Nos bastidores do Ministério da Saúde, o clima entre os funcionários é de tensão, enquanto o Brasil se aproxima das 73.000 mortes pela covid-19. Depois que dois ministros desembarcaram do Governo em plena crise do coronavírus por divergências com o presidente Jair Bolsonaro, militares se multiplicaram em cargos chave da pasta, a maioria nomeada pelo ministro interino, general Eduardo Pazuello. O órgão, que completa 60 dias hoje sem um ministro oficial, está imerso em uma teia política e tem perdido protagonismo na grave crise sanitária. Técnicos dizem estar constrangidos até de usar máscaras para se proteger do vírus na Esplanada, com medo de que a ação seja vista como “ideológica”, relata a reportagem de Beatriz Jucá. A situação gerou até uma fricção com o Supremo Tribunal Federal neste início de semana, depois que o ministro Gilmar Mendes afirmou que o Exército está se “associando a um genocídio”. O ministro da Defesa afirmou que entrará com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra ele.
A condução da pandemia pelo Governo Bolsonaro também se reflete na imagem do Brasil no exterior. Desde o início da crise, a cobertura sobre o comportamento do presidente tem ganhado mais espaço no noticiário internacional e acelerado um desgaste na forma como o país é visto, segundo um estudo da consultoria Curado & associados. O levantamento, que analisou as publicações de sete veículos internacionais de diferentes linhas editoriais, mostrou que essa percepção negativa do Brasil piorou do primeiro trimestre para o segundo e mostra uma “crise ética e de falência de gestão” do Governo. O tema da pandemia foi responsável por 68% do total da cobertura negativa no segundo trimestre.
Para sair da crise, mais imposto. É isso que propõe um grupo de 83 milionários de vários países, principalmente dos Estados Unidos (e nenhum do Brasil), em uma carta publicada nesta segunda-feira no site Milionários pela Humanidade (Millionaires for Humanity), em que pedem a elevação dos impostos sobre os mais ricos “como eles” para contribuir para a recuperação econômica, tendo em vista os danos que a pandemia do coronavírus causará. “Não, não somos nós que cuidamos dos doentes nas unidades de terapia intensiva. Não dirigimos as ambulâncias que os levam aos hospitais. Não enchemos as prateleiras dos supermercados nem somos nós que distribuímos comida de porta em porta. Mas temos dinheiro, e muito”, destacam eles.
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terça-feira, 14 de julho de 2020
Máscara ideológica' derrete a imagem do Brasil no mundo
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