À saída do Alvorada, ontem, uma apoiadora se queixou ao presidente Jair Bolsonaro de que a educação estava definhando. “A educação está horrível, no Brasil”, ele respondeu. “Talvez escolha hoje o ministro”, terminou. Ontem, porém, a escolha não ocorreu. (Correio Braziliense)
Há muito este tipo de encontro público não ocorria. Desde 1ª de junho, o governo tem levado os apoiadores que madrugam no Palácio para o jardim onde, longe dos microfones, o presidente vem mais ouvindo do que falando. Está num esforço para evitar a criação de novas crises. Este modelo calado, abatido, chegou a levar um velho amigo a lhe sugerir que renunciasse. “Por que você não larga isso tudo?” Bolsonaro fez que não. “Essa missão é coisa de Deus.” (Crusoé)
De acordo com o Datafolha, adeptos fiéis a Bolsonaro compõem 15% da população. São os mais leais. Vivem mais no Sudeste do que no Nordeste, têm renda maior do que três salários mínimos mensais — superior à média da população. Dentre eles, apenas 47% reconhecem que houve ditadura no Brasil a partir de 1964. Este número é de 83% nos outros brasileiros. (Folha)
Meio em vídeo: Por quanto tempo o presidente consegue segurar seu temperamento explosivo? E o que isto nos diz sobre as possibilidades de impeachment — ou de reeleição? Assista.
Aliás... A profunda dificuldade que o presidente americano Donald Trump está enfrentando para conseguir sua reeleição acendeu o alerta vermelho no Planalto. Porque Bolsonaro tornou uma aliança pessoal com seu par nos EUA a fundação de sua política externa, conta Gerson Camarotti, há preocupação de que num possível governo Joe Biden o Brasil termine isolado. (G1)
E talvez não seja surpresa, mas diplomatas estão com dificuldades de cumprir a missão de listar os efeitos positivos da gestão de Ernesto Araújo no comando da política externa. As exportações brasileiras diminuíram 20% entre 2018 e 19, lembra Guilherme Amado. (Época)
Pois é... Os radicas do governo estão se refugiando. Os filhos do presidente, assim como o ex-ministro Abraham Weintraub, estão migrando para a rede social conservadora Parler, conta Bela Megale. A mudança ocorre em meio a uma ação maior do Twitter para conter o discurso de ódio, mas é também repetição do movimento feito nos EUA pelos seguidores de Donald Trump. Com menos impacto, e menos gente fora da direita estridente, é um ambiente no qual podem conversar com liberdade e sem gerar crises, preocupação que o governo tem neste momento. (Globo)
Um dos mais ativos bolsonaristas nas redes, Bernardo Küster, demonstrava preocupação, ontem, no Twitter. “Povo, a ideia não é abandonar todas as redes sociais e ficar no Parler somente. Isto é idiotice e nunca propus isto. A ideia é expandir. Se der treta por aqui, ainda teremos lá. Há, porém, coisas que podem ser ditas lá e aqui não.” O medo é de perder influência no ambiente em que a opinião pública é mais atingida. (Twitter)
O Ministério Público do Rio intimou o senador Flávio Bolsonaro e sua mulher, Fernanda, a prestarem depoimento na próxima semana. O tema: rachadinha em seu gabinete da Assembleia Legislativa. (Globo)
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