Brasil como trunfo na guerra fria do 5G

A guerra fria entre Estados Unidos e China dá sinais de escalada no mundo pós-coronavírus. Nesta quarta, a Casa Branca elevou a tensão ordenando o fechamento do consulado chinês em Houston, um dia depois de acusar Pequim de hackear dados sobre a vacina contra a covid-19. A disputa, que se dá em múltiplos palcos, tem um capítulo especial no Brasil. Reportagem de Afonso Benites conta como o leilão da tecnologia 5G para celulares, adiado pelo Governo brasileiro para o ano que vem, é a nova frente da queda de braço entre chineses e norte-americanos. Em jogo, um mercado que pode atrair até 180 bilhões de reais em investimentos para o Brasil. No coração dessa concorrência estão a chinesa Huawei e companhias que não são americanas, mas que contam com a simpatia e, em alguns casos, com a promessa de financiamento do Governo Donald Trump, um aliado estratégico da gestão Bolsonaro. Também nesta edição, Eliane Brum se propõe a responder a pergunta levantada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes: há ou não evidências de que o presidente da República e outras autoridades brasileiras possam ter cometido genocídio na resposta à covid-19? Em entrevista à colunista, a jurista Deisy Ventura, especialista na relação entre pandemias e direito internacional, é categórica: para ela, estão presentes todos os elementos necessários à tipificação de crimes contra a humanidade: intenção, plano e ataque sistemático. Já Carla Jiménez analisa como a doença de Jair Bolsonaro, que segue com teste positivo para o novo coronavírus, obrigou o presidente a manter inédita discrição no Brasil, um recolhimento muito conveniente em um momento em que as investigações sobre desvio de dinheiro por seu filho Flávio Bolsonaro caminham mais rapidamente. A menor exposição de Bolsonaro coincide com uma leve melhora de sua imagem: uma pesquisa do banco XP Investimentos mostrou que 30% dos entrevistados consideram sua gestão boa ou excelente, um aumento de dois pontos percentuais desde junho.

Brasil é novo capítulo na guerra fria do 5G entre China e Estados Unidos Participação da chinesa Huawei se torna o pomo da discórdia na disputa. Trump, aliado primeiro de Bolsonaro, faz campanha mundial contra o grupo Sem 5G, Brasil sempre perderá de 7 a 1 Velocidade da nova tecnologia é até 20 vezes maior do que do 4G. Ela permitirá incrementos na telemedicina e o início do uso de carros não tripulados