A partir de um levantamento do Atlantic Council, uma equipe do Facebook conectou Tércio Arnaud Tomaz, assessor especial do presidente Jair Bolsonaro, a uma rede de contas falsas no Face e no Instagram. Ao todo, 35 contas, 14 páginas e um grupo na primeira rede e mais 38 contas no Insta. Todas foram canceladas pela plataforma. Além de Tércio, cinco ex e atuais assessores de parlamentares bolsonaristas, incluindo um do filho Zero Três, Eduardo. Muitos dos posts falsos eram publicados no horário de expediente. Entre os perfis falsos, havia os que se passavam por repórteres, e também os que se fingiam pessoas comuns reagindo ao noticiário inventado. (Folha)
Pedro Doria: “O anúncio da remoção torna impossível negar a existência do gabinete do ódio. Mais do que isso, a informação pode servir até ao Tribunal Superior Eleitoral num processo de cassação de chapa por desinformação durante a campanha presidencial. Esta rede estava em ação desde 2018. Embora sua principal atividade tenha sido durante 2019 e 20, pegou o período eleitoral. Mas falta uma informação importante: é preciso que a Polícia Federal requisite à plataforma os detalhes sobre que desinformação é possível mapear até a antessala da Presidência e em que momento este mapeamento é possível. Dependendo do conteúdo e da data, fecha o inquérito e vai para o TSE.” (Globo)
Entre os exemplos mais recentes de desinformação publicados há ataques contra o ex-ministro Sérgio Moro e contra a TV Globo, que é acusada de inventar mortes por coronavírus. (Facebook)
A existência do gabinete do ódio, formada no Planalto com a intenção de atacar adversários e desinformar a população, foi revelada pelo Estadão, no ano passado. A investigação do Facebook simplesmente a confirma. Além de Tercio, também fazem parte do time José Matheus Salles Gomes e Mateus Matos Diniz. (Estadão)
Também no ano passado, em outubro, o jornalista Felipe Moura Brasil detalhou como operava aquilo que batizou ‘blogueiros de crachá’, a rede de ataques do governo. (Crusoé)
Bruno Boghossian: “A decisão do Facebook de remover 73 contas ligadas ao grupo de Bolsonaro complica a vida dos governistas. Os perfis derrubados são uma fração pequena das conexões da rede de apoio ao presidente, mas o bloqueio desarma pontos-chave da defesa de seus aliados. A suspensão atingiu páginas que, segundo a empresa, adotavam um ‘comportamento inautêntico’ Havia perfis duplicados, personagens fictícios e páginas que fingiam ser veículos tradicionais de imprensa. A revelação desmonta o argumento de que a rede governista deveria ficar protegida pela liberdade de expressão. Afinal, os perfis desativados pertenciam a um esquema enganoso e não a usuários comuns — que os bolsonaristas chamam sarcasticamente de ‘tias do zap’. O grupo ligado ao presidente passa a ter dificuldade para reclamar de censura ou se dizer vítima de perseguição nas investigações do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral sobre sua rede de desinformação.” (Folha)
Não foi só no Brasil. Outra grande rede de manipulação derrubada foi a de Roger Stone, um dos principais aliados do presidente americano Donald Trump. (Washington Post)
A segunda ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, presta hoje depoimento ao Ministério Público do Rio por videoconferência. Ela é investigada num esquema ligado ao vereador Carlos Bolsonaro, o filho Zero Dois, sobre funcionários fantasmas em seu gabinete e a prática de rachadinha. (Globo)
O ministro Luís Roberto Barroso determinou cinco medidas a serem adotadas pelo governo federal para conter o contágio e a mortandade por covid-19 entre a população indígena. A decisão foi tomada horas após o presidente Jair Bolsonaro vetar uma série de dispositivos da lei que regulamenta o combate ao novo coronavírus entre indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. |
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