de um mês, o secretário do Tesouro Mansueto Almeida também havia deixado o cargo. São três baixas em período curto dentre as pessoas que respondem diretamente a Guedes. (G1)



Um grupo de profissionais de saúde liderados pela Rede Sindical UniSaúde apresentou, ontem, representação criminal contra o presidente Jair Bolsonaro perante o Tribunal Penal Internacional. Acusa o Planalto de ‘falhas graves e mortais na condução da pandemia de Covid-19’. Segundo o texto, que pede uma investigação, o presidente não seguiu as recomendações do Ministério da Saúde e atua de forma irresponsável ao incentivar o uso de cloroquina. Esta é a quinta ação contra Bolsonaro na Corte, que investiga crimes contra a humanidade. Outras três também tratam da pandemia, embora esta seja a primeira que vem de profissionais de saúde. A quarta o acusa de genocídio contra comunidades indígenas. Apesar de um termo ‘denúncia’ estar sendo usado em algumas matérias, de forma coloquial, não representa o aceite formal de uma denúncia. (Poder 360)

João Paulo Charleaux, do Nexo: “Bolsonaro não foi denunciado por crimes contra a humanidade em Haia. Entidades apresentaram uma queixa que se transforma num pedido de exame de admissibilidade do caso pela procuradora do Tribunal Penal Internacional. É muito menos que uma ‘denúncia’. Todos os anos, a procuradora do Tribunal Penal Internacional recebe quase mil pedidos de admissibilidade semelhantes, de pessoas e organizações de dezenas de países. Qualquer pessoa pode apresentá-los. A gigantesca maioria é rejeitada. Em todo caso, o TPI dá primazia ao Judiciário nacional na hora de denunciar e julgar qualquer cidadão. Ou seja: não pegaria o caso antes de o STF.” (Twitter)



O próprio Jair Bolsonaro assina, junto com a Advocacia-Geral da União, um recurso ao Supremo Tribunal Federal contra a derrubada de contas no Twitter e Facebook de pessoas ligadas ao governo. As 16 contas no Twitter e 12 no Facebook, tiradas do ar por ordem do ministro Alexandre de Moraes, são tidas como parte de uma rede que faz ‘atuação interligada’ para disseminação de notícias falsas. Nenhum membro do governo ou parlamentar foi atingido. Mas o texto do recurso argumenta “desproporcionalidade das medidas de bloqueio das contas em redes sociais” e, comenta, “nos dias atuais, na prática, é como privar o cidadão de falar.” A decisão, porém, não impede nenhum dos réus de ter contas. Alguns já criaram contas novas. (Globo)

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